Wine Ans Selfshness

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Um dia ruim, mais um dia ruim.

Estava começando a pensar que talvez houvesse um imã em minhas costas que atraísse apenas problemas. Era para ser apenas um almoço entre colegas de trabalho, começou com uma conversa simples; falamos sobre o período em que estudamos em Hogwarts, sobre comida, as dificuldades no trabalho e então chegamos ao assunto "estado emocional". Alfred queria saber porque eu estava mal, e a princípio eu não quis falar, mas depois pensei "porque não?". Seria bom conversar com alguém de fora, completamente neutro - pelo menos era o que estava pensando quando comecei a me abrir sobre Draco, Ronald e toda aquela bagunça. Não sei em que momento Al confundiu as coisas - eu estava entorpecida lembrando-me de cada palavra de Ronald, tentando assimilar o que aconteceu. 

— Detesto te ver assim — ouvi Alfred dizer, sua voz proxima demais, chamando-me atenção. 

Ergui meus olhos para ele e paralisei com a proximidade, não esperava que ele estivesse tão perto assim. Ele inclinou o rosto para o meu, eu sabia o que ele pretendia fazer, um "não mudo escapou por meus lábios, procurei minha varinhas as cegas enquanto pensava em como agir diante daquilo sem chamar a atenção de todo o restaurante. Não tive tempo, durou dez segundos exatos, de repente Alfred estava no chão e Draco estava ali, cuspindo fogo. 

Ele não me deixou falar, meu coração estava batendo forte, ressoando em meus ouvidos, tanto que eu quase não conseguia ouvir o que se passava a minha volta. Tudo ficou em silêncio dentro de mim depois que ele gritou comigo. Então ele se foi, saiu por aquela maldita porta, me deixou para trás, paralisada e aos pedaços.

Acho que quem estava ao redor deve ter ouvido meu coração trincando.

Era só mais um dia ruim, muito ruim.

Mas eu já tive tantos. Não existe uma cota com Merlin para dias ruins? Eu acho que já passei o limite para uma vida inteira.

. . . 

— Ele lacrou a lareira ! Ele teve a audácia de cortar a ligação entre as nossas lareiras ! 

Minhas mãos foram lançadas para o ar de pura frustração, eu tinha acabado de cruzar o estado de negação para raiva. Eu havia ido até o apartamento dele, bati na porta, tentei destranca-la com meu bom e velho Alohomora, tentei aparatar para dentro, mas não obtive sucesso em nenhuma das minhas tentativas. Eu precisava tentar, precisava explicar que tudo não passara de um mal entendido. Mas Draco não queria me ouvir, retornei para casa e decidi tentar através da Rede de Flu. Acabei ganhando alguns amatomas quando aterrissei na foligem e quase dei de cara com um muro de concreto, feitiço nenhum colocou aquele muro abaixo. 

Dominada por raiva fui ao primeiro lugar que me ocorreu: Largo Grimmauld, número 12. 

— Compreensível — Gina murmurou.

Eu andava de um lado a outro e parei no instante em que ouvi aquelas palavras. Encarei Gina embasbacada, descrente com o que tinha acabado de ouvir.

— Sério Ginevra ?

— Ele viu você com outro cara em um clima bem suspeito, então sim, a recusa dele em querer conversar é compreensível. E não me chame assim — grunhiu a última frase. 

Suspirei. 

— Eu faria melhor se fosse comigo: o muro seria para cair na cara de Harry. 

— Obrigada — resmunguei. 

Gina suspirou, bebiricou em seu copo de Hidromel e deu dois tapinhas na cadeira ao seu lado. 

— Venha afogar as mágoas Mione. 

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora