"Tão bom, tão ela, tão certo."

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Draco me abraçava por trás, sustentando meu peso - o emocional e o fisico -, seu nariz roçando minha nuca, levando minha imaginação a lugares perigosos enquanto esperavamos do lado de fora da grande casa vitoriana de Pansy Parkinson. 

Uma luz se acendeu no segundo andar, puxei Draco para o meu lado, ele suspirou, seus dedos engancharam-se nos meus. Um minuto inteiro se passou, a luz de fora foi acesa, inconscientemente apertei a mão de Draco. 

A porta se abriu, Parkinson franziu o cenho para nós, sua expressão uma mistura de confusão e choque. 

— Vocês ? — murmurou.

Engoli meu orgulho. 

— Desculpe, sabemos que é tarde mas eu precisava conversar com você. 

— Comigo ? 

— Podemos entrar ? — disse Draco ao meu lado.

Ela nos encarou por alguns segundos, por fim abriu mais a porta para nos dar passagem. 

. . . 

— Então, o que vocês querem comigo? 

Perguntou quando nos acomodamos em seu sofá. Percebi na hora a pose de quem precisava e queria se defender, abusei disso tantas vezes. 

— Estou aqui por causa do Ronald — comecei. 

Sua expressão vacilou por um segundo, mas logo em seguida ela trincou o maxilar, esperando que eu continuasse. 

— Conheci Jeb, seu filho, a algumas semanas através do Ron … 

Troquei um olhar com Draco, ele assentiu ligeiramente, incitando-me a continuar. Meu olhar retornou a Parkinson.

— Um menino muito educado o teu, por sinal. Mas na ocasião não pude deixar de reparar como Jeb tem olhos diferentes. . .

Pansy engoliu em seco, seus olhos vagando para cima reluziam de lágrimas, um pequeno e triste sorriso em seus lábios.

— Meu filho tem os olhos do pai. — ela murmurou. 

Encarei a mulher em minha frente, minha antipatia por ela se desfez assim que percebi o quanto ela estava quebrada. Mordi meu lábio com apreenssão, desviando o olhar para o lado oposto a que Draco estava. 

Meus olhos se detiveram em um porta retrato de moldura prateada. 

Mas não foi a moldura que me chamou atenção, fora garotinho que sorria na foto. Seu cabelo bagunçado, sua expressão com ar de diversão e seus olhos azuis. 

Azul, não cinza. Um azul tão suave e familiar.

Respirei fundo, soltando a mão de Draco e inclcinando-me para tocar a mão dela, compadecida com minha antiga inimiga de escola. Pansy enrijeceu sobre meu toque, fitando minhas mãos.

— Pansy, de quem são os olhos de Jeb? Eu sei que os conheço.

Ela úmideceu seus lábios, evitando olhar para meus olhos, sua voz decaiu um décimo quando respondeu.

— Eu não sei sobre o que você esta falando.

— Você sabe de quem são aqueles olhos, e eu também sei.

Seus olhos cruzaram rapidamente com os meus depois desviaram-se para cima mais uma vez.

— Mas Jeb não sabe.

Eu vi toda a tristeza, em cada palavra e em cada gesto, era assim quando eu falava de Draco ? Tão … quebrada.



POV. DRACO

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora