I Need Your Help

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POV. HERMIONE

Sabe aquela sensação esquisita na boca do estomago, aquela ansiosidade que você não controla e sente que a qualquer momento pode desmaiar ? Era assim que eu estava, sentada em meu balanço na frente de casa, um livro apertado em meu peito, enquanto eu tentava respirar direito. Draco tinha ido ao Ministério para resolver as coisas sobre ele ter sido visto na cena de um crime. Eu tentei me convencer de que tudo ia acabar bem, mas era inevitavel não pensar o pior e me desesperar. Um trovão ecoou no céu, me causando arrepios. O céu estava escuro - apesar de ser manhã. Quando as primeiras gotas começaram a cair decidi que era hora de levantar e entrar. Meu pai e minha mãe estavam em seu consultorio, a casa estava mais assustadora que o tempo la fora. Fui para a cozinha e coloquei agua na chaleira, peguei canela e hortelã para fazer meu chá favorito. Talvez assim eu conseguisse me acalmar, pelo menos um pouco. Estava faminta também, graças a minha mãe linda e maravilhosa, o armario estava abastecido. Peguei um pacote de bolacha e ia saindo em direção a sala, na intenção de ligar a televisão e tentar me distrair até que meu chá ficasse pronto. Parei de repente, o pacote de bolacha caindo no chão, fazendo a maior sujeira. Uma boneca de pano e sem olhos flutuava no meio da sala, seu corpo desproporcional por conta da barriga de gravida, manchas vermelhas em seu pescoço simulavam sangue, em sua testa estava escrito "sangue-ruim". Também em tinta vermelha, em sua barriga redonda mais palavras assustadoras: "Não vingará". Lagrimas me assaltaram os olhos, escorrendo violentamente por meu rosto enquanto me afastava daquela boneca, tropeçando para trás. Tampei minha boca e um grito estrangulado irrompeu de meus labios.
 

POV. DRACO

— Droga, não fui eu ! — falei pela vigesema vez, me exaltando.
— Ei, se acalme — disse Potter, o tom contido.
Estavamos a mais de uma hora nisso. O Ministro me observava com desconfiança, enquanto Weasley parecia se divertir com o que estava acontecendo.
— Como você explica então, Sr.Malfoy, o fato de ter sido visto dias depois do assassinato na casa de uma das familias Trouxas ? — disse o Ministro mais uma vez.
Respirei fundo. Ele insistia na mesma coisa, talvez esperando que eu entrasse em contradição. O que poderia acontecer, ja que eu estava omitindo muitas coisas e estava perdendo a paciência com todo aquele falatorio. 
— Como eu disse, foi só uma coicidência estupida ! Meu avô tinha uma residência proxima da onde o crime aconteceu. Eu simplesmente errei o endereço na hora de aparatar — falei nervoso.
— Acho que seria melhor para você se falasse a verdade garoto. Você foi internado no St. Mungus na noite do ocorrido e de acordo com as investigações estava bem machucado. O Sr. sabia que parte da casa desabou ? Isso explica suas fraturas, Malfoy ? — disse Kingsley, a voz implicando sarcasmo.
*Droga. Como ele soube ?!* , minhas mãos estavam começando a soar, dava para ver que ele não estava ali para saber o que aconteceu. Ele estava ali para me atacar, me acusar e me ver vacilar diante de minhas respostas nada convincentes.
— Caí da vassoura — respondi simplesmente, tentando manter o tom de voz firme.
— Ah, outra coicidência doninha ? — falou Weasley.
— A conversa ainda não chegou no chiqueiro — retruquei irritado.
O Ministro lançou um olhar de sensura a ele e voltou a mim, se inclinando para frente como se fosse contar um segredo.
— Eu não acredito em você — disse ele.
Engoli em seco.
— Esperava que fosse dizer isso — comentei.
Ele ergueu um dedo para que eu me calasse. Que vontade de estupora-lo e manda-lo para o espaço ! Me contive e me limitei a apertar os labios para não falar tudo o que eu estava pensando sobre ele. Devia ser uma conversa imparcial, sem julgamentos baseados no que eu fui ou no que ele escutou sobre mim. Mas parecia pessoal, era como se ele me dissesse com os olhos: "Vou ferrar você".
— Por hora é só. O Sr. pode se retirar — disse endireitando o corpo.
Levantei devagar, afastando a cadeira, assenti para eles como despedida e me dirigi a porta.
— Malfoy ? — chamou o Ministro.
Virei o rosto para olha-lo, a mão travada na maçaneta.
— Sim, Ministro ? — falei.
— Sua varinha.
Franzi o cenho confuso.
— Deixe-a aqui. Ela sera ispencionada para vermos quais feitiços andou fazendo — esclareceu Kigsley, um sorriso presunçoso no rosto.
Continuei parado, como se tivesse sido petrificado, suas palavras rodando em minha cabeça enquato me recordava de que Rodolphus usou minha varinha através de Blasio para matar Lizzie.
— Algum problema em deixar a varinha ? — incitou ele.
Pisquei saindo de meu estupor.
— Nenhum — murmurei.
Ele gesticulou para que eu entregasse a varinha em sua mão. Notei Potter olhar preocupado de mim para a varinha, me perguntei brevemente se ele sabia que eu estava perdido ou se Hermione contara à ele. Coloquei a varinha na mão do Minitro, sentindo-me tentado a agarra-la e sair correndo. 
— Agora pode ir. Caso esteja limpa será entregue a você amanhã mesmo — disse o Ministro.
Incapaz de falar apenas assenti e me apressei para fora da sala, gritando palavrões em minha cabeça. Estava quase chegando ao elevador quando senti uma mão em meu ombro que me fez parar. Virei-me e era Potter. Olhei para ele com desprezo.
— Aquilo foi muito suspeito. Achei que fosse disfarçar melhor — disse ele seco.
— Não enxe Potter — falei no mesmo tom.
Virei as costas voltando a andar para o elevador. Escutei que ele me seguia e bufei com raiva.
— Porque não fala a verdade — disse a minhas costas.
Quanto mais eu queria escapar daquele lugar, parecia que mais longo se tornova o apertado corredor.
— Você matou aquelas pessoas, não foi Malfoy ? 
Virei para ele furioso.
— Eu não matei ninguem — falei baixo, meu tom carregado de raiva.
Era bom ele me deixar em paz se não quisesse acabar com o resto do corpo rachado. Nos encaramos alguns segundos, ambos com raiva. 
— Não é o que parece — devolveu.
Lhe dei as costas sem responder e entrei no elevador completamente irado.
Ao sair do Ministério senti como se um balde de agua fria tivesse sido jogado em minha cabeça de uma só vez. Chovia pra caramba e acabei ficando ensopado em questão de poucos minutos. Andava pelas ruas sem saber exatamente onde queria chegar. Não queria encarar Hermione agora, não sabendo que provavelmente eu acabaria trancafiado em Askaban. Ela ia ficar louca comigo, ia querer me estrangular por não contar sobre Rodolphus. Sei que parece idiota da minha parte, mas, EU queria pega-lo. Era uma questão de honra agora. Eu precisva pegar esse cara eu mesmo, e se possivel acabar com ele com minhas proprias mãos. As ruas estavam praticamentes vazias, recostei em uma parede e escorreguei para o chão. Cheiro de asfalto molhado costumava me acalmar. Mas nesse momento eu tinha um aperto no peito tão forte que não entendia como eu ainda respirava. Sera mesmo que valia a pena ficar sem Hermione e sem meu filho, só para provar alguma coisa a Rodolphus, para me vingar ? Não. Não valia a pena. Mas com ele por aí eu nunca ia ter paz. Merlin ! O que fazer ? Ao que parecia eu não ia conseguir fazer as duas coisas: proteger quem eu amo e ficar ao lado deles. Era uma escolha que eu não queria fazer, por que não queria abrir mão de nenhuma delas. Minha respiração se acelerou, ficando pesada. 
 

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora