Novo Problema

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POV. HERMIONE

Ao ouvir aquele nome não sei o que aconteceu comigo, parecia que meu estomago ia sair pela boca, minhas pernas vacilavam. Eu tentei falar mas não saiu som nenhum da minha boca. Um pânico horrivel tomou conta de mim e então tudo escureceu.

— Hermione, por favor, por favor — murmurava uma voz conhecida, em tom de preocupação, beirando ao desespero.
Minhas palpebras tremeram e pisquei algumas vezes, em seguida abri meus olhos, encontrando o rosto de Draco bem proximo ao meu. Ele soltou um suspiro aliviado, o rosto se suavizando.
— Hermione, você esta bem? — murmurou ele.
Me impulsionei para cima para me sentar e acabei batendo com a cabeça na de Draco. Ele se afastou esfregando a testa, eu voltei a deitar, agora além de tonta com a cabeça dolorida.
— Que droga Hermione — resmungou Draco.
— Ninguem mandou ficar com a cara colada na minha — resmunguei também.
Ele bufou e voltou para perto de mim, dessa vez mantendo uma distância segura entre nossos rostos.
— Como você ta se sentindo? — tornou a perguntar.
— Tonta e com a cabeça doendo — respondi — sinto meu corpo mole...
— Nada fora do normal então — zombou ele.
— Você é tão hilario Draco, eu to rindo muito, sério. Só não demonstro — falei acre.
Ele estava me deixando irritada, não era o momento para piadinhas.
— Acho melhor irmos pra casa — falei fitando o teto escuro e empoeirado.
Ele franziu o cenho.
— Também acho — concordou ele franzindo o cenho.
Fiz menção de me sentar novamente, ele se apressou em me apoiar, segurando-me nas costas. Sentei e pontos pretos tingiram minha visão, coloquei a mão na testa e fechei os olhos querendo me livrar daquela sensação horrivel. Senti ele colocar meus cabelos para tras, ele me deu um beijo suave e curto nos labios. Abri os olhos e seus olhos nublados estavam nos meus.
— Passamos a noite na mansão ... — começou ele.
Ergui a mão para que ele parasse de falar e assim ele fez.
— Draco, não vou passar a noite la — falei.
Ele suspirou e abaixou a cabeça, ficou em silêncio alguns segundos; por fim ergueu a cabeça, seus olhos analisando cada detalhe de meu rosto enquanto falava.
— Não vou conseguir dormir tranquilo com você longe, muito menos com o louco do meu tio perambulando por aí! — fez um gesto indicando a rua — E também não posso deixar minha mãe sozinha. A ultima vez que vimos meu tio não foi muito agradavél — concluiu franzindo a testa.
Suspirei também, olhando para cima, eu não conseguia imaginar nenhuma ocasião sendo agradavél na presença de Rodolphus Lestrange, mas tudo bem. 
Mordi o labio encarando-o, ele parecia tão aflito que resolvi ceder.
— Tudo bem, mas só essa noite — falei rapido, meio contrariada.
Ele sorriu de lado, de um jeito que só ele sabia. Draco se levantou e estendeu as mãos para mim, me apoiei nelas e levantei também. Passei a mão por minhas roupas, ajeitando as partes amassadas, peguei minha mochila do chão e joguei por sobre o ombro. Draco segurou minha mão entrelaçando nossos dedos e então me senti sendo puxada para dentro de meu proprio umbigo, aparatamos. 
Diante de mim se encontrava o grande portão que dava entrada a mansão dos Malfoys, larguei a mão de Draco e cruzei os braços no peito, desejando estar em qualquer outro lugar menos ali - as duas vezes que ali estive foram mais do que desastrosas. Pra mim aquele lugar era azarado, isso sim! Senti meu rosto queimar enquanto Dranco me encarava, ele expirou e puxou meu braço para baixo, pegando novamente minha mão. Torci a lingua na boca, me arrependendo de ter concordado. Draco colocou a varinha no ponto de identificação e entramos. Soltei um gemido ade agonia inconscientemente. Ele parou no caminho até a porta e me fez ficar de frente pra ele.
— Eu sei que é complicado pra você, mas não precisa se preocupar. Minha mãe deve estar em coma a essa hora, podemos ir direto para meu quarto — disse ele calmamente, fazendo com que eu me sentisse um pouco melhor.
Estiquei a mão e afaguei seus cabelos, sorrindo um pouco.
— Vamos acabar logo com isso — murmurei.
Draco riu de mim, balançando a cabeça em negativa. Então voltou a me conduzir para a mansão mais uma vez. Eu não queria correr o risco de topar com sua mãe a essa hora, me sentia afobada, ansiosa para chegar logo ao seu quarto. Adentramos a mansão, estava mais escuro la dentro que la fora, Draco foi me guiando, ele conhecia bem o caminho e não queria chamar atenção acendendo a varinha. Subimos dois lances de escada, eu estava ofegante e estranhamente exausta, provavelmente por causa de meu desmaio. Pensar nisso me fez lembrar do motivo de estar ali, o tio de Draco. Em partes eu entendia o medo de Draco, seu tio provavelmente não mudara como ele e devia ser tão intimidador quanto a ... esposa - pensar em Bellatrix fazia meu estomago revirar, eu me sentia angustiada. Engoli em seco. Mas ele falou de ter ficado receoso de Rodolphus me ver e isso martelava em minha mente, parecia qie a resposta estava bem ali, mas me fugia, eu não conseguia raciocinar direito. Entramos em um corredor estreito, só o que eu via eram as maçanetas pratiadas, compridas e ondulantes, particularmente não entendia essa compulsão dos Sonserinos por cobras. Fomos até a ultima porta, Draco a abriu, com a mão em minhas costas me empurrou gentilmente para que eu entrasse, ele vindo logo atras de mim. A luz se acendeu e Draco fechou a porta a nossas costas. Seu quarto era o oposto do que eu imaginara na minha infância - achava que ele colecionava cabeças de Elfos como sua familia da parte dos Black, dentre outras coisas bizarras. As paredes são de um branco quase perolado, havia uma janela enorme na parede defronte a porta com grandes e pesadas cortinas pretas encobrindo-a. Do lado direito havia uma cama bem grande também, a cabiceira era preta e acolchoda, por cima um edredom verde esmeralda cintilava, travesseiros da mesma cor estavam por cima; na mesma parede haviam varios postêrs dos Falcons - o time que Draco torcia de quadribol -  e de algumas Veelas sem roupa, elas faziam uma pose, em seguida se endireitavam e mandavam beijos, patético claro. Olhei para ele com uma sobrancelha arqueada. Ele sorriu debochado e deu de ombros, mas percebi que estava meio corado. De frente para a sua cama, bem no meio havia uma enorme estante que ia do chão ao teto com varios brinquedos bruxos, me aproximei devagar da estante analisando todos, nunca vira nada igual, eles não ficavam diretamente sobre a estante, eles meio que flutuavam. Na parede da porta havia uma outra estante um pouco menor - ocupava só o centro - com livros, uma poltrona cinza chumbo se encontrava logo abaixo da mesma. Havia um tapete branco que se estendia por quase todo o quarto que parecia uma pelúcia. Olhei para cima e reparei que o lustre era uma grande cobra de cristal enrolada, os olhos eram verdes e hipnotizantes. Virei para Draco.
— Vocês Sonserinos são apegados demais em cobras — comentei em tom de quem se diverte.
Ele sorriu um pouco assentindo, colocou as mãos no bolso e veio caminhando até mim, me envolveu em um abraço apertado enterrando o rosto em meus cabelos, respirou fundo em meu pescoço me deixando arrepiada, retribui seu abraço e ficamos daquele jeito por alguns minutos, sentia seu coração sobre o meu. Ele levantou o rosto, fitando-me.
Incapaz de me conter soltei uma das mãos que o envolvia e coloquei sobre a boca, bocejando.
— Precisa dormir — disse ele, era quase uma repreensão.
— Olha quem fala — resmunguei sonolenta.
Ele riu pelo nariz.
— Eu queria tomar um banho antes — murmurei mordendo o lábio.
— Meu banheiro é ali — disse indicando com a cabeça uma porta mogno no canto direito do quarto — eu vou buscar alguma coisa pra comer, quer um chá? — perguntou com um sorriso no rosto, ja se afastando de mim para sair. Assenti e sorri de lado, ele virou-se e saiu fechando a porta. Fiquei ali parada mais alguns segundos fitando a porta, bocejei mais uma vez. Estava acabada. Coloquei minha mochila em sua cama, peguei minha camisola e minha calcinha, coloquei a mochila na poltrona e fui para a porta que Draco indicou como sendo um banheiro, girei a maçaneta e entrei. Ri comigo mesma, era tão extravagante quanto Draco com 11 anos. Era grande, com uma banheira prateada e espaçosa bem no meio do cômodo, ao fundo uma janela comprida de vitral verde, no lado esquerdo havia uma bancada em marmore com uma pia prateada como a banheira, do outro lado havia um box com uma ducha e um vaso sanitario lustroso e impecavelmente limpo. Tirei minha roupa e entrei na ducha, olhando para cima deixei a agua quente percorrer meu rosto e meu corpo. Me sentia tão indisposta - e tinha passado o dia bem, apesar do susto que Draco me deu ao falar de seu tio, mas bem. Não aguentando mais ficar em pé desliguei o chuveiro, me sequei e me troquei rapidamente. Sai do banheiro e Draco ainda não tinha voltado, mordi o labio inferior enquanto encarava a cama. Minhas palpebras pesaram; sabia que se deitasse ia dormir mas Draco estava demorando demais, me apressei para a cama, puxei o edredom e me deitei, me aconchegando ali, meus olhos se fechando automaticamente.
 

POV. DRACO

Eu tinha descido para ir a cozinha, estava passando pela sala de jantar quando notei a luz da biblioteca acesa *minha mãe esta acordada* pensei. Com uma olhada rapida para as escadas me adiantei em direção a biblioteca. A porta estava entre aberta, mesmo assim dei duas batidas rapidas e fracas antes de adentrar o cômodo. Como imaginei era minha mãe, ela estava de costas para mim, sentada na poltrona com um livro nas mãos, eu sentia um cheiro horrivel de café. 
— Mãe? — chamei.
Ela olhou por sobre o ombro, ao me ver largou o livro e levantou-se, virando de frente para mim, os braços abertos me convidando para um abraço. Dei um sorriso fraco e a abracei para logo em seguida solta-la.
— Achei que só fosse voltar na vespéra de Natal — disse ela surpresa, com um leve tom de sarcasmo.
Dei de ombros.
— Aconteceu um imprevisto — falei com um sorriso duro.
Minha mãe passou a me analisar com atenção, ela sabia que eu não voltaria assim, por nada, ainda mais depois de termos discutido sobre eu ir viajar com Hermione; vi preocupação em seu rosto.
— O que foi que aconteceu? — perguntou ela apreensiva.
Tomei folego para contar.
— Eu vi o Rodolphus mãe — falei bem devagar — meu tio esta vivo — terminei falando cada palavra pausadamente.
Ela me olhava incrédula, balançando a cabeça em negativa.
— Não fale bobagens Draco, Lestrange morreu! — disse ela, a voz falhando.
— Eu sei o que eu vi Mãe, por isso voltei, fiquei preocupado com você e ... com a Hermione — contei.
Ela franziu o cenho e passou a andar de um lado a outro - dela que adquiri esse habito.
— Isso não é possivel — sussurrou.
— Trouxe Hermione para dormir aqui, só por precalção. Tive a sensação de que ele sabia que eu ia estar naquele jogo — falei.
— A garota esta aqui? No jogo? Onde exatamente você viu seu tio? — bombardeou minha mãe.
— Eu o vi durante uma partida de quadribol na Alemanha, ele estava na mesma arquibancada que eu. O desgraçado ainda sorriu pra mim daquele jeito doente que ele faz antes de sair correndo — contei, lembrando-me.
Minha mãe parou me olhando com atenção.
— Isso não pode ter sido ao acaso meu filho... Percebeu se alguém seguia vocês? — fiz que não com a cabeça — Aposto que era exatamente o que ele estava fazendo.
Quando ela disse isso senti meu corpo estremecer levemente, parecia impossivel essa hipótese em minha cabeça, mas fazia sentido. Seria coicidência demais, dentre milhares de pessoas e dezenas de arquibancadas ele esta bem ali, a menos de um metro de mim. Cruzei as mãos nas costas, desconfortavel com a ideia dele estar me seguindo.
— E porque ele faria isso? — indaguei, ainda incerto.
— Não temos como ter certeza meu filho, e até la acho melhor você se afastar dessa garota, pelo menos até sabermos o que de fato esta acontecendo e o que ele quer — disse ela calmamente, os olhos distantes, pensativa.
Bufei, sempre tinha alguém para atrapalhar minha vida. Talvez eu estivesse fadado a desgraça.
— Eu não posso fazer isso mãe — murmurei, sentia meu peito apertado.
— Mas vai ter que fazer, pelo nosso bem e o dela — respondeu voltando seu olhar para mim.

Subi as escadas me sentindo cansado mentalmente. Eu precisava de mais tempo para absorver o que estava acontecendo. Queria desesperadamente saber o que Rodolphus queria, SE é que queria alguma coisa, talvez minha mãe estivesse errada e aquilo fora totalmente obra do acaso. Era o que eu tentava dizer a mim mesmo, me convencer, mas não tava rolando. Sentia em meu interior que coisa boa não era. Entrei em meu quarto e me deparei com Hermione dormindo tranquilamente em minha cama. Sorri ao ve-la daquele jeito, toda encolhida, agarrada a um dos travesseiro com um leve sorriso nos labios. Fechei a porta e me aproximei devagar, sem querer fazer barulho e acorda-la. Fiquei alguns minutos observando-a dormir, as palavras de minha mãe ecoaram em minha mente "acho melhor você se afastar dessa garota ...". Meu sorriso desapareceu instantaneamente. 
 

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora