Chris havia mentido para mim. Ele não cumpriu sua promessa e isso teria me deixado com extrema raiva, se eu não estivesse tão nervosa. Estava soando frio quando entrei na delegacia. Era meio dia em ponto.
- Sentem-se- Charles ordena sem olhar para nós, e logo, se dirige até o policial de óculos escuros que conversa com a funcionária atrás do balcão de recepção.
Então eu e Melissa nos sentamos nas cadeiras de ferro encostadas na parede. Sentia meu raciocínio lento. Ainda não conseguia acreditar no que Chris havia feito. Roubar o carro do meu pai? Mas o que ele estava pensando?
- Chris é realmente surpreendente- Comenta Melissa com os olhos voltados para seu celular- espere até que todos saibam que estamos numa delegacia.
- Nem pense em fazer isso...
- O quê?- Ela sorri- Isso?- Então me mostrando a tela de seu celular, vejo exibir uma postagem em seu twitter.
"A ousadia de Chris Taylor realmente não tem limites. Estou agora mesmo com meu pai na delegacia por causa dele!"
- Você é maluca, tem noção do que fez?!
- Não me importo- Ela dá de ombros- Chris vai pagar caro por ter me rejeitado.
Eu a olho perplexa. Melissa simplesmente não vale nada. Então logo desviando minha atenção, vejo alguém entrar na delegacia com passos apressados. Surpreendo-me ao reconhecer o rosto de Rebecca, a mãe de Chris. Seus gestos demonstram o quanto está assustada. Ela logo se adianta até a funcionária atrás do balcão que antes falava com meu pai. Após um breve momento de conversa, o policial de óculos escuros que ainda estava por perto, guia Charles e Rebecca até um pequeno corredor.
Em seguida, os leva até uma sala. Os minutos passam lentamente e sinto-me cada vez mais ansiosa em saber o que acontece lá dentro. Alguns policiais caminham com papéis nas mãos de um lado para o outro, enquanto isso, ouço telefones tocando a cada segundo. Eu sentia meu coração palpitando sempre que alguém passava pela porta e cheguei a conclusão de que se eu ficar mais uma hora aqui, vou surtar.
Quando resolvo tirar meu casaco do colégio para aliviar o calor causado pela tensão, vejo um homem de barba entrar com uma câmera pendurada no pescoço. Ele vai direto para o balcão pedir informações. Então em questão de poucos segundos, assusto-me pela grande quantidade de pessoas que de repente, aparecem através da porta. Uns estavam com câmeras, microfones e gravadores nas mãos. E entres eles, estavam um grupo de garotas com camisas idênticas.
Foi quando uma delas se virou para cá que vi o rosto de Chris estampado em sua camisa. Tudo começava a se tornar uma verdadeira bagunça, até que alguns policias resolvem intervir para controlar a situação. Enquanto as garotas exigiam a liberdade de Chris, os fotógrafos só se preocupavam em tirar fotos optando por ignorar a presença dos policiais. Tudo estava começando a se tornar um verdadeiro caos. As pessoas simplesmente insistiam em ficar.
- Por favor, senhoritas- Só agora noto um policial perto de mim e Melissa. Seu rosto era delicado e ele parecia ser um dos policiais mais novos daqui- sigam-me para dentro para a segurança de vocês, pois as coisas aqui ficarão bem agitadas.
Eu realmente não conseguia imaginar como tudo poderia ficar ainda pior do que já estava, de qualquer forma, não pretendia ficar aqui para ver isso acontecer. Então logo me levantando igual a Melissa, que secava o policial com os olhos, deixo que nos guie até o corredor que antes meu pai e Rebecca passaram. Quando ele abre a porta, posso ver a grande extensão da sala. Haviam várias mesas de escritório com cadeiras espalhadas pelo lugar, e em cada uma delas, haviam computadores e uma variedade de objetos.
Em algumas mesas, haviam policiais sentados interrogando alguém, ou no telefone; já em outras, apenas anotavam algo ou conversavam com seus colegas. Olho ao redor analisando toda a sala enquanto sigo o policial até alguns sofás no canto da parede lateral. Quando me sento, agradeço ao mesmo, já Melissa, joga seu charme e tenta flertar, mas ele não corresponde. Eu já começava a sentir uma vergonha alheia, se ela ao menos prestasse atenção e visse a aliança em seu dedo, evitaria passar por tal situação embaraçosa.
Então logo desviando minha atenção para o lugar mais uma vez, reconheço seu rosto, o que faz meu coração bater mais rápido. Chris estava sentado na cadeira de cabeça baixa, e em seus pulsos, algemas o prendiam. Sinto meu coração se apertando. Chris não é um bandido. Isso não é justo. Penso que se eu apenas tivesse sido mais forte e me negado a lhe contar a verdade, nunca precisaria vê-lo nesse estado tão lamentável. Eu realmente queria fazer alguma coisa, queria ir até ele, queria ajudá-lo, mas eu não podia. Simplesmente, não podia.
Então logo me tirando dos meus pensamentos tão conturbados, ouço um alto barulho de algo se quebrando. Em seguida, as vozes das pessoas na frente da delegacia se intensifica. Alguns policiais que estavam aqui dentro, logo se dirigem até à porta pra ver o que estava acontecendo. Após ouvir um grito feminino e agudo, posso ver dois policiais trazendo uma garota loira pelas mãos enquanto ela berra agitada. Não devia ter mais que quinze anos de idade.
- Me soltem! Eu sou a líder do fã-clube e exijo respeito!
Então ignorando suas reclamações, eles continuam a levá-la para o fim da sala, praticamente, a carregando nos braços. Mas quando os olhos da garota encontram o rosto de Chris, ela surta ainda mais.
- Ai, meu Deus! Chris... eu te amo! Eu te amo! Chris!
Ele levanta a cabeça para olhá-la, então lhe dando um sorriso fraco, ele acena discretamente com um das mãos.
- Ele acenou pra mim!!- A garota continua com os berros- ai meu Deus, acho que vou desmaiar!
Quando ela é levada para dentro de uma sala, logo em seguida, saindo da mesma, vejo o policial de óculos escuros, Rebecca e meu pai se dirigindo até a cadeira onde Chris está. Todos parecem ter chegado num acordo pelas expressões em seus rostos. Então o policial se adianta em tirar as algemas de Chris que passa as mãos nos pulsos em alívio. Logo se pondo de pé, Charles bagunça seu cabelo em gesto carinhoso. Ele realmente sabia encenar quando queria.
Após se despedirem do policial que deu uma breve palavra a Chris, provavelmente, uma rápida lição de moral, eles se dirigem até a porta que nos leva para a frente da delegacia. Eu e Melissa logo nos adiantamos em seguí-los. Quando nos aproximamos, os olhos de Chris me encontram, mas ele logo os desvia para o lado. Parecia incapaz de olhar para mim. Eu sentia um clima estranho entre nós e temia por isso. Talvez as coisas nunca mais voltem a ser como antes.
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Academia Lawrence
RomanceTudo acontecerá através dos olhos de Kimberly Evans e Chris Taylor. Ambos não possuem nada em comum. Kimberly é filha do sócio do diretor da Academia Escolar Lawrence, sonha em ser uma violinista profissional. Mesmo tendo toda sua família indo contr...