Green Eyes

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POV. HERMIONE


Eu sabia que alguma coisa não estava certa; meu sexto sentido nunca falhou antes. Afobada agarrei as grades do portão pensando em como iria entrar, então avistei uma figura esguia e pálida de longe erguendo a mão no ar. Constatei ser Narciza, uma vez que ao voltar para dentro da casa seu cabelo foi lançado para trás com o movimento. O portão rangeu e tremeu sobre minhas mãos e por fim, se abriu. Passei por ele rapidamente e desatei a correr pelo jardim até a porta dupla de entrada da casa, ali parei, hesitando em entrar, meu coração parecia que estava na garganta, batia forte, rapido e descontroladamente. Para Narciza me chamar ali não deveria ser nada agradavel. Respirei fundo uma vez e adentrei o cômodo em passadas largar, parei bruscamente ao me aproximar da sala de estar e levei uma mão a boca e a outra ao peito, me sentindo pesada. Um medo absurdo tomou conta de mim, nunca havia me sentido daquele jeito. Tive que reprimir um grito enquanto tentava respirar. Sobre o sofá estava Draco, deitado e imovél; em seu rosto eram visiveis alguns cortes, ele estava branco feito papel. Durou uma batida de coração e corri até o sofá, ajoelhando ao lado de Draco, meus olhos se encheram d'agua.
— D-draco? — balbuciei esrguendo a mão tremula para tocar seus cabelos.
— Ele apareceu gritando por você, eu fiquei desesperada ... — ouvi Narciza dizer a minhas costas com a voz chorosa.
Engoli o nó que me subiu a garganta. Seu peito subia e descia devagar com a respiração, quase como se ele estivesse dormindo. Acariciei seus cabelos me inclinando um pouco sobre seu corpo, uma lagrima escapou do canto de meus olhos. Deslizei a mão de seu cabelo para seu torax, percebendo sua blusa úmida, ergui a mão para analisar o que era e foi com horror que vi minha mão marcada com sangue. Me coloquei em pé desesperada e varri a sala brevemente com os olhos - só então reparando Zabini debruçado sobre o sofá olhando Draco com aflição, seu rosto tão machucado quanto o dele.
— O que estão esperando para leva-lo ao St. Mungus? — falei alto, exasperada.

HOSPITAL ST. MUNGUS PARA DOENÇAS E ACIDENTES MÁGICOS


Sentada em um sofá estreito na sala de espera do quarto andar do St. Mungus, eu estralava os dedos sem parar com ansiedade. Ja faziam algumas horas que estavamos ali. De acordo com o Curandeiro Augusto Pye, - que agora não era mais um estagiário - Draco ainda estava iconsciente e também muito machucado, com uma perda significativa de sangue. Eu era incapaz de ficar imovél, estava assustada. Zabini saiu de uma das salas, seu rosto sem nenhum sinal dos cortes, apenas com a mão direita enrolada em uma especie de tala até cotovelo. Ele ergueu a outra mão ao se aproximar e sacudiu um pequeno frasco com um liquido laranja.
— Poção para os ossos. Quebrei os dedos e estou com o pulso aberto — disse ele sentando-se entre mim e Narciza Malfoy.
Narciza e eu não nos falamos desde que chegamos ao Hospital, ela fez questão de ignorar a cadeira ao meu lado e sentar-se uma cadeira depois.
Ergui as sobrancelhas para Zabini.
— Como aconteceu isso? — perguntei.
Ainda não havia recebido nenhuma explicação.
Ele franziu o labio e desviou o olhar.
— Eu não... me lembro de... muita coisa — murmurou pausadamente.
— Por favor, não minta pra mim — falei com desconfiança.
Ele franziu o cenho.
— Não estou mentindo — rebateu.
Suspirei fechando meus olhos.
— Com licença, familiares do Sr. Malfoy? — disse uma voz masculina.
Abri os olhos e me levantei num rompante, Narciza e Zabini imitaram meu movimento. Era o curandeiro Augusto Pye, uma prancheta flutuava ao seu lado, ele nos olhava com seriedade.
— Sou a mãe dele — se pronunciou Narciza, entrando na minha frente.
Controlei um suspiro e a contornei parando entre ela e Zabini, meu coração parecia se contorcer em meu peito.
— Tenho boas noticias — disse ele esboçando um sorriso.
Soltei o ar aliviada, Zabini sorriu para mim e lhe devolvi o sorriso.
— Então diga, quais são as boas noticias? — disse Narciza apressadamente.
— Bom, o Sr. Malfoy vai se recuperar, reagiu bem aos nossos tratamentos. Ainda esta repondo o sangue, mas teve grandes melhoras, esta dormindo nesse momento. Entretanto, vai precisar ficar alguns dias por aqui, pelo menos até que os ossos voltem para seu devido lugar ...
— Espere aí — interrompi o curandeiro, olhando para ele um pouco alarmada — como assim, "até que ossos voltem para seu devido lugar"?
Ele limpou a garganta - claramente incomodado por eu ter lhe cortado.
— Ele teve fraturas nas costelas e na perna do lado esquerdo. Esta tomando as devidas poções para que isso se resolva o mais rapido possivel — disse calmamente.
Assenti sem prestar muita atenção a expressão que fazia, estava desnorteada, zonza.
— Quantos dias mais o menos Curandeiro Pye? — ouvi Narciza perguntar.
Eu fitava o chão, tentando respirar direito e me manter em pé.
— Em torno de duas semanas Sra. Malfoy. Mas não se preocupe, o garoto vai ficar bem.
Ela suspirou alto, com alivio.
— Obrigada — disse Narciza.
Por fim levantei os olhos, o Curandeiro assentiu e saiu em direção as escadas, sua prancheta o seguindo. Narciza se sentou, deixando Zabini e eu ali, parados no meio da sala de espera.
— O que foi Granger? Não ouviu o cara? Draco vai ficar bem — disse Zabini.
— Eu ouvi, só ... Ainda não consegui assimilar direito o que aconteceu — respondi em voz baixa. Mesmo porque não faço ideia do que houve.

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora