POV. HERMIONE
Perdoar e esquecer. São duas palavras que colocadas em pratica não é nada fácil. Perdoar incita esquecer. Esquecer incita ter certeza de o que quer que tenha acontecido, não acontecerá novamente. Mas eu não tinha essa certeza, toda a minha confiança havia se esvaido com as mentiras, com o abandono. Eu me sentia insegura e extremamente idiota cada vez que cedia. Idiota costumava ser uma palavra insignificante para mim, uma palavra que não se aplicava a quem eu era. No entanto, desde que Draco voltara a minha vida me sentia idiota, tola, confusa. Idiota porque - na minha concepção - se eu tivesse um pouco mais de amor proprio não me entregaria a ele depois de tudo; tola porque cada maldita palavra que saía da boca dele parecia tão sincera aos meus ouvidos, mas sempre havia aquela pontada de duvida me cercando; confusa porque eu não fazia ideia de como reagir, do que decidir. Naquele momento, enquanto esperava por uma resposta do lado de fora daquela sala, minha cabeça estava a milhão, meu corpo um turbilhão de emoções e sensações. Eu andava de um lado a outro, a cada virada vacilando em meu salto agulha, o coração apertado e descompasado. Aquela maldita angustia não passava, eu estava a beira de ter uma crise seria de ansiedade, estava tremendo de medo. Meu maior medo era descobrir que a historia dele não passava de uma grande mentira. Eu não sei se aguentaria outra mentira, talvez até me desse forças para me afastar completamente. Outra decepção com certeza iria doer como o inferno. Eu queria tanto acreditar nele, depositar esperança e fé naquele homem, só mais uma vez. Ri comigo mesma. Eu estava mesmo tentando me convencer de que o perdoaria uma ultima vez ? Era patetico. Gina tinha razão, no fim das contas, eu sempre cederia. É isso que se faz quando se ama verdadeiramente, nós nunca desistimos, sempre vale a pena tentar de novo. Mas eu não queria ser esse tipo de pessoa, eu não podia ser, isso me feria, fazia com que eu me sentisse fraca. Fraca por não conseguir dizer "não" a aquele lindo par de órbes cinzas. Porque tinha que ser tão dificil resistir a ele ? Gemi agoniada e resolvi me sentar - pela quinta vez em uma hora. Esperar estava me deixando louca.
Mais uma hora. Eu estava passando mal, um calor absurdo tomou conta de meu corpo. Eu precisava vomitar. Levantei e sai correndo pelo corredor em busca de um banheiro.Encontrei um assim que virei o primeiro corredor, rumo ao elevador. Adentrei o banheiro em passos vacilantes, graças a Merlin estava vazio. Escancerei um dos box e me coloquei de joelhos diante de um vaso sanitario. A ânsia veio violentamente, mas nada saiu. Isso se repitiu algumas vezes, até que consegui controlar a movimentação em meu estomago. Cambaleei até a pia, ali apoiei minhas mãos no marmore gelado, encarando-me no espelho. Eu estava pálida, suor brotava em minha testa, meu corpo formigava e tremia, o ar parecia preso em meus pulmões. Crise de ansiedade. Abri a torneira e lavei meu rosto algumas vezes; tirei meu blazer, deixando-o cair aos meus pés e molhei meus braços também, em seguida meu pescoço e minha nuca. Mais um pouco e eu estaria dentro daquela pia. Eu precisava procurar um especialista, essas crises me deixavam tonta. Me virei e sentei no chão, transtornada. Eu não ia aguentar ficar naquele corredor sombrio, sozinha, esperando por uma coisa que eu queria evitar.
Queria adiar aquele momento pelo qual tanto ansiei. Com medo de ambas as decisões que o Ministro pudesse tomar. Draco ser mandado de volta a Azkaban significaria que eu teria mais noites de insonia, significaria mais sofrimento, que o Hugo não iria conviver com o pai. Por outro lado, ele livre, significaria que eu teria de tomar um decisão. Não seria uma decisão simples, na verdade, minha decisão podia mudar nossas vidas de muitas formas, sendo ela positiva ou negativa. Suspirei. Eu tinha que ir embora daquele lugar, precisava de um tempo. Decidida, me levantei agarrando meu casaco e saí o mais depressa possivel.
POV. DRACO
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Reverse - Dramione
Fanfic"Minha vida toda foi uma cilada. Eu errei, fui fraco e me submeti a ordens de um mestiço imundo, virei um assassino e me orgulhava disso. A marca negra ainda estava ali em meu ante braço para me lembrar todos os dias do quão desprezivel minha vida e...