10- Na direção

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Acho que posso afirmar o quanto a segurança desse lugar é impecável. Tentava fugir do local da minha pequena ação travessa quando um dos seguranças me parou. Ele perguntou por que eu estava correndo pelo colégio em vez de estar na sala tendo aula. Foi apenas questão de poucos minutos até ele ser informado do que aconteceu em uma das salas para ligar os pontos comigo. O segurança me levou direto para a sala do diretor. Mas o pior, era Charles Evans quem estava lá.

Sento-me na cadeira de sua sala em frente a mesa onde ele está. Aconchego-me confortavelmente e cruzo os braços enquanto Charles tem seus olhos voltados para alguns papéis. Depois de poucos minutos em silêncio, ele finalmente volta sua atenção para mim. Pude jurar que a qualquer momento, teria minha alma sugada do meu corpo pela maneira com que me olhou.

- Para um segundo dia de aula, você não acha que já criou problemas demais nesse colégio?

- Eu...

- Não terminei de falar- Me repreende. Charles se encosta em sua cadeira ainda com os olhos em mim- Sinceramente, onde você pensa que está? Porque se não sabe, terei o maior prazer em te dizer- Ele se cala por alguns segundos, e então continua- você está em uma das melhores escolas da América. Nosso colégio é desejado por muitos, mas não são todos que tem o privilégio de estudar aqui. Bom, você deve ter notado a organização e a segurança perfeita desse lugar, e deve imaginar o quanto somos rígidos em manter tudo aqui em ordem. Então responda-me, foi você que atirou a bola de beisebol na classe D do primeiro andar?

Ele queria me intimidar, estava claro. E se eu fosse qualquer outro aluno, teria conseguido. Mas haviam dois problemas que me faziam indiferente as suas palavras. Primeiro: Realmente não me importava em estudar aqui; Segundo: Eu não era qualquer aluno.
Então apoio meus braços na cadeira, e confiante, me inclino para frente.

- Fui eu sim, e faria de novo se pudesse.

Dessa vez, quem se inclina para frente é ele.

- Está me desafiando, rapaz?

- De forma alguma, senhor Charles.

Ele me observa calado. Tive certeza, seria agora que teria minha alma sugada. Então só para garantir minha segurança, encosto-me na cadeira novamente tentando manter uma certa distância.

- Está claro para mim que você não se importa com as consequências dos seus atos. Então vamos fazer dessa forma que irei lhe propor, e assim evitarmos uma futura e terrível dor de cabeça para mim.

Após a decisão de Charles, saio de sua sala tendo a certeza de que minha mãe me esganaria quando soubesse. Estava emerso em meus pensamentos enquanto fechava a porta, quando reconheci a silhueta em minha frente. Ela estava usando fones de ouvido e me lançava um olhar surpreso.

- Vejam só quem está aqui- Digo- a minha seguidora.

- Você não se enxerga, não é?- Responde irritada tirando seus fones e logo os guardando em sua mochila.

- Você não vai me apresentar seu amigo, Kimberly?- Diz uma garota de cabelos vermelho escuro que só agora percebo ao seu lado. Então é esse seu nome.

- Ele não é meu amigo- Responde- é só um qualquer da turma.

- Qualquer?- Levanto uma sobrancelha.

- Estou brincando- A garota ruiva se levanta e se aproxima de mim- é claro que eu sei quem é Chris Taylor. O misterioso filho de Paul Taylor finalmente surge entre nós- Ela estende a mão em um cumprimento- é um prazer te conhecer pessoalmente, me chamo Melissa Evans. Filha de um dos importantes diretores do colégio- Ela fala como se fosse algo grande pra mim.

- Prazer, Melissa- Estendo minha mão e pego a sua.

- Ah, ninguém merece- A morena sentada revira os olhos.

- Algum problema, Kimberly?- A outra garota volta sua atenção para ela- a presença de Chris de traz más recordações?

Suas palavras parecem ter vindo como veneno por sua expressão, mas a morena reage. Após se levantar bruscamente deixando suas coisas de lado, Kimberly se aproxima até estar frente à frente com Melissa. Não entendi o que estava acontecendo, mas percebi que as coisas logo ficariam divertidas.

- Posso te dar uma linda recordação dos meus punhos em seu rosto agora mesmo.

- Você sabe que não pode me tocar- Melissa lhe dá um sorriso provocativo- não se quiser passar por aquela humilhação outra vez.

Tudo bem, as coisas estavam começando a ficar extremamente sérias. Vi Kimberly tão vermelha de raiva e senti que poderia explodir a qualquer momento. Então fiz o que achei a melhor opção.

- Tudo bem, garotas. O papo está ótimo, mas infelizmente, eu tenho que ir.

Sem mais conversa, me retiro dali. Se havia algo pior do que ser expulso do colégio, era estar no meio de uma briga entre garotas. De qualquer forma, nenhum dos dois acabava bem. Faço todo o meu percurso de sair do colégio, pegar o ônibus e descer em meu ponto, mas ao lembrar da má notícia que teria que dar a minha mãe quando chegasse em casa, penso seriamente em ir direto para o trabalho.

Mas infelizmente, eu não podia adiar isso. Então apenas entro em casa apreensivo e pensando nas palavras certas para lhe contar. Após entrar na sala de estar, notei uma Rebecca furiosa no sofá com o celular nas mãos olhando para mim. Então pude confirmar mais uma vez, aquele colégio era realmente eficiente.

- Você quer me matar, Chris?- Ela diz em um tom calmo, o que para mim, a fazia ainda mais perigosa.

- Foi tudo um mal entendido.

- Atirar uma bola de beisebol pela janela da sala de aula é um mal entendido?!- Ela estoura enquanto se põe de pé.

- Calma, mãe- Minhas palavras a fazem ficar ainda mais irritada.

- Calma? Calma?! Você tem noção do que fez? Chris, você foi expulso do colégio apenas em dois dias de aula!

- Eu sei, eu sei- Respondo- não era minha intenção ser pego, mas não se preocupe. As coisas logo vão se resolver.

- Vão se resolver como se você foi expulso por sua falta de maturidade?!

- Mãe, apenas me ouça.

Ela solta um longo suspiro irritado e fecha os olhos para em seguida, me olhar novamente.

- O que você mais teria a dizer? Vamos, confesse.

- Não é nada disso- Franzo cenho.

- Então o que é?!

- Eu não vou ser expulso.

- Como não? Você já foi!

- Mãe- Aproximo-me dela e tento acalmá-la para que também compreenda o meu raciocínio- Pensa comigo, quando souberem que sou filho de Paul Taylor, irão implorar para que eu volte. Só me surpreende todos os alunos estarem comentando sobre isso e os próprios diretores não saberem.

- O quê? O que está dizendo?

- Mãe, ter o filho de um famoso tão amado como um aluno, fará o ibope do colégio subir ainda mais. Eles não perderiam essa chance.

- Como pode ter certe...

Ela nem terminou de falar quando o seu celular tocou. Fiz um sinal com a cabeça para que atendesse. Então após feito isso, Rebecca me olha perplexa.

- São eles.

Nota da autora •

Esse Chris não tem jeito. Haha. Então gente, gostaram do capítulo de hoje? Espero mt que sim! Não se esqueçam do votinho e de comentar sua opinião.

Até próximo cap. Bj Bj e abraço apertado

Academia LawrenceOnde histórias criam vida. Descubra agora