"Você promete?"

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POV. DRACO

 

Potter continuou a me encarar, embasbacado. Reprimi um suspiro. 
— Vai me deixar postado aqui fora ou vai me escutar ? — meu tom transbordando impaciência.
Eu sei que era um momento para ser humilde, mas eu não tinha tempo a perder. 
— Se tem alguma coisa a ver com sua varinha, pode esquecer. Não vou ajuda-lo a se safar dessa Malfoy ...
— Não tem nada a ver com o que aconteceu no Ministerio — cortei ele — é muito mais importante que isso — assegurei.
Ele me olhou com desconfiança.
— Vou me arrepender disso, não vou ? — resmungou ele abrindo mais a porta para eu passar.
— Garanto que não — respondi entrando.

Estavamos sentados, eu no sofá e Potter na poltrona, um virado para o outro. Minhas mãos estavam trêmulas, entrelacei meus dedos para diminuir o tremor.
— Então ... o que quer de mim Malfoy ? — indagou Potter.
Respirei fundo. 
— Preciso que me ajude a proteger Hermione e nosso filho — falei de uma vez.
Potter franziu o cenho, confuso.
— Com tudo que esta acontecendo não acho que vou poder fazer isso. E precisava de alguem de ... confiança — meu tom saiu meio acre na ultima palavra.
Era extremamente complicado pra mim estar ali diante de Potter lhe pedindo ajuda e dizendo que ele era confiavel. Ele ergueu as sobrancelhas parecendo ainda mais confuso.
— Não estou entendendo Malfoy. Proteger Hermione ... de que ? 
— De Rodolphus. Rodolphus Lestrange — cuspi seu nome.
Potter deu um sorrisinho de desdém prestes a protestar, imagino. Mas desatei a falar antes que ele dissesse qualquer coisa. Contei tudo a ele. Desde a primeira vez em que vi Rodolphus no Clássico de Qualdribol até as ameaças implicitas na mensagem na janela e na boneca enfeitiçada na casa de Hermione. Potter levantou desnorteado.
— E você a deixou sozinha naquele Hospital ? — falou nervoso.
— Coloquei alguns feitiços de proteção no quarto, não sou idiota — repliquei irritando-me.
— Não é idiota, serio ? Então porque não contou tudo ao Ministro ? Malfoy, eles vão descobrir que sua varinha produziu a Maldição da Morte. Vão descobrir que foi no mesmo dia do crime. Você será levado a Azkaban por um crime que não cometeu. Lestrange vai ficar por aí a solta, enquanto você vai ficar sem Hermione e o bebê, colocando eles em risco e você ainda me diz que não é idiota ?! — disse Potter irritado, levantando-se.
Talvez eu estivesse precisando que alguém jogasse tudo isso na minha cara, só não esperava que fosse ele. O pior de tudo é que Potter estava certo. Sou o maior idiota do mundo. Maldito impulso e maldito orgulho ! 
— Eu sei de tudo isso. Exatamente por isso que estou aqui. Sei que é um pouco tarde pra tentar concertar as coisas e que não vão acreditar em mim se eu tentar ... — falei, minha voz arrastada, cansada.
— É, não vão — concordou Potter com acidez.
Funguei e levantei também.
— Mas não é tarde para proteger Hermione — conclui.
Ele esfregou sua cicatriz e respirou fundo. Ficamos em silêncio alguns minutos, até que ele falou:
— Nesse momento devem estar inspencionando sua varinha. Acho que temos umas cinco horas para agir antes de ... — ele não terminou de falar, apenas me olhou de canto.
Mas eu sabia o que ele ia dizer. Eu tinha cinco horas antes de descobrirem os feitiços de minha varinha e constatarem que eu era o assassino. Cinco horas antes de ser arrastado a Azkaban.
— Isso quer dizer que vai me ajudar ? — indaguei, meu tom com um toque de duvida.
— É, eu vou. Mas que fique claro, faço isso pela Mione — disse.
Assenti.
— Tem alguma idéia do que podemos fazer ? — perguntei cruzando os braços sobre o peito.
— Na verdade, sim. Mas pode ser um pouco arriscado ... 
— Desde que Hermione fique segura, eu faço qualquer coisa ! — falei com determinação.

Voar era relaxante. Fazia alguns dias que eu não sentia aquela brisa congelante do céu. Estava escuro, sem estrelas ou nuvens, como sempre costumava ficar depois de um dia inteiro de tempestade. Claro que a companhia podia ser um pouco melhor. Voar com Potter me lembrava da guerra em Hogwarts, quando ele me salvou das chamas - uma troca de favores, imagino, ja que dias antes não o delatei a Bellatrix mesmo sabendo que era ele. 
— E se falassemos com McGonagall pra ver se Hermione pode voltar a Hogwarts ? Ela estaria segura lá — disse Potter.
— Ótima ideia. E quem cuidaria dela, sua namoradinha destrambelhada ? — falei com escárnio.
— Você nunca vai deixar de ser um mala ! Estou falando sério. Acho uma boa opção — retrucou.
— Prefiro a primeira opção, é a mais segura por enquanto. Hermione precisa de repouso por causa do sangramento, Hogwarts com certeza não vai rolar — descartei.
— Tinha me esquecido disso — concordou Potter.
Ele inclinou a vassoura para o chão, estavamos descendo. Não havia preocupação em que os Trouxas nos vissem, ja que estavamos sob a proteção de um feitiço da desilusão. Adentramos o Hospital sem que ninguém nos notasse. Duas horas - de nossas cinco - haviam se passado. Tinhamos combinado passo a passo, para evitar que Rodolphus estivesse a espreita e descobrisse tudo. Depois de dez andares em um elevador chegamos ao andar onde estava Hermione.
— Sabe que ela não vai concordar, não sabe ? — falei em voz baixa enquanto andavamos pelo corredor branco e iluminado.
— Sei. Mas daremos um jeito de convence-la — garantiu.
Eu não estava tão certo disso, mas concordei com a cabeça. 

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora