60- Traição?

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Desperto com a luz do sol brilhando através da janela. Sento-me e esfrego os olhos enquanto deixo escapar um bocejo. Ao meu lado, Kimberly se vira e cobre o rosto manhosa com o lençol.

- Anjinho?

- Humm...- Responde sem qualquer intenção de levantar da cama agora.

Apenas sorrio e deixo que durma mais um pouco. Levanto-me da cama e após tomar um banho, visto minha cueca box e uma calça jeans. Ainda colocando a camisa, saio do quarto e fecho a porta deixando Kimberly na cama do jeito que veio ao mundo. Caminho da sala até à cozinha só para encontrar Clara preparando algo no fogão.

- Onde está minha mãe?

- Saiu- Responde apenas.

Dou de ombros e abro a geladeira logo pegando uma garrafa de leite.

- Eu nunca imaginei que você iria tão longe com ela dessa forma- Diz Clara ao se virar ficando atrás de mim- você sempre foi tão alheio a qualquer garota.

- Simplesmente aconteceu- Respondo ao alcançar dois copos dentro do armário.

- Sabe, Chris... Se você apenas me desse uma chance, eu poderia te provar que posso te fazer mais feliz do que essa aí.

- Quê...- Sou surpreendido quando sinto suas mãos agarrando-me pela cintura- o que está fazendo?

Em um reflexo, viro-me em sua direção e percebo que a mesma apenas veste sutiã e calcinha. Suas roupas estavam jogadas no chão ao nosso lado e eu não tinha visto que ela os tirou agora a pouco.

- Perdeu o juízo, garota?- Interrogo recuando um passo até que sinto o balcão atrás de mim.

- Por favor, Chris- Ela se aproxima com intenções claras de esfregar seus seios em mim- nos dê uma chance.

Quando Clara está prestes a tocar meu rosto com a mão, seguro seu pulso. Eu já estava começando a ficar irritado com sua atitude tão imatura. Mas antes que eu pudesse tomar qualquer outra ação para afastá-la de mim, percebo uma silhueta conhecida ao lado na porta da cozinha. Quando viro meu rosto, encontro Kimberly olhando para nós. A mesma parecia estar chocada demais para exibir qualquer reação.

- Oh, Kimberly, você está aí?- Clara sorri sonsa. Então solto o seu pulso rapidamente e a afasto de mim com um empurrão.

Mas ao contrário do que esperei, Kimberly não ficou para brigar conosco ou algo do tipo, ela apenas se virou e foi embora em direção ao quarto sem dizer nada.

- Qual é o teu problema?!- Eu digo irritado- trate de vestir suas roupas, juntar suas coisas e sair dessa casa!

Apresso-me em ir até Kimberly, mas não antes de sentir Clara segurando meu braço mais uma vez. Eu já estava ficando cansado disso.

- Chris, eu sempre te amei... Por favor, não se afaste de mim- Ela começa a chorar- me perdoe, eu imploro...

- Me larga!- Desvencilho-me de suas mãos- apenas vá embora- E logo lhe dando as costas, vou até Kimberly.

Quando abro a porta do quarto, vejo-a sentada na cama com os olhos voltados para a janela aberta. Seu rosto estava com uma expressão séria e não parecia nem um pouco disposta a olhar para mim. Receoso, aproximo-me com passos lentos.

- Não foi uma boa ideia eu ter vindo pra cá- Finalmente posso ouvir sua voz.

- Por favor, não diga isso... O que você viu... Não é o que está pensando...

- Eu sei- Ela volta seus olhos para mim- confio em você.

Sinto como se um peso saísse das minhas costas. Então finalmente posso respirar aliviado.

- Só responda-me uma coisa- Pergunta.

- O quê?

- Você já ficou com ela alguma vez?

- Sim... mas isso já faz tanto tempo.

Kimberly apenas acena e logo volta seus olhos para a paisagem através da janela.

- Mas nunca fiquei com ela e mais nenhuma outra desde que nos conhecemos, acredite- Eu digo- desde que te conheci, só tenho pensado e tido olhos para você.

Kimberly deixa um pequeno sorriso escapar de seus lábios. Então ainda com os olhos na janela, faz um gesto para que eu me aproxime. Não hesito em fazer o que pede e logo me sento ao seu lado pondo as mãos em sua cintura. Ela se achega em mim até ficarmos numa posição confortável.

- Sinto muito por ter te trazido tantos problemas.

- Para, anjinho- Eu digo nada contente com suas repentinas palavras- a última coisa que quero é que se sinta culpada agora.

Kimberly logo volta seu rosto em minha direção. Seus olhos castanhos se concentram nos meus sem nenhuma intenção de desviá-los. E por longos minutos ficamos assim. Um olhando para o outro. Tive mais certeza a cada segundo que eu a amava e não pretendia passar mais nenhum minuto longe da sua presença.

Ela entrou na minha vida de um modo totalmente inesperado. Nunca tive intenção de conhecer alguém dessa forma na Academia Lawrence, mas tudo simplesmente rolou e posso dizer que foi a melhor coisa que me aconteceu. Tudo o que fiz por Kimberly, com certeza, eu faria outra vez só para tê-la em meus braços como está agora.

Uma de suas mãos alcança meu rosto e o acaricia delicadamente. Então aproveitando ao máximo seu toque, fecho os olhos enquanto sinto seus dedos macios fazendo caminho até meus lábios. Não demora até que sinto seu doce beijo sobre mim mais uma vez. E que diferente da noite passada, era lento e inocente. Sinto como se me transportasse para o céu. Aqui era o meu lugar, ao seu lado.

Mas logo interrompendo nosso momento, ouço o som do toque de um celular. Kimberly ameaça se afastar, mas logo a seguro com as mãos trazendo-a para mais perto. Ela solta um leve gemido e sorri ao sentir seu corpo contra o meu.

- Não vá ainda- Eu peço roçando meus lábios nos seus.

Ela apenas volta seus olhos para a minha boca desejosa e logo depositando um beijo, se afasta de mim.

- Preciso atender- Responde sorrindo.

Então dado por vencido, lhe solto e deixo que atenda seu celular. Ela o alcança rapidamente e logo o põe sobre o ouvido. Mas percebo seu sorriso se esvaindo do seu rosto ao ouvir as palavras ditas através da linha telefônica. Franzo o cenho pronto para perguntar o que está havendo, mas deixo que ela complete a ligação. Então quando finalmente o faz, Kimberly olha para mim assustada.

- Meu pai... Está vindo pra cá atrás de mim.

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