50- Tentando fugir

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Jack havia insistido tanto para eu e Jeffrey irmos à balada com ele, que no final, acabamos cedendo. Ele afirmara que eu estava tão desanimado quanto Jeffrey e que precisávamos nos distrair. Eu estava sentado no banco do bar com um copo de vodka quando vi Jack se afastar aos amassos com uma ruiva de blusa azul e saia rosa. E no mesmo tempo, havia perdido sobre o paradeiro de Jeffrey. Talvez estivesse no banheiro ou algo assim.

Eu tomava um gole da minha bebida e observava o lugar tomado por luzes fortes e pessoas bêbadas quando uma loira peituda se aproximou de mim. Seu decote estava tão grande que seria impossível não olhar. A garota se senta no banco ao meu lado toda atrevida enquanto cruza as pernas me lançando um olhar provocativo.

- Mal posso acreditar no que estou vendo- Ela diz com a voz sexy- Chris Taylor?

Aceno e dou o último gole na minha bebida.

- Uau,- Ela se inclina para perto de mim- você é ainda mais gato pessoalmente.

- Obrigado- Faço um sinal com a mão e peço outra vodka ao garçom.

- Sabe...- A loira se aproxima mais e logo posso sentir uma de suas mãos deslizando sobre minha perna- eu sempre quis te conhecer pessoalmente para poder fazermos...- Seus lábios já estão a centímetros dos meus.

- Lamento- Lhe afasto com as mãos em seus ombros e levanto-me do banco em seguida- mas não tenho interesse.

- Você é gay?

Me volto em sua direção e sorrio de canto. Logo aproximo nossos rostos mais uma vez, e noto a loira ficando quase hipnotizada enquanto abre os lábios esperando por um beijo meu. Então virando meu rosto, me inclino no balcão e pego a bebida que o garçom havia deixado agora a pouco para mim.

- Eu não sou gay, eu só não fico com putas como você.

A garota que antes babava pela minha proximidade, logo vai mudando sua expressão facial de desejo para ofendida. Então já com a bebida na mão, afasto-me e a ouço resmungar algum xingamento por trás. Caminho lentamente analisando a pista de dança enquanto vou em direção aos sofás coloridos.

De longe, posso ver uma garota sentada de costas assustadoramente familiar. Seu longo cabelo castanho estava solto em belas ondas e seu vestido marcava sua fina cintura e sua atraente bunda. Aproximo-me mais um pouco e logo identifico o rosto da outra garota loira sentada ao seu lado, e que de vez em quando, me lançava um olhar desconfiado.

A loira sentada era a amiga de Kimberly. Certamente, a garota morena era a própria Kimberly. Sento-me no sofá mais próximo e ponho o copo de vidro no pequeno centro ao lado. Ela era a última pessoa que eu esperava ver hoje, e principalmente, numa balada. Então mais uma vez, volto meus olhos em sua direção. Agora vejo-a se pondo de pé enquanto sua amiga parece insistir para que vá até a pista de dança com ela.

Kimberly estava incrivelmente sexy naquele vestido e infelizmente, alguns caras também parecem ter notado isso. Quando a loira percebe que não conseguirá persuadi-la a dançar, faz um gesto de derrota e logo se dirige para a pista sozinha. Kimberly logo se volta em minha direção enquanto dá um suspiro desanimado, mas quando seus olhos me encontram, ela me observa calada.

E por quase um minuto ficamos assim, como se tentássemos desvendar um ao outro. Mas logo vejo um cara claramente bêbado se aproximar dela tirando sua atenção de mim. Kimberly faz uma careta quando ele começa a falar. Então levanto-me e vou na direção de ambos quando percebo que ele já está chegando perto demais de seu rosto. Chego pondo o braço em volta da cintura de Kimberly que fica tensa ao sentir meu toque, mas quando percebe que sou eu, relaxa na hora.

- Algum problema por aqui?- Pergunto com a voz firme.

O bêbado olha para mim com os olhos arregalados, e depois para Kimberly, só para em seguida, voltar para mim de novo.

- Você não é o Cri... Cri... Taylor?

Dou um aceno começando a ter pena do pobre miserável.

- Eu sou seu fã... Foi Mal... Não sabia que era tua mina...

Então logo se afastando, ele cambaleia até o sofá mais próximo, e jogando seu corpo de qualquer jeito sobre o mesmo, fecha os olhos e começa a dormir. Quando percebo que ainda tinha meu braço em volta de Kimberly, adianto em me afastar, mas ela logo segura minha mão.

- Chris, espera...

- Eu tenho que ir.

Me desvencilho de suas mãos e lhe dou as costas para ir embora sabendo que minha noite havia acabado ali.

- Quem está fugindo agora?!- Ouço sua voz exaltada logo atrás de mim.

Por mais que isso me doa, opto por ignorá-la, e fazendo meu caminho, vou em direção à saída da balada. Mas o que eu não esperava, era que Kimberly viesse atrás de mim. Então quando já estou no lado de fora sentindo o vento gélido sobre meu rosto, sinto ela pegando meu braço. Isso me faz parar e me virar para olhá-la.

- Chega, Kimberly. Melhor nos afastarmos.

- Está enganado se pensa que vou deixar você decidir por nós!

- Ora, vejam só...- A voz grossa de um homem nos interrompe fazendo-me olhar em sua direção- se não é o maldito pirralho.

Nunca me esqueceria do seu nome.

Zeca.

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