Feeling Bad

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Ele se aproximou novamente, fuzilando-me com o olhar. Nunca pensei que a hostilidade de Rony um dia seria dirigida a mim e com tanta intensidade. Doía um pouco. Fomos amigos por tanto tempo ... Sei que o magoei muito, mas, era preciso aquele odio todo ao me encarar ? Mas agora eu não estava sendo racional o suficiente para tentar fazer as pazes, conversar e entender o que estava acontecendo para ele ter me agarrado daquela forma. Eu estava em chamas, sentia meu corpo tremer enquanto a raiva me consumia dos pés a cabeça. 
— Com que direito acha que pode me beijar contra minha vontade ?! — estava com tanta raiva que não consegui falar alto como pretendia.
Ele riu sem nenhum humor.
— Sabe, você não devia ficar toda nervosa com isso. Aposto que não ficou assim quando Malfoy te beijou "a força", ficou ? — disse ele com ironia.
Respirei fundo. Me recusava a ficar ali e entrar em uma discussão infinita. Não havia argumentos quando se tratava de Ron, nunca houve independente do assunto. Ele nunca dava o braço a torcer e também não havia muito que eu pudesse fazer, ele não me escutou antes e não me escutaria agora - com razão, é claro. Eu tinha uma parcela de culpa muito alta nessa historia. 
— Com licença — murmurei.
Então passei por ele esbarrando em seu ombro e sai do celeiro as pressas, cruzei os braços sobre o peito, morrendo de frio.
— Hermione, espera ! — chamou Ron.
Olhei para tras, ele estava vindo ao meu alcance. Acelerei o passo sem sucesso. Sua mão seu fechou em meu ombro, me fazendo parar; não me virei, então ele me contornou parando de frente para mim. Desviei meu olhar do seu, zangada. 
— Olha, me desculpa ta legal? Foi um impulso idiota ... — disse ele parecendo irritado.
— Impulso idiota — repiti bufando com desdém.
— Não queria que as coisas fossem assim, você provocou isso — sibilou.
— Não me culpe por suas atitudes despreziveis ! — falei, minha voz falhando.
Seus olhos perfuraram os meus com amargura.
— Não foi eu quem te traiu ! — gritou ele.
Suas palavras afundaram-se em meu peito, me causando uma sensação horrivel. Talvez ele estivesse certo e suas ações foram consequencias dos meus atos. Olhei em direção A Toca, receosa de que alguem tivesse escutado e em seguida voltei meu olhar para Ron. 
— Eu sei que agi de forma errada com você, Rony. Mas nunca foi minha intenção "trair" você. Acha que eu não me senti péssima com o que aconteceu ?! — falei um pouco mais alto, minha voz embargada por causa das lagrimas que ameaçavam vir a tona.
Ele molhou os labios com a lingua e lançou um olhar para sua casa antes de falar.
— E como você acha que me senti vendo a garota que eu amava nos braços do meu inimigo ? — ele 
pronunciou cada palavra devagar.
Cada silaba carregada de raiva e decepção. Senti que seu olhar me enterraria ali mesmo, a tempos que a sensação de culpa havia me deixado por completo, talvez por eu não ter que lidar com Ron diariamente. Mas agora, ela voltara como um elastico quando o esticamos de mais e ele escapa das mãos. Forte e rapido. 
— Eu vou entrar — murmurei baixo, fitando A Toca.
— Antes, preciso te perguntar uma coisa — disse ele, a voz contida.
Voltei meu olhar para ele esperando por sua pergunta. 
— Você ... ama ele ? — perguntou ele devagar.
Ponderei rapidamente se devia ou não responde-lo. Muitas coisas ficaram mal resolvidas entre mim e Ron, isso era evidente. Ele tentou conversar na noite em que me viu com Draco, tentou resolver as coisas e me desculpar. Mas eu eu estava ansiosa demais para encontrar Draco. Não quis me entender com ele quando tive a chance, para pelo menos tentar salvar nossa amizade e agora, era tarde demais. Eu devia sinceridade a ele, não devia ? 
— Sim — murmurei, meu tom firme.
Ele assentiu e me deu as costas se afastando em direção a porta de sua casa. Segurou a maçaneta e olhou para mim mais uma vez, vi alguma coisa cintilar em seu rosto e então ele girou a maçaneta com força e entrou batendo a porta atras de si. Pensei ser uma lagrima, mas não tinha certeza. Com a distancia entre nós meus olhos podem ter me enganado. Mesmo assim, não tenho coragem de entrar. Fiquei ali parada, no frio, os braços ainda sobre o peito, sentindo-me pesada. Escutei a porta se abrir após uns minutos, não virei para ver quem era. Continuei observando as arvores em volta, a neblina ondulando em volta de tudo. 
— Eu sei que aconteceu alguma coisa — ouvi Gina dizer. 
Suspirei e me virei, encontrando-na a poucos passos de mim.
— Sabe ?
— Ronald entrou feito um furacão e correu para o quarto... e eu vi quando você saiu e ele foi atras, então ... — ela deu de ombros.
Mordi meu labio inferior, triste.
— Digamos que não foi uma conversa muito boa. Ron me odeia — falei torcendo a manga de meu vestido.
— Não acho que ele a odeie, pelo contrario Mi. Ronald esta sofrendo — murmurou ela.
Meus olhos se encheram d'agua.
— Eu sei, mas ... Eu não sei oque fazer em relação a isso  — falei,  meu tom de voz cansado.
— Não tem que fazer nada, o tempo vai cuidar disso — disse Gina esboçando um sorriso.
Suspirei e tentei sorrir, mas não saiu.
— Vem, vamos sair desse frio — disse ela me puxando pelo braço e me arrastando em direção a casa.
Gina e eu estavamos em seu quarto, ela estava separando roupas para ir pra casa de Harry, estava em pé a porta de seu closet e corria as mãos por cada roupa, arrancando algumas do cabide e as jogando na cama. Sentei em sua cama, observando a janela e a escuridão la fora. 
— E Malfoy ? — perguntou ela atirando por sobre o ombro uma camiseta rosa que caiu em meu colo.
— Não sei ... acho que esta na casa dele — respondi.
Peguei a camiseta que ela jogou e a dobrei, colocando ao meu lado em seguida.
— Vão se ver hoje ? — perguntou curiosa.
Mas uma roupa passou voando ao meu lado, batendo na parede e caindo no colchão.
— Provavelmente sim — falei esboçando um sorriso.
— Então a noite será longa para nós duas — disse virando o rosto para sorrir pra mim com malicia.
Uma risada curta escapou de meus labios e de repente me senti mais ansiosa do que eu ja estava.
— Claro, a noite é uma criança — respondi em tom de quem se diverte.
Gina riu.
— Isso é dispensavel até o fim do mês, ainda bem que parou — murmurou ela parecendo falar consigo mesma. 
Então jogou para tras um pacote pequeno que caiu no chão aos meus pés, olhei e era um pacote de absorventes. Peguei do chão e coloquei na cama, de repente me ocorreu uma coisa. Minhas regras, fazia algum tempo que não descia pra mim, o que era comum, pois eu não tinha um ciclo regulado. Mas, o que era estranho era que eu mal me lembrava a ultima vez. Forcei a memoria tentando me lembrar, fazer as contas... 
— Acha que Harry vai gostar dessa camisola ? — ouvi a voz de Gina como se ela falasse a uma longa distancia.
Meu corpo inteiro se arrepiou; minha menstruação não vinha a exatos dois meses! *dois meses ...* 
— Mione ? 
Eu mal a ouvia. Meu estomago parecia ter afundado até meus pés. 
— Dois meses ... — falei sem som.
Nunca havia demorado tanto assim.
— Terra chamando Hermione ! — a voz de Gina soou alta, tirando-me de meu estupor. Ergui meus olhos arregalados para ela enquanto juntava tudo: o cansaço, o sono, o mal estar continuo...
— Mione, ta tudo bem ? — Gina virou-se para mim, seus olhos preocupados enquanto me observava.
Levantei num rompante, as mãos escorregadias de nervoso, senti o sangue fugir de meu rosto enquanto eu congelava por dentro. 
— Gina acho que posso estar gravida — falei rapido, minha voz tremendo de pavor.

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora