Unsure Fear

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POV. DRACO

Durou uma batida de coração, então ele sorriu ameaçadoramente e saiu correndo. Sem dizer nada à Hermione, eu saí correndo atras dele.
— Draco?! — escutei Hermione gritar me chamando.
Mas não olhei para trás, estava focado nele, empurrando as pessoas a minha frente para passar, era guiado apenas por sua cabeça em meio a multidão, meu coração acelerado a cada passo, algumas pessoas me xingavam, outras reclamavam, eu não estava nem aí! Precisava alcança-lo. Desci umas três arquibancadas atras dele, na ultima havia uma porta, um banheiro masculino, ele olhou para trás brevemente e entrou no banheiro. Entrei correndo atras dele, a porta bateu as minhas costas; Analisei o banheiro com atenção, aparentemente parecia vazio. Fui abrindo as portas dos box com rapidez, uma por uma. Não havia sinal dele ali, ele havia evaporado. Dei um chute em uma porta e passei as mãos em meu cabelo completamente transtornado. Me apoiei na bancada da pia arfando, enquanto encarava a torneira. Isso só pode ser brincadeira, fruto da minha imaginação, qualquer coisa, menos real. Eu o vi morrer! Ergui a cabeça me vendo no espelho, eu estava mais pálido, sentia a respiração presa na garganta. Hermione me veio em mente, eu a deixara lá, sozinha, como eu era otario. Sai do banheiro como um furacão, correndo o mais rapido que eu podia. Cheguei na arquibancada em que estavamos com os pulmões ardendo, corri até onde a deixei, e para o meu desespero ela não estava ali. 
— Droga, droga, droga! — eu murmurava enquanto girava nos calcanhares olhando a minha volta.
Encostei na parede cansado, imaginando onde ela podia estar, vi as pessoas ao me redor gritarem em comemoração, mas minha empolgação com o jogo tinha ido embora. Eu só conseguia pensar no pior, esfreguei o rosto com as mãos agoniado, não sabia bem o que fazer, se ia atras de encontra-la ou esperava por ela ali. Comecei a andar pela arquibancada a sua procura. Alguem tocou em meu ombro me fazendo virar assustado, saquei a varinha num rompante para encontrar Hermione parada diante de mim, a mão ainda meio estendida em minha direção, ela parecia preocupada. 
— Onde você estava?! — perguntamos ao mesmo tempo, ela curiosa e preocupada, eu preocupado e irritado.
Respirei fundo e deixei que ela falasse primeira, ainda pomderava se deveria ou não contar à ela. Hermione cruzou os braços e me olhou com atenção.
— Fui procurar por você — disse ela um pouco nervosa.
Cocei a nuca frustrado, ainda pensando ond ele podia ter ido e se era realmente ele - eu tinha quase certeza que sim. 
— Draco, aconteceu alguma coisa? Você parece péssimo. Porque saiu correndo de repente? — perguntou intrigada.
Hesitei. 
— Não aconteceu nada ... Eu, hum, achei que tivesse visto uma ... coisa — falei, as palavras se distorcendo enquanto eu tropeçava nelas.
— Uma coisa? — quis saber ela com ar de desconfiada.
Suspirei.
— Podemos falar disso outra hora? Precisamos ir embora — falei com urgência.
— Não, não podemos. O que esta acontecendo? — insistiu ela, firmando os pés no chão.
Fechei os olhos com força e logo em seguida os abri, esfreguei a testa com impaciência.
— Podemos sair daqui pelo menos? — perguntei olhando para os lados ansioso.
— Se sairmos daqui você vai falar? — perguntou arqueando a sobrancelha.
— Vou! Agora vamos, por favor — falei meio irritado.
Ela assentiu ainda desconfiada mas pegou em minha mão, descemos rapido, eu olhava tudo a minha volta esperando ver ele mais uma vez, mas ele não voltou a aparecer.

Eu detestava com todas as minhas forças aparatar. Me sentia tonto a cada vez que fazia. Decidimos voltar para a Inglaterra, mais precisamene para Londres em um pequeno bairro antigo de bruxos, o irmão de meu avô morara aqui até seu ultimo dia de vida, eu o visitara poucas vezes, mas me lembrava bem dele e de seus "sábios" conselhos. Eu tinha apenas 8 anos de idade quando ouvi dele que eu devia dormir com varias mulheres, ter prazer com elas e depois as descartar, me lembro de ficar extremamente confuso com suas palavras e imaginar como varias mulheres dormiriam comigo na mesma cama, quer dizer, não caberiam todas, e pra mim ele falava de dormir mesmo, fechar os olhos e tal. Enfim, foi aleatoria minha escolha, simplesmente me veio em mente e viemos pra cá. Eu sabia que a casa dele estava abandonada, ele nunca se casou, e quando morreu simplesmente trancou a casa, não a deixou pra ninguém. Hermione lançava olhares em minha direção a todo instante, ora curiosa, ora preocupada, ora irritada. Quando chegamos a entrada da casa de meu tio-avô peguei minha varinha.
— Draco, o que vai fazer? — perguntou quando paramos a porta.
— Alohomora — murmurei apontando a varinha para a porta.
Houve um "clic" a porta se entre abriu.
— Draco você não pode sair entrando na casa dos outros, é crime! — murmurou ela com urgência.
Revirei os olhos pra ela.
— Não estou na casa "dos outros". O irmão do meu vô morava aqui — falei.
Ela franziu o cenho e me seguiu entrando na casa. Tossi algumas vezes, estava toda empoeirada e cheirava mal. 
— Porque estamos aqui? — quis saber ela.
Virei ficando cara a cara com ela, Hermione tapava a boca e o nariz, dava pra ver que fazia careta. 
— Me desculpe, foi a primeira coisa que me veio em mente — dei um pequeno sorriso de desculpas.
Ela passou por mim olhando a casa.
— Podemos abrir as janelas? Esta sufocante aqui — murmurou.
Fui até a janela mais proxima e a escancarei, a noite estava gelada e um vento fresco invadiu toda a sala, tornando mais facil respirar. Hermione tirou a mão do rosto.
— Bom agora me fala, o que foi que aconteceu durante o jogo? — voltou a perguntar, colocando as mãos no quadris.
Suspirei e fui para o outro lado do comodo, me recostando em uma estante velha, que rangeu com meu peso derrubando um livro em meu ombro.
— Essa casa esta caindo aos pedaços — resmunguei pegando o livro desajeitado e jogando no chão.
Hermione passou a bater o pé ritmadamente, mostrando impaciência.
— Para de enrolar Draco e comece a falar — disse com aquele tom mandão que ela tem desde criança.
— Ta bom, vou falar — ergui as mãos como quem se rende.
Me endireitei e passei a andar de um lado pro outro, devagar, tentando por minha cabeça em ordem antes de tudo, mas parecia impossivel.
— Eu achei que tivesse visto uma pessoa, na verdade tenho quase certeza... Enfim, sai correndo atras dele, fiquei intrigado e nervoso ao mesmo tempo. Achei que pudesse pega-lo mas ele sumiu, assim, do nada! Fiquei com medo de que ele fizesse alguma coisa com você por estar comigo... E o mais estranho é que eu o vi morrer... — minha voz foi se perdendo diante de meus proprios devaneios.
E se eu me enganei? Talvez fosse só alguem muito parecido. Mas aquele sorriso não saía de minha cabeça, nunca esqueceria aquela expressão suicida, nem se eu quisesse. Hermione me encarava, seus olhos me seguindo pra lá e pra ca.
— Ele sorriu pra mim Hermione, debochando de mim! — ri pelo nariz, ainda confuso — Queria entender ... Como ele pode estar vivo?! — eu disse mais à mim mesmo — E o que me deixou a beira do panico foi imaginar ele perto de você, olhando você. Ele é louco Hermione! Por isso quis sair de la o mais rapido possivel — expliquei, mais o menos mas expliquei. Eu não conseguia encontrar as palavras ou as respostas para o que aconteceu, não conseguia entender como ele pode ter sobrevivido. Lembrei de suas ameças e de como me senti desesperado no estadio, quis ir embora na esperança de que ele não tivesse visto Hermione comigo. Merlin sabe o que ele seria capaz de fazer se soubesse que eu estava namorando uma nascida trouxa. Não falava por mim, falava por ela. Eu estava me lixando para toda essa questão de sangue em relação a ela. Não queria por ela em risco, era mei dever cuidar dela e eu não ia falhar.
— Ele quem?! — gritou Hermione, perdendo a paciência.
Parei de andar e a olhei, hesitante. Tomei folego para falar.
— Meu tio Hermione. Rodolphus, marido da tia Bella — falei devagar, analisando-a.
Seu rosto empalideceu, suas mãos que antes estavam firmes nos quadris, escorregaram, pendendo ao lado de seu corpo. Seus olhar meio perdido no tempo, a boca estremecendo. Vi suas pernas vacilarem e corri até ela, segurando-a no momento exato em que ela cedeu, desmaiando.
— Hermione? — chamei desesperado sacudindo ela.
 

FLASHBACK ON

O vento ricocheteava para todos os lados naquela noite, gritando ao passar. Meus pais estavam planejando nossa fuga, era madrugada de 3 de Maio de 1998 e até o momento ninguém aparecera para nos prender, então tinhamos uma chance. Mamãe corria de um lado ao outro recolhendo suas joias, havia perdido sua varinha graças a mim. Meu pai estava ocupado demais olhando para o nada la fora, berrando para que minha mãe se apressasse. Eu estava atonito, não caíra minha fixa ainda de que tudo aquilo havia realmente acontecido, eu não conseguia pensar em mais nada, tudo o que eu olhava parecia estar em chamas. A porta se abriu num rompante, assustando nós três - mamãe derrubou as joias, Lucius sacou sua varinha e eu levantei de onde estava, cambaleando. A porta havia um Comensal, ainda de mascara, capuz e vestes pretas. Ele entrou calmamente na sala e fechou a porta atras de si.
— Pare onde esta! — ordenou Lucius, gesticulando com a varinha.
O Comensal parou, ergueu as mãos, com uma mão puxou o capuz para tras e com a outra puxou a mascara para frente, tirando-a. Era meu tio. Ele sorria feito um louco, aquela expressão suicida que eu vi e senti medo tantas vezes, ele parecia fora de si.
— Ora, ora, ora. Lucius Malfoy fugindo? Isso é impagavel — debochou Rodolphus, rindo.
Meu pai egueu o queixo, recusando-se a se abalar.
— Se tivesse cérebro faria o mesmo — respondeu Lucius serio, abaixando sua varinha.
Eu olhava para os dois sem muito interesse, estava mais preocupado com o tempo passando. Minha mãe retomou sua tarefa.
— Onde esta Bella? — perguntou minha mãe, sem parar de andar.
— Bella foi morta — respondeu rapido, parecendo irritado.
Minha mãe deixou mais uma vez as coisas cairem. 
Ela caiu de joelhos, chorando de imediato; avanvei até ela e me ajoelhei também apenas para lhe consolar. A morte de tia Bella foi indiferente pra mim, eu sabia que ela não sairia viva dessa. 
— E o que faz aqui? — perguntou meu pai ao meu tio, desconfiado.
— Vim pegar o que é meu Lucius — murmurou Rodolphus, um sorriso sinistro no rosto — Tudo aqui ira me pertencer: suas joias, seus bens, até sua esposa medíocre. — disse insanamente.
Me levantei do chão atordoado e p encarei sem acreditar no que tinha ouvido.
— Não tem nada seu aqui, seu parasita nojento — eu falei, a raiva dando lugar a angustia que eu sentia.
Ele riu de mim, balançando a cabeça em negativa, a passos lentos foi se aproximando.
— Tudo aqui é meu — sussurrou ele quando chegou perto de mim o suficiente para que eu sentisse seu cheiro podre.
— Vai ter que passar por cima de mim para tirar qualquer coisa de dentro dessa mansão — falei friamente. 
— Não se preocupe querido sobrinho, eu ja ia chegar nessa parte — disse sombriamente.
Nesse mesmo instante a porta voou para trás, o vento invadiu a casa derrubando algumas coisas, Aurores e outros do Ministério adentraram, gritando para nos deitarmos no chão, meu pai reagiu e meu tio também. Abaixei deitando no chão e puxei minha mãe comigo enquanto feitiços eram proferidos e passavam por todos os lados acima de nossas cabeças. Então alguém gritou uma maldição imperdoavel, e o famoso lampejo verde do Avada Kedrava iluminou toda a sala brevemente. Um corpo caiu duro, bem ali diante de meus olhos, a nossa frente. De barriga para baixo, com a cabeça voltada para nossa direção. Meu tio estava morto e nós, só Merlin podia saber que futuro nos esperava.
 

FLASHBACK OFF
 

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora