POV. DRACO
Quando anunciei que iriamos para o Brasil, Hermione pareceu bem surpresa, seu pai não parecia estar gostando muito da ideia e sua mãe mostrava preocupação. Que ótimo! Ficariamos ali empacados eternamente. Eu estava impaciente. Um silêncio esquisito baixou na sala, o unico barulho que se ouvia vinha da televisão e dos dedos de Hermione que ela estralava repetidamente enquanto passava os olhos por seus pais. Afinal pra que diabos ela tinha que pedi permissão?! Ela era maior de idade, dona de seus atos perante a lei bruxa. Foi o meu grande argumento contra a minha mãe. Depois que consegui ir para o meu quarto, como previsto ela apareceu por la para me passar sermão, dizendo que eu era irresponsavel por estar dormindo com uma nascida trouxa. Isso pra mim não importava mais - pelo menos não quando se tratava de Hermione. Não podia negar que ainda era desagradavel para mim estar na presença de seus pais, não por timidez, ou receio, mas pelo fato de não terem sangue bruxo correndo em suas veias. Mas era uma situação que eu conseguia controlar bem e que eu estava tentando ver com outros olhos.
— Bom ... se é o que quer fazer Hermione — disse seu pai devagar quebrando o silêncio, olhando de mim para ela rapidamente.
Comemorei internamente, mas mantive-me impassivel por fora.
Hermione assentiu e levantou-se, abraçou seus pais e caminhou em minha direção, parou em minha frente.
— Espere aí — murmurou ela, em seguida subiu as escadas correndo.
Suspirei e coloquei as mãos no bolso, a sua espera.
— Rapaz? — disse seu pai chamando minha atenção.
Olhei para ele com ar de curiosidade.
— Quais são suas intenções com a minha filha? — perguntou em tom sério me pegando desprevinido.
— Somos amigos — menti com um dar de ombros.
Seu pai cruzou os braços sobre o peito.
— Não sou cego rapaz, sei o que esta acontecendo — disse ele.
Limpei a garganta constrangido.
— Cuide bem dela, estarei de olho em você — alertou ele, o tom de voz controlado. Eu apenas assenti, um pouco tenso.
— Esta de olho em quem? — perguntou Hermione desconfiada surgindo ao pé da escada. Ela descia, uma mochila azul marinho pequena nas costas. Sorri para ela assim que ela se aproximou.
— E quando vocês voltam? — quis saber a Sra. Granger.
Hermione e eu trocamos olhares.
— Antes do Natal — respondeu.
Olhei para ela curioso com sua escolha.
— Vai com Deus filha — disse sua mãe, puxando-a para um abraço rapido. Hermione soltou-se da mãe e beijou seu pai no rosto.
— Tchau pai — disse ela.
— Tenha cuidado — respondeu o Sr. Granger, seu olhar caiu sobre mim cheio de significado. Forcei um sorriso.
— Até logo Sr. e Sra. Granger — falei.
Hermione pegou em minha mão e aparatamos.Nos encontravamos em uma rua de pedras, em um lugar que eu conhecia bem. Tia Bella e meu tio Rodolphus se esconderam aqui um tempo logo quando fugiram de Askaban em meu quinto ano, mas eu deixaria essa parte de fora.
— É um bairro trouxa? — perguntou Hermione olhando a sua volta.
— Também. — respondi — Há muitos bruxos que vivem aqui.
Ela mordeu o labio inferior sorrindo, não consegui evitar de sorrir também ao ver a expressão em seu rosto. Ja era noite aqui em Goias, estava quente, a rua deserta.
— Nossa! — escutei Hermione exclamar em voz baixa.
— O que foi? — perguntei olhando na direção em que ela olhava.
— Um Jaguar e-Type de 1961 — respondeu ela apontando para um carro vermelho estacionado um pouco distante do outro lado da rua.
Olhei sem muita empolgação; eu sabia o que era um carro por causa de Blás, ele era fascinado neles! Mas particularmente preferia vassouras.
— Gosta de carros? — eu quis saber, curioso.
— Gosto de clássicos — respondeu ela, virando-se para sorrir pra mim — sempre me imaginei dirigindo um desse — contou.
— Então hoje é seu dia de sorte — falei dando um sorriso malicioso, então atravessei a rua rapidamente, olhando para os lados.
— Draco o que vai fazer?! — escutei Hermione perguntar alto, ao ver que eu ia para o carro.
Peguei na maçaneta e tentei abrir, mas estava trancado.
— Draco, o que ta fazendo?! — disse Hermione bem atras de mim em tom de sensura. Não havia escutado ela se aproximar.
— Você disse que sempre se imaginou dirigindo um desses — falei, em seguida contornei o carro e pulei para dentro ao mesmo tempo em que Hermione grunhia um "sai desse carro Malfoy". Ignorando-a dei dois tapinhas no banco do motorista, convidando-a a entrar também.
— Vem Granger — chamei, colocando as mãos atras da cabeça encostei no banco e a olhei sorridente. Ela estava hesitante.
— Isso é roubo! — advertiu ela.
— Claro que não. É só um empréstimo — falei em tom de quem se diverte.
Ela mordeu o labio inferior por alguns segundos e então passou uma perna e depois outra por cima da porta do carro e sentou-se ao meu lado. Sorriu e balançou a cabeça em negativa.
— A vida não tem graça se não quebrarmos algumas regras, certo? — falou ela parecendo empolgada.
— Exatamente Granger, assim que se fala — respondi — mostre o que sabe fazer com isso sabe-tudo — falei sorrindo desafiodaramente a ela.
Hermione pegou a varinha e apontou para o volante, provavelmente usando um feitiço não verbal; o carro roncou em baixo de nós, Hermione me olhou e piscou, em seguida o carro entrou em movimento, correndo, transformando as arvores em um borrão. O vento passava por nós gelado e bom, era quase como voar. Quase. Ela sorria de orelha a orelha guiando o carro, uma de suas mãos deixou o volante e apertou um botão proximo, uma musica tocava, me toquei de que se tratava de um radio. Hermione girou um outro botão deixando o som estrondosamente alto, uma voz masculina começou a cantar e passei a prestar atenção a letra. Endireitei o corpo apoiando o cotovelo na porta, gostando da sensação. Hermione entrava em qualquer rua, dirigia sem rumo. Fitei ela. Ela ainda sorria, seus olhos brilhavam de empolgação, o cabelo todo sendo jogado para trás com o vento, ela estava simplesmente estonteante! Ela me olhou brevemente, percebendo que eu a encarava. Minha expressão não devia ser das melhores, minha boca estava entre aberta, sentia a felicidade dela, sentia sua positividade invadir todo o meu corpo, me deixando leve. Dando a sensação de que as coisas seriam incriveis, de que meus problemas foram encerrados ali. Ela começou a cantar o refrão, quase mais alto que a musica. Sem perceber eu sorria, me sentindo privilegiado por estar ali com ela.
— Não é incrivel?! — gritou ela por cima da musica.
Assenti. Realmente era incrivel essa sensação de que eramos eternos, donos do mundo. Hermione chegou em uma ladeira e acelerou ainda mais. Ergui uma mão pro alto e gritei, sentindo-me livre. Seu riso repicou pelo carro, e ela também ergueu uma mão gritando. Minutos depois ela parou o carro na encosta de um morro. Dava pra ver o mar dali, a lua parecia gigante, como se estivesse a centimetros de nós. Ela se recostou no banco, olhando a frente com um ar contente. Me encostei também, minha cabeça virada em sua direção, observando seu peito subir e descer conforme ela respirava. Seus olhos pousaram no meu, percebendo que eu a encarava mais uma vez.
— Ta sendo como imaginou? — perguntei com a voz rouca, louco para beija-la.
— Esta sendo melhor do que imaginei — respondeu ela.
Essa foi minha deixa; estiquei a mão direita segurando na parte de tras de sua nuca e me aproximei ao mesmo tempo que a puxei colando nossos labios.
![](https://img.wattpad.com/cover/92889192-288-k869581.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Reverse - Dramione
Fiksi Penggemar"Minha vida toda foi uma cilada. Eu errei, fui fraco e me submeti a ordens de um mestiço imundo, virei um assassino e me orgulhava disso. A marca negra ainda estava ali em meu ante braço para me lembrar todos os dias do quão desprezivel minha vida e...