POV. HERMIONE
Segundas sempre eram monótonas para mim. Mas alguma coisa estava estranha naquela Segunda. Havia uma agitação inquieta em meio aos Bruxos que caminhavam pelo Ministério rumo aos seus departamentos. Um murmurinho, cochichos e olhares atraevessados. Alguns Aurores passaram apressados por mim, saindo do elevador ao qual eu acabara de entrar. Meu Departamento estava praticamente deserto, meu salto agulha tilintava e ecoava a cada passo dado. Meu estomago começara a se retorcer em ansiedade. Me aproximando de minha sala avistei Alfred parado ao lado da porta, dois cafés em suas mãos. Ele deu um pequeno sorriso ao me ver chegando.
— Bom dia, Hermione — cumprimentou-me estendendo o café a mim.
— Obrigada, Al — agradeci ao pegar o café.
Abri a porta e entramos. Joguei minha bolsa no pequeno sofá e me acomodei na cadeira detrás da mesa. Al fechou a porta e veio sentar-se na cadeira defronte a mesa. Suspirou.
— Esta acontecendo alguma coisa ? Quer dizer, você sabe de alguma coisa ? — perguntei com curiosidade.
— Que eu saiba, não — ele esticou a ultima palavras.
Mordi meu labio inferior, sentindo-me estranha.
— Porque ? — perguntou.
Dei de ombros, franzindo o cenho.
— Não sei. Esta um clima ... diferente, sei lá. Talvez seja eu.
Nesse instante minha porta foi escancarada, quase arrancada dos ferrolhos. Levantei assustada, Al imitou meu movimento. Harry entrou em passo largos e rapido, ofegante.
Abri a boca para lhe fazer uma pergunta, mas o ar se prendeu em minha garganta de forma desagradavel. Tudo isso em segundos. Então Harry falou, sua voz retirando completamente o ar de meus pulmões.
— Encontramos ele. Rodolphus. Você precisa vir comigo, Mione.Ele nem mesmo esperou por uma resposta. Agarrou meu ante braço e ma arrastou para fora. Alfred nos seguiu até a porta, ali parou, seus olhos refletindo a confusão que eu mesma sentia.
— Harry, o que está acontecendo ? — perguntei amedrontada.
Seus olhos verdes estavam serios demais, sua postura estava rigida demais. Ele não me respondeu. Entramos no elevador e só então ele libertou meu braço.
— Harry ? — insisti.
Ele me olhou, parecia cansado.
— Mione, vou contar tudo a você, mas não posso entrar em detelhes agora, ok ? Nós temos que ser rapidos, antes que mandem Malfoy de volta a Azkaban — ele disse depressa.
Meu coração gelou e minhas pernas ficaram bambas.POV. RONALD WEASLEY
Quanto tempo eu vinha adiando aquela visita . . . Um mês, dois, talvez mais. Bati na porta e cruzei os braços nas costas, esperando. A porta foi aberta devagar, os olhos dela se arregalaram de surpresa.
— Posso entrar ? — perguntei.
— Achei que não fosse vir mais — comentou com acidez, dando-me passagem para entrar.
Inspirei profundamente. A porta foi fechada e ela passou por mim esbarrando propositalmente em meu ombro, então voltou-se para mim, os braços cruzados sobre o peito.
— Porque não responde as minhas cartas ? — indagou com ressentimento.
Vasculhei em minha cabeça, procurando alguma desculpa.
— Estive ocupado com o trabalho. Ser um Auror acaba tomando muito do meu tempo, você sabe, Harry precisa de mim — dei de ombros.
Ela arqueou uma sombrancelha e suspirou, seus braços cairam ao lado do corpo.
— Fazem cinco meses desde a última vez. Acha mesmo que vou acreditar nessa desculpa esfarrapada ?
Fechei os olhos brevemente. Nossas conversas nunca eram faceis, eram sempre tensas, cheias de cobranças. Abri a boca para falar, mas fui interrompido pelo barulho de passos correndo. Olhamos para a origem do som, as escadas. Então ele entrou em meu campo de visão.
— Tio Ron ! — disse em contentamento, correndo na minha direção.
Meu coração se dobrava ao meio sempre que eu o via. O cabelo castanho escuro veio de sua mãe, mas as sardas espalhadas por seu rosto e os olhos castanhos eram meus. Eu vacilava sempre que olhava nos olhos dele, a culpa me atingia como uma avalanche. Ele pulou em meu colo, encaixando as pernas e os braços ao meu redor. Retribui seu abraço com força, sentindo-me desmoronar um pouquinho enquanto ele murmurava em meu ombro:
— Mamãe disse que você não ia vir mais.
Lancei um olhar a ela. Pansy nos encarava com os olhos marejados, mordendo a parte interna da bochecha enquanto falava sem usar as palavras, apenas os olhos, dizendo-me com aquelas órbes pretas que eu teria uma familia - que eu tinha uma familia. Bastava eu querer.
— Sua mãe não sabe o que diz — murmurei de volta.
Ele afastou o rosto do meu ombro para me olhar. Meu estomago afundou e tive que desviar meus olhos dos seus, não conseguia encara-lo daquela maneira.
— Tenho um monte de brinquedos novos. Você quer ver, Tio Ron ? — disse sacudindo as pernas, agitado.
— Corre la, Jeb. Quero ver todos eles — falei colocando-o de volta ao chão.
Jeb abriu um sorriso de orelha a orelha, em seguida saiu em disparada de volta as escadas, subido aos pulos.
— Tio Ron — ela repitiu em meio a um suspiro quando ele sumiu de vista — Até quando vai adiante com isso ?
— De novo não, por favor, Pansy ! — falei exasperado.
— De novo sim ! Ele é seu filho Ronald, seu sangue ! Porque nega a ele uma coisa dessas ? Sabe o quanto é dificil pra mim quando ele pergunta porque não tem um pai ? — atirou, exaltando-se, porém controlando o tom de voz para que Jeb não ouvisse.
Engoli em seco, momentaneamente afetado. Os olhos dela penetrando nos meus, enxergando a minha alma.
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Reverse - Dramione
Fiksi Penggemar"Minha vida toda foi uma cilada. Eu errei, fui fraco e me submeti a ordens de um mestiço imundo, virei um assassino e me orgulhava disso. A marca negra ainda estava ali em meu ante braço para me lembrar todos os dias do quão desprezivel minha vida e...