"Completo - Finalmente"

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Harry puxou a varinha de minha mão, rindo. 

— Esta fazendo nevar de novo — ele disse em tom de quem se diverte. 

Bufei em frustração. Eu estava agitada, ansiosa, com meu estomago dando voltas completas.

— Eu não sei o que dizer a ele. — choraminguei. 

— Diga a verdade. 

Tapei meu rosto com as mãos, exasperada.

— Ah claro, vou dizer a ele que Draco me abandou gravida para servir a um bruxo das trevas — resmunguei. 

Escutei a risada abafada de Harry.

— Essa não é exatamente a verdade — disse. 

Não respondi. 

— Hermione, você esta exagerando. Hugo tem três anos, não vai fugir de casa por você ter escondido a existência de Draco. 

Tirei as mãos de meu rosto e o encarei com desagrado. Estavamos em minha sala, Harry tinha ido até la depois de um bilhete desesperado que eu lhe mandara. 

— Harry James Potter, você não ta ajudando — falei acre. 

— Quem não esta ajudando é você — retrucou. 

— Argh! 

— Mione, não torne as coisas mais complicadas do que realmente são — disse em um tom mais brando.

Mordi meu labio inferior, agitada. 

— Hugo vai ficar todo empolgado para conhecer a Doninha — brincou, arrancando-me um pequeno sorriso.

Ficamos nos olhando até meu sorriso murchar, o que não demorou muito. 

— Mas e se Hugo reagir de forma negativa ? — perguntei aflita. 

Harry inspirou profundamente, então expirou. 

— Você costumava ser mais positiva — rebateu. 

Mordi meu labio inferior. 

— Não é uma questão de ser positiva ou não.

— Você pensa demais — murmurou. 

Está aí. Eu andava ouvindo muito isso nos ultimos meses, "você pensa demais", isso deveria ser uma coisa boa, não ? Implica sensatez. Mas, aparentemente isso era um defeito para o resto do mundo, já que cada um que dissera essa frase a mim a pronunciara de forma negativa. Eu estava realmente tornando as coisas mais complicadas do que eram de fato ? Eu esperava de todo o coração que sim. 

. . . 



Peguei Hugo na escolinha, meu pai me emprestera o carro. Coloquei Hugo na cadeirinha em silêncio, minhas mãos tremiam tanto que eu estava tendo dificuldades com o cinto. Ele colocou a mãozinha por cima da minha, me fazendo parar. Olhei para ele curiosa.

— Eu fecho — murmurou. 

Ergui as sobrancelhas, surpresa, e tirei minhas mãos do cinto. Hugo o prendeu facilmente, fazendo um estalo, então ergueu os olhos para mim dando um grande sorriso de vitória. Devolvi seu sorriso, sem graça. Meu filho as vezes era um pouco precoce para um garotinho de três anos e constantemente me surpreendia. Fechei a porta e contornei o carro, entrei e o liguei. Um tempo depois me vi parada no transito; naquele horario as ruas de Londres ficavam abarrotadas de veículos. Suspirei, cansada. Dei uma olhada no relógio. Eram 18h40m, fazia exatamente vinte minutos que eu pegara Hugo na escola - e faltava apenas uma hora e dez minutos para encontrar com Draco. Eu tinha pouco tempo. Mordi meu labio inferior enquanto olhava Hugo através do espelho do carro. Ele olhava para fora, tamborilando os dedinhos na janela e balançando as pernas.

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora