Tentativa

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POV. HERMIONE

Eu caminhava rapido, decidida. Cada passo ecoando pelo Ministerio enquanto eu ía rumo ao gabinete do Primeiro Ministro. Fazia apenas um dia que eu tinha deixado o Hospital, podia sentir as pessoas lançando olhares na minha direção, alguns espantados, outros curiosos. Aparentemente todos sabiam o que havia acontecido - mais ou menos, ja que as pessoas tendiam a aumentar a historia. Apesar do Curandeiro ter ordenado que eu ficasse de repouso pelo menos dez dias, la estava eu, prestes a confrontar Kingsley. Eu simplesmente não pude ficar em casa, deitada em minha cama enquanto Draco permanecia naquele lugar horrivel. Ele era inocente, eu não ia cruzar os braços e esperar, eu precisava fazer alguma coisa ou ía enlouquecer. Parei diante da porta de mogno, contei mentalmente até dez, respirei fundo e então dei duas batidas firmes na porta.
- Entre Srta. Granger - ouvi a voz abafada do Ministro.
Franzindo o cenho enquanto me perguntava como ele sabia que era eu, entrei.
- Olá, Ministro - falei me aproximando de sua mesa.
- Olá, Hermione. Sente-se - ele sorriu indicando com a cabeça a cadeira a sua frente.
Abri um meio sorriso a ele e puxei a cadeira sentando-me. Ele cruzou as mãos sob a mesa e me olhou atentamente, franzi meus labios pensando na melhor maneira de começar.
- Ministro ...
- Eu sei o que vai falar, Hermione. Sei o que aconteceu e sei do seu envolvimento com o herdeiro dos Malfoy - interrompeu-me.
Sua voz era contida, porém severa, como se ele desaprovasse o meu relacionamento com Draco.
- Ministro, se realmente sabe o que aconteceu, sabe também que Malfoy é inocente - falei, meu tom saiu mais firme do que eu esperava.
Ele estalou a lingua, parecendo insatisfeito.
- Bom, não de acordo com as investigações e o comportamento suspeito dele. Foi comprovado que ele matou aquelas pessoas, ele usou a Maldição da Morte naquela noite - abri a boca para falar mas Kingsley ergueu um dedo, advertindo-me - ele fugiu, ficou todos esses anos enganando o Ministerio.
"Sem contar as denúncias sobre ele estar atras de possiveis "seguidores das trevas". Não creio que isso seja o comportamento ideal para uma pessoa inocente" - finalizou ele com um toque de sarcasmo no final de sua frase.
Estreitei os olhos, meu coração batia forte.
- Há varias maneiras de se provar a verdade nessa situação. O senhor sabe que eu seria incapaz de mentir, ainda mais sobre o assassinato de pessoas inocentes ... - falei um pouco irritada.
Ele ergueu a mão para que eu me calasse.
- Sua honestidade nunca foi questionada. Não é sobre você que estamos falando, trata-se de um Ex- Comensal da Morte. Alguém com uma extensa ficha criminal. Sei de seu caratér Hermione, mas não posso acreditar em alguem como Draco Malfoy. Ja pensou na possibilidade de ele ter mentido para você ? - indagou.
Tomei folêgo, minhas mãos começaram a formigar, eu as passava em minha saia tentando mater-me calma.
- Ele não esta mentindo. Eu vi com meus proprios olhos, eu estava naquela Cabana também, eu fui torturada e o vi sendo torturado também, pelo proprio tio! Escutei da boca de Lestrange que ele e somente ele estava por tras de tudo. Ele quase nos matou! Pelas calças de Merlim, a verdade esta escancarada! - eu ri sem nenhum humor, completamente frustrada por perceber que Kingsley estava cego em relação a Draco.
- Rodolphus Lestrange ainda não foi localizado, assim que isso acontecer podemos esclarecer as coisas e fazer um julgamento. Até la, Malfoy ficara em Azkaban por prevenção - rebateu, seu tom de voz indicava que o assunto estava encerrado.
Olhei para ele desconcertada, mordi meu labio nervosa e o soltei. Ele tinha uma ideia fixa sobre Draco, ele ainda o via como aquele garoto inconsequente que queria ser reconhecido por coisas ruins.
- Ministro, com todo o respeito, peço que reconsidere. Draco é inocente! - insisti.
Ele fechou os olhos brevemente e quando falou seu tom era cansado, como o de alguem que explica a mesma coisa pela décima vez a uma criança.
- Hermione, peço a você que reconsidere. Não posso tira-lo de lá, ele continua sendo um suspeito, e um bem provavel. Isso não se trata apenas de você, ou Lestrange, mas toda a comunidade bruxa. Tivemos muitos tempos dificeis, não posso deixar que as coisas saiam da ordem dessa maneira. Vá para a casa, se recupere, e pense bem a respeito sobre sua posição - retrucou.
Abri a boca para falar mas a fechei em seguida. Tinha ido ate la com a intenção de convencer o Ministro de alguma forma que Draco era inocente, no entanto ele não mostrava sinais de que fosse ceder em nossa breve conversa.
- Me desculpe, mas, não podem deixar um homem inocente preso até que outro apareça para comprovar qualquer coisa! Isso não é ordem, não é certo. Temos magia ao nosso favor, há meios de se obter a verdade, isso não esta certo! - eu falei desnorteada.
- Hermione, não se desespere. Tudo será esclarecido em breve. Confie em nossos Aurores e em nosso tribunal. Se Draco Malfoy for mesmo inocente não há com o que se preocupar - dizendo isso Kigsley suspirou, obviamente minhas tentativas o cansaram.
- E-eu posso ... ve-lo ? - perguntei timidamente, a voz tremendo um pouco.
Ele arregalou um pouco os olhos, erguendo as sobrancelhas.
- Não é permitido visitas em Azkaban, achei que soubesse - respondeu em tom gentil.
Suspirei.
- Eu sei. Bom, não custa tentar - dei um sorriso triste, então me levantei - acho melhor eu ir, obrigada Ministro - estendi a mão.
Ele sorriu pegou minha mão, apertou e soltou logo em seguida, seus olhos me sondaram com seriedade.
- Lamento muito Hermione, acredite em mim. Mas vá para casa, recupere-se e tente pensar em outras coisas, tudo dara certo - ele disse de forma gentil.
Assenti corando um pouco.
- Até logo, Ministro - me despedi indo para a porta.
- Tchau Hermione - ele assentiu.
Abri a porta e sai, sentia-me irritada, contrariada, triste ... Eu queria dizer a ele: obrigada por nada. Minha tentativa fora frustrantemente falha. Parei em frente ao elevedor e cruzei os braços, esperando. Alguém tocou meu ombro, me sobressaltei e virei o rosto para olhar. Era Ron, a ultima pessoa que eu queria ver naquele momento.
- Achei que fosse estar em casa. O que faz aqui ? - ele perguntou com curiosidade.
Eu ainda não tinha visto ele desde o ocorrido, uma raiva incomum aflorou em mim, borbulhando, queimando, tingindo tudo de vermelho. Fuzilei ele com o olhar.
- Não fale comigo - sibilei.
Nesse exato momento o elevador chegou, avancei para entrar e ele agarrou meu braço puxando-me para tras e virando-me para que eu o olhasse.
- O que há de errado com você ? - perguntou, seus olhos confusos me fitando.
- O que há de errado com você ?! - rebati com raiva, olhando-o com desprezo.
- Do que esta falando ? Não pense que não fui te ver no Hospital, eu fui mas você não estava acordada - falou depressa em tom inocente, interpretando completamente errado meu comportamento. Bufei indignada e puxei meu braço das mãos dele.
- Não se faça de idiota. Você podia ter matado ele !
A expressão de Ron passou de confusão para raiva em um segundo quando ele percebeu o que eu estava falando.
Uma risada sarcastica chiou na garganta dele e tive vontade de acertar um soco em seu estomago.
- Ah, eu devia imaginar - disse ele, a voz carregada de escarnio e indgnação - Não acredito que depois de tudo o que aquele cretino fez você ainda o defenda ! Qual é Hermione, você é tão facil assim ?
Não consegui me controlar. Quando dei por mim minha mão ja tinha acertado sua face com força, fazendo um estralo alto. Tanto eu quanto ele respiravamos forte, ambos com raiva. Sem dizer mais nada me encaminhei para o elevedor, as grades fecharam-se a minhas costas, virei ficando de frente para ele, sustentando seu olhar acusatorio; Ron balançou a cabeça em negativa pra mim e então o elevador se moveu. Uma vez longe do olhar dele e de qualquer outra pessoa deixei as lagrimas virem a tona. Eu não consiguira nada, absolutamente nada ! Isso era pertubador, eu estava tão confiante quando a ideia de falar com Kigsley me ocorreu e agora toda essa confiança se esvaira, deixando em seu lugar um medo aterrador.

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora