Fight For Nothing.

2.7K 221 17
                                    


POV. HERMIONE

Fiquei olhando para ela sem assimilar direito o que acabara de escutar.
— Você só pode ta ficando louca pra falar desse jeito com Hermione! — esbravejava Draco. 
Eu mal o ouvia.
— Não fale dessa maneira Draco, sou sua mãe e você me deve respeito — disse Narciza irritada.
— Vou embora — murmurei para Draco, virando-me, pronta para sair dali o mais depressa possivel. Ele me segurou pela mão mantendo-me ali.
— Não, você não vai a lugar nenhum. Ignore a minha mãe, ela não sabe o que fala, como eu disse esta ficando louca! — disse Draco com sarcasmo ao mesmo tempo irritado — Agora nos de licença — concluiu ele passando pela mãe como um furacão e me arrastando com ele.
— Draco, não. — falei tentando me soltar dele — Isso foi um erro.
Ele parou me analisando com cara de poucos amigos, testa franzida. 
— O que foi um erro Hermione? — pergunto furioso.
— Vir aqui! — falei atordoada — Eu não devia ter vindo. Ou melhor, não devia ter esperado nada mais do que isso da sua mãe — ironizei.
— Minha mãe não sabe o que diz, você não tem que dar ouvidos a ela, droga! 
— Infelizmente não sou surda Draco! — falei irritada — E vou embora. Agora me solte! 
Ele me soltou, parecia sem reação.
— Vai mesmo estragar tudo a troco de nada ? De uma frase estupida que saiu da boca da minha mãe ?! — ele perguntou cético.
Dei um risada curta e exasperada.
— Não estou estragando nada, sua mãe é que estragou! Vou pra casa. — dizendo isso lhe dei as costas e sai para o jardim, indo para o portão.
— Então é isso! Pode ir Granger! Que se dane! — gritava ele.
Não olhei para tras. Sai pelo portão e aparatei.

POV. DRACO

Fiquei ali feito imbecil vendo-a ir embora. Era demais esperar que minha mãe segurasse a lingua dentro da boca? Não que eu fosse imaginar que ela diria isso, alguns anos atras até podia considerar, mas depois de tudo o que aconteceu pensei que ela fosse ser educada pelo menos. Dei um soco na porta com tanta força que minha mão ficou dolorida e vermelha. 
—  Draco? — chamou minha mãe aparecendo na porta, me olhando curiosa. 
Não respondi, voltei a entrar e passei por ela como se não estivesse ali. Subi pro meu quarto feito jato. Entrei batendo a porta e me joguei na cama. Estava tudo indo rapido demais, intenso demais, e eu não estava sabendo lidar com essa situação, com meus sentimentos, não sabia como reagir. Eu queria socar alguma coisa e ao mesmo tempo ir atrás de Hermione. Mas eu não ia dar o braço a torcer por aquela teimosa. Suspirei frustrado encarando o teto. Afinal porque eu dava tanta importancia? *É só a Granger* disse a mim mesmo. Só a Granger ... Mas esses dois dias com ela foram tão ... Reprimi meu desejo por ela por tanto tempo, que tinha a impressão de que fazer isso só intensificou ainda mais o que eu sentia em relação a ela; e é aí que ta o problema: o que eu sinto por ela. Eu não conseguia definir ou dizer o que era, eu só sabia que queria estar com ela, vendo seu sorriso, seus olhos castanhos observadores, sua boca macia e cor-de-rosa, seu corpo maravilhoso, sentindo aquele cheiro bom que só ela tem! 
— Que droga! — xinguei baixo enquanto pensava nela.
Alguma coisa dentro de mim me dizia que eu não deveria ter deixado que ela fosse, sentia que faltava alguma coisa sem ela ali por perto. Esses dois dias foram o suficiente para que eu ficasse viciado em seu corpo, viciado nela! Eu precisava dar um jeito de tirar ela da cabeça para poder raciocinar melhor, precisava entender o que estava acontecendo comigo, entender o que era esse frio no estomago que eu tinha sempre que seu sorriso vinha em minha mente ou que eu a via. Passei a mão em meus cabelos, irritado, considerando seriamente o Obliviate. Levantei e fui me trocar, tirei toda aquela roupa de frio e coloquei uma bermuda, voltei a deitar por baixo do meu edredom cor de esmeralda.Alguém bateu na porta e eu sabia exatamente quem era. Não queria conversar com minha mãe, estava nervoso com ela, mas tambem sabia que eu não tinha escolha. Ela abriu a porta uma vez que não respondi.
— Draco o que esta acontecendo com você ? — perguntou ela ao entrar e sentou-se em minha cama.
— Ótima pergunta. Queria saber tambem — respondi com sarcasmo.
— Ja disse para me respeitar — disse autoritária.
Bufei.
— Quero saber exatamente porque foi expulso de Hogwarts e o que fazia com aquela garota amiga de Potter — exigiu.
— Tenho certeza que a Velha da McGonagall ja te disse o motivo da expulsão — falei monótonamente.
— Pare de gracinhas Draco e abra a boca. Comece a contar.
Respirei fundo.
— O imbecil do Weasley dedurou pra McGonagall que Granger e eu estariamos na Sala Precisa. Ela não gostou de saber que passamos a noite la e nos expulsou. Satisfeita? — resumi, meu tom saiu acre.
— Com "passamos a noite la" você quer dizer o que filho? — perguntou temerosa.
— Não vou falar disso com você e nem preciso. Sei bem o que faço — fiz uma careta à ela.
— Vocês fizeram sexo Draco Lucius Malfoy? — gritou ela exasperada levantando-se.
— Porque não fala mais alto — ironizei nervoso.
— Ela é uma sangue ruim Draco — disse ainda alarmada.
— Não chame ela assim! — me peguei gritando, surpreendendo minha mãe e a mim mesmo. Eu havia me sentado, sentia meu coração bater forte.
— Você ... ? — começou minha mãe, ela parou, respirou fundo e me encarou profundamente — Esta gostando dessa garota meu filho? — murmurou ela descrente.
Franzi o cenho e meus labios tremeram. Eu não ia conseguir dizer em voz alta uma coisa que eu não conseguia dizer nem a mim mesmo! 
— Você esta gostando dela Draco — dessa vez seu tom era de afirmação.
Desviei o olhar do dela e voltei a deitar. Ela se aproximou de mim e mexeu em meus cabelos.
— Pode me falar Draco. Pode me falar qualquer coisa — disse ela com ternura.
Tomei folego.
— Não tem diferença, ela não vai voltar. Agora me deixe sozinho por favor! — falei mal humorado.
Ela me olhou mais alguns segundos e então saiu, fechando a porta. Suas palavras ecoando em minha cabeça: "Você esta gostando dela".

1 SEMANA DEPOIS 

Eu estava sentado no gramado, perto da fonte, olhando aquele pavão idiota andar de um lado para o outro, minha vassoura ao meu lado. A tinha pego na intenção de voar um pouco, mas perdi a vontade assim que passei pela porta. Hermione não saía de minha cabeça. Cada dia que passou me convenceu mais de que eu tinha sido um babaca e que devia ter procurado por ela. Talvez aquela palavra cause um impacto nela maior do que eu imaginava. Ela deve ter se sentido péssima e eu não fui compreensivo. Estava frio, eu sentia meu rosto congelar cada vez que ventava.
— Draco, venha jantar ! — escutei minha mãe gritar de longe.
Com um suspiro levantei-me e fui pra dentro de casa. Minha mãe me esperava a mesa, a mesma mesa onde um ano antes vira Nagini devorar minha Professora, pensar nisso me dava vontade de vomitar; era estranho ainda ter somente nós dois ali. Sentei-me sem um pingo de entusiasmo para comer, me perguntava o que Hermione estaria fazendo nesse exato momento.
— Draco? — chamou minha mãe.
Ergui o olhar para ela com ar de interrogação.
— Coma Draco. Você não se alimentou direito essa semana — disse insatisfeita.
— Sinceramente, não estou com fome — disse afastando minha cadeira e levantando.
— É por causa daquela garota, não é Draco? — sua pergunta me fez parar ao batente da porta. Olhei para ela pronto para tirar sarro de suas palavras, mas eu não tinha nada a dizer. Ela estava totalmente certa!
— Vai passar — dei de ombros fingindo não me importar.
— Querido, vá atras dessa menina logo. Se é isso que seu coração quer, vá em frente. Vou te apoiar em qualquer decisão que tomar. — disse ela com ternura, um sorriso nos labios.
Arqueei uma sobrancelha mal acreditando no que acabara de ouvir.
— Tem certeza do que esta dizendo mãe?
— Sim.
— Mas quando ela chegou você a chamou ...
— Eu sei o que eu disse — interrompeu-me ela — mas esqueça esta bem? Quero que seja feliz, e se a sangue ruim te faz bem ... o que eu posso fazer ?! — disse retoricamente.
— Não a chame assim — tornei a falar, dessa vez mais calmo.
— Desculpe — disse limpando a boca com o guardanapo — vou tentar me livrar desse hábito e dar uma chance a essa ... garota — ela torceu a palavra, suspirei — Agora coma, depois pode ir aonde quiser — disse gesticulando para a comida.
Ri comigo mesmo da atitude repentina de minha mãe, eu a amava apesar de tudo e compreendia o quão dificil era mudar os pensamentos pré conceituosos assim, de uma hora para outra.

POV. HERMIONE

Eu estava deitada em minha cama, de pijama, lendo um livro. Uma xícara de chá de hortelã com canela no criado-mudo ao meu lado. Estava morrendo de dor de cabeça, tentava inutilmente me livrar de Draco, que fez morada em meus pensamentos, atormentando-me e enchendo-me de incógnitas. 
— Ela esta aqui em cima — dizia minha mãe a alguém. Franzi a testa imaginando quem seria. Escutei passos nas escada e por fim duas batidas na porta, minha mãe a abriu. 
—  Tem visita para você — anunciou ela com um sorriso suave.
Endireitei-me e sentei ereta, coloquei o livro de lado e me inclinei um pouco para ver por tras dela.
— Entre — disse minha mãe para alguem que eu não via.
Então ele entrou em meu campo de visão, parecendo sem jeito.
— Oi — disse ele.
— Com licença, vou deixa-los sozinhos — disse minha mãe, ela saiu e fechou a porta.
Um par de olhos cinzas me encaravam. 
— O que faz aqui? — perguntei baixo, meio perplexa de ele estar ali. 
— Vim te pedir desculpas — disse ele timido. Nunca o vira assim.
Encarei ele irritada e confusa.
— Não precisa — falei seca.
— Precisa sim — disse ele com firmeza se aproximando — não quero mais brigas.
— Sempre brigamos! — rebati nervosa.
Ele sentou-se na ponta de minha cama, bem ao meu lado.
— Mas agora é diferente — murmurou ele, sua voz falhando na ultima palavra.
— Diferente porque? — perguntei com sarcasmo. Eu estava irritada e queria discutir e jogar tudo na cara dele. Estava realmente chateada por ele ter demorado tanto para vir, e não conseguia entender porque eu me sentia assim.
— Porque ... acho que estou me apaixonando por você Hermione — murmurou baixo, me olhando firmemente.
Mordi o lábio inferior, meu coração parecia que ia sair pela boca.

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora