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POV. DRACO

Passei uma semana inteira enfiado naquele Hospital, encarando as paredes. Foi um saco ter que repitir a historia para minha mãe, a cada palavra ela ficava mais histerica. Para o Hospital a historia teve que ser outra, Blás e eu concordamos em dizer que caimos da vassoura durante uma partida de qualdribol. Ninguém nos questionou e acreditaram em nossa historia. Eu não queria o Ministerio na minha cola, ninguem precisava saber que estivemos la e nem que Rodolphus estava vivo. No outro dia, de acordo com Hermione, o que aconteceu aquela noite - ou melhor, o que deduziram que aconteceu - estava em todos os noticiarios Trouxa. Claro que não demorou muito pro Ministerio se envolver e constatar que a familia foi assassinada pela Maldição da Morte. Ligaram o caso, com outro, os Burkes, foram assassinados da mesma maneira e eu não tinha nenhuma duvida de que havia sido Rodolphus o culpado. Eles estavam empenhados na investigação e pro meu azar, quem chefeava o caso era Potter. Tinha receio de Hermione não se conter e contar tudo a ele, ela estava assustada ainda. O problema mesmo é que usaram minha varinha no segundo assassinato e eles me culpariam na mesma hora, sem esperar explicações. Seria facil assim, eu fui um Comensal da Morte, porque não culpar a mim? Era isso que eu queria evitar escondendo o que realmente aconteceu de todos, exeto de Hermione e minha mãe. Não tive coragem de contar pro Blásio que ele assassinara uma garotinha inocente, ele não lembrava e a culpa não foi dele, ele não precisar ser assombrado por isso pelo resto da vida. Seu nome era Lizie Hamsonn, e ela tinha apenas 6 anos de acordo com o Profeta. Agora eu tinha um novo pesadelo, e Lizie sempre estava nele, em seus ultimos momentos; o que me deixa ainda pior era que esse pesadelo se alternava com o outro, se embaralhando, como se fosse um só. Os olhos verdes de Lizie se misturavam com os os olhos castanhos de Hermione, tudo acabava com um grito estrangulado vindo do fundo da minha alma.
 

1 MÊS E MEIO DEPOIS 

Seu perfume estava por toda a parte. Hermione e eu estavamos em seu quarto, deitados em baixo do edredom, sem roupas. Ela apoiada em meu peito, respirando comigo, no mesmo ritmo. Eu roçava o nariz em seus cabelos, feliz de estar ali. La fora estava nevando, faltava um dia para a véspera de Natal, eu queria que ela estivesse comigo nesse dia, mas o Santo Potter teve que escolher justo essa data dentre outras 364 para pedir a Weasley femea em casamento! Seria o segundo Natal sem meu pai. Ja fazia uns três anos que não tinhamos um Natal "normal". Desde a volta de Voldemort para ser exato. Não que as outras vezes tenha sido bom; quando eu era pequeno só me importava com os presentes, não estava nem aí para quem fosse a minha a casa ou na casa de quem eu ia. Mas depois, quando cresci, vi o quanto era estranho. Minha familia inteira se juntava para um glorioso banquete, as conversas eram podres e não se ouvia uma risada. Depois do banquete as mulheres iam para a sala conversar sobre o que ganharam de seus maridos ricos e os Homens para a sala de jantar para falar de negocios, dinheiro e o quanto se arrependeram do matrimonio. Era nessa hora que eu subia pro meu quarto e me trancava la até o dia que tinha de voltar a Hogwarts.
– Fica comigo – falei de repente, quebrendo o silencio.
Ela passou a unha entre meu torax.
– Eu estou com você – respondeu de modo confuso.
– To falando do Natal – esclareci, meu tom saiu mais acre do que eu pretendia.
Ela continuou subindo e descendo com a unha, me causando arrepios.
– Sabe que não posso. Harry espera que eu vá, é um dia importante para ele – seu tom era contido.
Bufei.
– Mande Potter para o quinto dos infernos, talvez ele queira fazer uma visitinha pra Voldemort la – falei irritado.
– Draco, menos – advertiu.
Suspirei.
– Não tenho nenhuma chance de te fazer mudar de ideia? – perguntei, quase suplicante.
Não queria parecer tão dependente dela, mas, era tarde demais para fingir. Ela se apoiou no cotovelo e me olhou, mordendo o labio, seus olhos brilhavam com a luz clara do abajur.
– Prometo ser o mais breve possivel – disse ela devagar.
Uma risada chiou em minha garganta.
– E depois? 
– Depois, sou toda sua! – dizendo isso sorriu, mostrando todos os dentes.
Semicerrei os olhos, ja sabendo que não a veria na vespera de Natal. Ela voltou a se deitar, depositou um beijo em minha costela e suspirou.
– To tão cansada – disse ela.
Esbocei um sorriso malicioso que ela não pode ver.
– Claro que esta, eu mando muito bem – falei em tom de zombaria.
Um riso fraco repicou de seus labios.
– Não tem nada a ver com você. Seu metido! Só estou com sono – retrucou.
Ri pelo nariz.
– Vou fingir que acredito – alfinitei.
Ela bocejou.
– Boa noite meu amor – disse ela baixinho.
Era a primeira vez que ela me chamava de "meu amor", senti meu peito esquentar, sorri para o teto gostando de como aquelas palavras soavam ditas para mim. Beijei o topo de sua cabeça com suavidade, ela ja ressonava, dormindo.
– Boa noite meu amor – sussurrei, um pouco tarde demais, fechando meus olhos.

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora