Retornando

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POV. DRACO

Abri meus olhos ainda sonolento, olhei em direção a janela e vi que estava amanhecendo. Droga, suspirei. Hoje voltaria a Hogwarts, a pedido de minha mãe, é lógico, se dependesse de mim nunca mais pisaria naquele lugar. Não sei se irei suportar até o fim do ano, mas quero que a minha mãe fique bem e satisfeita. Com a morte de meu pai ela parece mais triste, embora eu pensei que para ela era melhor que ele estivesse à sete palmos, mamãe andava cabisbaixa e quase não conversava. Ainda não sei como me sinto com a morte de Lucius, meu pai. Não posso dizer que sinto falta dele, seria a maior mentira que já contei - e eu sou meio que experct em contar mentiras. Alguns meses depois de ir para Askaban meu pai foi condenado ao beijo do Dementador. Não deve ter sido agradável e procuro não imaginar a cena.

Levantei-me e me arrastei até o banheiro, precisava relaxar, e um bom banho seria o meu escape. Minutos depois alguém bateu na porta.

– Já vou sair – respondi automaticamente, sabia que era minha mãe.

– Não demore, Blás acabou de chegar e esta esperando por você para tomarem café.

Respirei fundo e desliguei o chuveiro momentos depois. Me troquei e com um aceno da varinha coloquei tudo o que precisava levar em meu malão. Desci desanimado até o primeiro andar, onde encontrei minha mãe e Blás sentados à mesa.

– E aí cara – disse Blás, animado.

– E aí – forcei um sorriso.

– Nossa cara, você está péssimo! 

– Cale a boca – retruquei em um murmúrio. 

– Coma Draco – disse minha mãe, lançando-me um olhar de advertência.

Peguei meu prato e comecei a revirar minhas torradas, mal prestando atenção ao que Blás começara a dizer. Estava lembrando de como me senti em meu primeiro dia em Hogwarts, inseguro e desconfortável. Seria mais o menos como naquela época agora, talvez um pouco mais sinistro. 

Depois de tomarmos café fomos para a estação, todos lançavam olhares em nossa direção, alguns com pena, outros com raiva. Ergui minha cabeça e segui como se ninguém ali fosse digno da minha presença – velhos hábitos custam a morrer. Me despedi da minha mãe e entrei no trem com Blás, andamos um pouco procurando Nott e o achamos alguns minutos depois; estava em uma cabine junto com a Pansy. Ela sorriu ao me ver e se levantou e para me abraçar com força.

– Draco! Senti sua falta – disse ela, e  sussurrou em seguida – principalmente a noite.

Me desvencilhei dela irritado.

– Da o fora – repliquei, mordaz.

– Como é ? – disse ela, parecia indignada com a minha reação.

Peguei ela pelo braço e a coloquei pra fora da cabine fechando a porta. Pansy permaneceu ali, parada, sem acreditar no que eu tinha feito. Sentei-me e só então reparei que Blás e Nott me encaravam.

– O que foi? 

– Nada ué – disse Nott desviando o olhar com um sorriso no rosto, Blás limitou-se a rir – E aí, como acha que vai ser esse ano? 

– Um saco! – respondi.

Nott riu.

– Pensamento positivo cara. Será que vai ter alguma aluna nova? Quer dizer, do nosso ano?

– Espero que sim – respondeu Blás com um sorriso malicioso.

– Eu vou dar uma volta – decidi de repente. 

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora