The Misterious Box

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POV. HERMIONE

Parecia que eu estava sendo eletrocutada enquanto um turbilhão de emoções passeava por meu corpo. Eu não sabia o que fazer, meu cérebro não estava processando direito o fato dele estar realmente ali. Draco deu um passo na minha direção.
— Eu não consegui esperar mais. Três anos, acho que ja é o suficiente ... — murmurou ele com voz rouca, coçando a nuca.
— Como entrou aqui ? — foi a primeira coisa que veio em minha cabeça.
Minha voz saiu abafada.
Ele molhou os labios, franziu os cenhos como se estivesse pensando no que falar. Então minha fixa caiu, e antes que ele pudesse falar qualquer coisa eu sibilei em voz baixa.:
— Sai. Da minha. Casa.
Seu rosto se contorceu como se ele estivesse com dor.
— Podemos conversar ? — ele disse em voz baixa, o tom contido.
Fitei ele com indignação, sem pensar no que estava fazendo avancei contra ele com raiva.
— Conversar ? Como você. Consegue. Ser tão cara-de-pau ! — falei irritada, dando empurrões nele.
Ele foi andando para tras, recuando de minha cólera.
— Hermione ...
Ele bateu com as costas contra a porta e ergueu as mãos como quem se rende.
— Eu quero você fora ! — rosnei a centimetros dele, fuzilando-o com olhar.
— Por favor Hermione, eu posso explicar — disse com a voz falhando, me encarando com aflição.
Eu ri sem nenhum humor. Estava tão furiosa ! Como ele tinha coragem de entrar na minha casa assim, depois de todo esse tempo, depois de tudo o que ele fez e ainda pedir para conversarmos.
— Eu sinto muito — sussurrou exasperado.
Essas três palavras foram o estopim. Virei a mão na cara dele com toda a força que consegui reunir, acertando-lhe um tapa. O barulho ecoou entre nós dois enquanto nos encaravamos, eu com raiva e ele com ... angustia ? Ele respirou fundo, seus olhos pousaram nos meus, tão cinzas quanto eu me lembrava, tempestuosos e brilhantes.
— Eu nunca quis deixar você — ele falou, sua voz soou rouca e firme.
Minha respiração estava acelerada, o ar entrava com força.
— Faça um favor a mim e a você, nos polpe dessa conversinha ridicula que não vai nos levar a lugar nenhum — falei, minha voz transbordando sarcasmo.
Ele fechou os olhos suspirando, seu rosto se contraiu mais uma vez.
— Hermione, eu sei que magoei você ... — começou.
Eu ri com melancolia.
— Ah, sério ? — ironizei.
— Eu nunca quis isso, eu ...
Levantei a mão para que ele se calasse.
— Eu não quero ouvir você. Não quero ver você. Quero que você saia da minha casa. Imediatamente ! — falei rapido, com raiva.
E era verdade. Ele destruiu meu coração, eu nunca superei totalmente, eu nunca esqueci, e ali olhando nos olhos dele doía ainda mais, o buraco em meu peito se abria ainda mais. Engoli o nó na garganta sentindo meus olhos enxerem-se de lágrimas, eu não queria chorar na frente dele, mas não ia conseguir segurar. As lagrimas começaram a descer violentamente, lagrimas de raiva, tristeza e - eu não podia evitar - de saudades também.
— Hermione, eu ... — ele começou, a voz exasperada — eu pensei em você todos os dias, eu nunca deixei de amar você !
Ele ergueu as mãos como se quisesse segurar meu rosto, mas não o fez. Estavamos tão proximos que eu podia sentir seu halito fresco em meu rosto. Me afastei dando alguns passos para tras. Eu não conseguia assimilar nada do que ele falava, não fazia sentido algum.
— Por favor, sai. Não fale mais nada, chega de mentiras, Malfoy — falei com a voz embargada.
— Eu não estou mentindo, não agora ! — ele disse com urgência.
Eu ri pelo nariz e cruzei os braços, impassivel.
— Hermione, aquela carta que é uma mentira ... — dizia ele gesticulando.
— Para ! — gritei interrompendo-o — por favor, vai embora.
Nesse momento houve um clic.
— Mamãe ? — ouvi a voz sonolenta de Hugo.
Droga, eu acordara Hugo. Draco paralisou, sua iris cinza se abriu mais. Escutei os passinhos de Hugo e tive que empurrar Draco para tras do sofá. Hugo apareceu em meu campo de visão, esfregando os olhinhos.
— Ei, me desculpa — falei ternamente, pegando-o no colo.
Ele deitou a cabeça em meu ombro.
— Que barulho foi aquele ? — murmurou ele.
Suspirei.
— Foi só um rato, eu me assustei — falei baixinho, levando-o pro quarto.
— Eu não gosto de ratos mamãe — disse Hugo, a voz esmorecendo enquanto ele voltava ao sono.
Deitei ele em sua cama, depositei um beijo em sua testa e sai fechando a porta. Quando virei para voltar Draco saía de tras do sofá.
— Como ele chama ? — sussurrou ele, olhando para porta do quarto, parecendo apreensivo.
— Não te interessou antes, porque interessaria agora ? — falei com rispidez.
Ele corou um pouco.
— "Só um rato" ? — murmurou ele sarcasticamente.
Sequei as lagrimas de meu rosto e levantei a cabeça, como costumava fazer na escola quando nos enfrentavamos.
— Exatamente — pronunciei cada silaba devagar.
Sua boca se contorceu em uma careta.
— Se você soubesse a verdade — suspirou.
Me aproximei dele furiosa mais uma vez.
— Eu sei a verdade. Você não passa de um covarde, mentiroso, arrogante, — cada insulto eu o cutucava em seu peito com força, usando o indicador — falso, ridiculo, idiota e ...
Sem aviso ele segurou meu pulso com força e colou seus labios nos meus, me calando. Empurrei ele com força, dando varios passos pra tras. Bati com a parte de tras dos joelhos no braço do outro sofá e acabei caindo sentada no mesmo. Minha respiração acelerada. Draco deu poucos passos até mim, a mão estendida para me ajudar. Eu tinha esquecido como é que respira direito. — Me desculpa, foi impulso — dizendo isso ele de um sorriso torto e triste.
Semicerrei os olhos com raiva e ignorando sua tentativa de ajuda me levantei.
— Não preciso da sua ajuda ! — dispensei em tom acre.
Ele me encarava de cima a baixo, o rosto sério, a boca fechada em uma linha firme como se estivesse concentrado. Só seus olhos faiscavam. Então ele indicou meu corpo com a cabeça. Olhei para baixo e notei que minha toalha tinha sumido e eu estava completamente nua. Corei fortemente. Olhei em volta e a vi no sofá. Irritada, peguei a toalha e a enrolei no corpo rapidamente. Ergui a cabeça e seus olhos ainda estavam em mim.
— Você vai sair ou vou ter que pegar minha varinha ?
— Só saio daqui depois que você me escutar — dizendo isso ele cruzou os braços no peito como se me desafiasse a tentar.
— Ótimo ! — falei.
Passei por ele cuspindo fogo, indo ao meu quarto para pegar minha varinha. Ainda podia sentir seus labios nos meus, eu tentava a todo custo ignorar meus pensamentos sobre isso e principalmente a sensação. Peguei minha varinha do criado-mudo.
— Expelliarmus ! — ouvi ele exclamar.
Minha varinha escapou de minhas mãos e eu virei surpresa. Ele estava parado no batente da porta e guardava minha varinha no bolso. Fiquei sem reação. Ele entrou em meu quarto, fechou a porta e trancou, então virou para me encarar.
— Como eu disse, só saio daqui depois que você me escutar.
 

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora