Maldições Imperdoáveis

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POV. HERMIONE

Eu queria bater em mim mesma por ter sido tão desatenta. Lestrange mantinha sua mão em meu pescoço, ele flexionava os dedos como se estivesse tentado a me sufocar, suas unhas arranhando minha pele.
— Me solte — minha voz saiu baixa e abafada.
Ele riu, seu halito nojento soprando em meu rosto.
— Sabe porque você esta aqui ? — ronronou, os olhos brilhando de maldade.
Eu respirava irregularmente, somente a ponta de meus pés tocavam o chão. Eu não respondi, mesmo porque eu não conseguia imaginar o que se passava na mente de uma pessoa sem nenhuma sanidade mental. Ele abriu um sorriso sarcastico diante do meu silêncio, me puxou para frente e me empurrou contra parede de novo, com muito mais violencia. Eu fechei os labios com força, sentindo a dor se espalhar por meu tronco.
— Me diga Sangue-ruim, Draco esteve com você ? — rosnou.
Engoli em seco, meu coração acelerou e eu senti medo. Mas não por mim, por Draco; o modo que ele disse deixou claro de que se a resposta fosse positiva ele ia fazer alguma coisa contra ele.
— Não — falei num sussurro.
Ele tombou a cabeça para o lado.
— Esta mentindo pra mim, sangue-ruim ? — perguntou lentamente.
Balancei a cabeça em negativa, o maximo que consegui.
— Você esta mentindo pra mim — acusou aos gritos.
Me encolhi e tentei virar a cabeça para o lado, mas não consegui. Então ele me jogou no chão e se afastou, indo até uma morta grossa de madeira onde ele deu um chute, e logo retornou com a varinha em riste. Meus olhos se arregalaram e meu corpo tremeu.
— Crucio ! — gritou apontando pra mim.
Uma dor excruciante me atingiu, um fogo terrivel me devorando por dentro enquanto todos meus ossos pareciam estar sendo esmagados, virando pó. Ele não parava, continuava a me torturar e ria daquilo, estava se divertindo com minha dor. Sem conseguir segurar mais, eu gritei. Gritei por ele.

POV. DRACO

"Trapaças e Contra-Feitiços", lia-se na capa dura e embolorada do livro que eu segurava em minhas mãos. Muito tempo atras eu o roubei da sessão reservada de Hogwarts, me atraiu justamente por ser um dos livros proibidos. Eu estava ansioso com a possibilidade de encontrar alguma coisa útil ali. Achei o livro embaixo de um monte de caixas no porão da mansão, devia estar ali desde meu terceiro ano, quando perdi o interesse nele porque nada parecia divertido. Vasculhei as paginas prestando atenção em cada tópico, tentando achar alguma coisa que prestasse. Sentei ali mesmo no porão, pois sabia que ali ninguem iria me procurar. Achei um tópico sobre o Voto Perpétuo e comecei a ler avidamente:

" Aqueles que se submetem ao Voto Pérpetuo tem que ter plena consciência de que a única anulação para o contrato é a morte de um dos envolvidos. Entretando, o bruxo praticante de Artes Das Trevas, Philip Wenchaster, pesquisador de Contratos Magicos, diz ter descoberto um Contra-Feitiço que anula o Voto Perpétuo. De acordo com ele se trata de uma magia muito antiga, datada do século IV. Criada no Egito por algum bruxo desconhecido.

NOME DO ENCATAMENTO: Suffragium Omittere.

COMO EXECUTAR: O modo de execução deste encantamento é basicamente o mesmo modo de se fazer o Voto. É necessario as três pessoas que participaram do juramento. Unindo as mãos - juntamente com o Avalista - a pessoa que executou o Voto deve pronunciar o encantamento para que o mesmo possa ser desfeito."

Parei de ler nesse momento e ataquei o livro contra a parede, revoltado. Havia mais um paragrafo gigantesco sobre os riscos e efeitos-colaterais que eu ignorei. De nada me valiam aquelas informações, ja que para me livrar do Voto eu precisaria da colaboração de Rodolphus e sei que ele nunca concordaria com isso, obviamente. Bufando me levantei do chão e me apressei em direção a escada enquanto escondia a varinha em minha roupa. Estava subindo calmamente, lancei um ultimo olhar para tras, só para me certificar se não tinha esquecido o portão aberto e quando voltei a olhar para frente tomei um susto ao dar de cara com minha mãe no topo da escada. Engoli o nó na garganta ao me lembrar da cena que presenciei. Sempre que eu fosse olhar para minha mãe agora eu me lembraria daquilo.
— Sai da minha frente — rosnei baixo.
— Draco, você tem que fugir — ela sussurrou, a voz trêmula.
Aquilo me confundiu e levou embora toda a raiva que eu estava sentindo, franzi o cenho tentando entender.
— Você precisa ir o mais rapido possivel — sussurrou olhando para trás brevemente.
Arqueei uma sobrancelha.
— Porque eu faria isso ?
— Porque ele sabe Draco. Ele sabe que você esteve com a sangue-ruim, ele foi atras de você. Ele vai mata-lo meu filho — ela murmurou alarmada.
Eu ainda não estava assimilando direito. Ela tentou pegar a minha mão mas eu puxei para longe dela, olhando-a com desprezo.
— Não encoste em mim — sibilei.
— Draco, me perdoe ...
— Ah, não. Por Merlim ! Não comece com isso, por favor. Se tem mesmo alguma consideração por mim não venha me pedir perdão — falei, meu tom seco e firme.
Ela abaixou a cabeça e franziu os labios, então voltou a me olhar.
— Não é pelo o que você viu que estou pedindo perdão — ela disse, sua voz soou firme e contida.
Sentia que meu cerebro ía dar um nó, eu não estava entendendo nada do que minha mãe falava.
— Me da licença, quero ir para meu quarto — falei impaciente.
— Você não pode. Não tem muito tempo, precisa ir Draco ! — ela disse com urgência.
— Argh ! Mas que merda esta acontecendo ? — grunhi.
— Ele sabe que você o desobedeceu Draco, ele quer matar você ! — insistiu ela.
Bufei e cruzei os braços no peito.
— Como ele pode saber ? — falei com desdém.
Ela hesitou.
Respirei fundo tentando me manter calmo. Aquilo não era possivél, eu tinha tomado todo o cuidado para não ser pego, garanti que ele não fosse perceber e tinha certeza absoluta de que ele não tinha me seguido. Isso só podia ser alguma armação da minha mãe para que eu falasse com ela e o pior era que estava funcionando, ja que eu continuava ali parado, esperando ela prosseguir.
— Eu não posso explicar agora. Só acredite em mim, filho ! — ela murmurou.
Eu ri pelo nariz e passei por ela falando:
— Se não tem nada melhor para fazer, eu tenho !
— Tome cuidado, Draco — ela disse a minhas costas, o tom serio.
Ignorei e subi as escadas de dois em dois degrais, entrei em meu quarto e usei um feitiço para manter meu quarto livre de qualquer tentativa de invasão. Peguei a foto de Hermione que eu largara na poltrona e me joguei em minha cama, olhando a foto como se ela estivesse realmente ali, rindo pra mim. Foi com a foto ainda em mãos que peguei no sono.

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora