Quando acordei na manhã da segunda feira para ir ao colégio, logo percebi quando entrei na cozinha, que não conseguiria mais fugir das perguntas de Rebecca. Quando voltei para casa na noite passada, fui direto para meu quarto afim de me livrar de seu interrogatório, mas eu sabia que era só uma questão de tempo até ser bombardeado por suas perguntas. Então no café da manhã, ela aproveitara o momento perfeito, e para meu azar, Clara fazia questão de estar presente. Era como se tivessem combinado tudo.
- Como foi a festa no sábado?- Começa minha mãe fingindo ser uma pergunta totalmente inocente e sem segundas intenções- você nem voltou para casa no domingo, só de noite, quando eu já estava deitada.
- A festa foi legal- Respondo omitindo certos detalhes- acabei indo direto para o estádio depois.
- E estava sozinho?
- Passei o dia ajudando as funcionárias na limpeza.
- Acho que sua mãe quis dizer, se ficou sozinho quando voltou da festa à noite- Infelizmente, Clara resolve se intrometer.
- Isso, isso- Concorda Rebecca nada discreta.
Sim, elas certamente haviam combinado de me encurralar, mas quando estava prestes a lhes dar outra desculpa, ouvi alguém bater na porta de casa. Essa era me deixa.
- Eu abro!- Apresso-me em sair dali.
Logo, ouço seus suspiros de frustração. Então quando abro a porta, pergunto-me se dormira bem essa noite, pois definitivamente, a pessoa que estava na minha frente não podia ser real.
- Melissa?
- Oi, gato- Ela sorri- está pronto para irmos?
- O quê?- Franzo o cenho- o que faz aqui?
- Ué, está na hora da aula.
- Exatamente. Errou o caminho da Lawrence, por acaso? Aliás, como sabe que moro aqui?
Após dar uma gargalhada demasiadamente exagerada pela minha pequena piada, ela se aproxima.
- Peguei seu endereço no celular de Kimberly quando ela não estava por perto. Então, vamos para o colégio?
- Quê? Não vou a lugar nenhum com você.
- Ué, gato. E por que não?
- Porque não tenho nada contigo- Respondo já impaciente- e me faz um favor, aparece aqui mais não, tá?
Então fechando a porta na sua cara, viro-me em direção ao meu quarto para ir me arrumar.
- Chris!- A ouço gritar meio indignada através da porta.
- Vai embora!- Grito de volta- maluca.
~
Hoje era o dia em que apresentaria o trabalho com Kimberly. Já estava sentado em meu assento dando uma última revisada no assunto quando o sinal tocou. Logo, o professor Hadley entra na sala seguido pelos alunos. Após todos se sentarem, percebo que Kimberly ainda não chegou e estranho isso. Não era de seu costume chegar tarde, e principalmente, em dia de trabalho.
Após os minutos passarem e boa parte da turma já ter se apresentado, temo ter acontecido algo. Mandei várias mensagens para Kimberly e até liguei para ela, mas não houve nenhum sinal de vida da sua parte. Então ao fim da apresentação da última dupla para em seguida ser minha vez, Kimberly aparece na porta da sala e logo posso respirar aliviado.
Quando a dupla encerra, Hadley logo nos manda iniciar. Me ponho na frente da sala ao lado de Kimberly e aguardo ela começar. Ao pronunciar suas palavras sobre o trabalho, lhe noto meio abatida. Sua voz sai baixa e fraca. Em vários momentos, tive que completar suas falas por ela ter se esquecido de algo, o que era estranho, pois ela sabia mais sobre o assunto do que eu.
Kimberly até chegou a se enrolar em alguns momentos onde o professor teve que intervir afirmando que ela dissera coisa com coisa. E eu não podia negar, Kimberly estava totalmente aérea em toda a apresentação. Seus pensamentos pareciam estar em qualquer outro lugar, menos aqui. Então após o fim da nossa apresentação, o sinal toca indicado ser a hora do intervalo.
Os alunos logo se dirigem até à cantina. Observo Kimberly fazer o mesmo e me adianto em seguí-la. Definitivamente, há algo de errado e pretendo descobrir o que é. Quando ela entra no corredor, antes que possa chegar na cantina, chamo por seu nome. Ela continua a andar como se não tivesse me ouvido, então me aproximando, chamo por seu nome novamente. E quando não tenho resposta pela segunda vez, pergunto-me se está me evitando.
- Ei- Me apresso em ficar na sua frente, assim sendo a única maneira de pará-la- não está me ouvindo? Já te chamei várias vezes.
Sua primeira reação é de surpresa, como se tivesse sido pega no flagra. Em seguida, Kimberly desvia seus olhos dos meus.
- Não ouvi, sinto muito, mas tenho que ir agora.
Quando tenta me ultrapassar, me ponho em sua frente novamente.
- O que há? Você está tão estranha.
- Nada.
Kimberly parece ter se fechado para mim como fazia antes. Pergunto-me se fiz algo de errado para ela começar a agir assim de repente.
- Fiz alguma coisa que você não gostou?
- Não- Responde ainda sem olhar para mim- só não acordei bem hoje. Apenas me deixe ir agora.
Então mais uma vez, Kimberly tenta sair. Agora posso confirmar, ela realmente esconde algo de mim. Era dessa forma que agia. Logo, tento segurar seu braço para que não vá embora, e estranhamente, ela geme como se eu tivesse a machucado.
- O que foi?- Franzo o cenho sabendo que mal havia lhe tocado.
- Nada.
Eu começo a ficar impaciente.
- Kimberly- Aproximo-me para tocá-la de novo. Então como se temesse, ela recua- o que há?
- Já disse que não é nada.
- Você mente muito mal, sabia?- Então agindo rápido, seguro seu braço com uma mão e sem que possa desvencilhar, levanto a manga de seu casaco do colégio com a outra.
- Não!- Ela recua enquanto me empurra, mas já era tarde, eu já havia visto o que ela provavelmente queria me esconder.
- Que merda é essa, Kimberly?- Digo começando a me sentir nervoso.
- Eu me machuquei na...
- Na escada?- Lhe interrompo sabendo que me daria outra desculpa esfarrapada igual a última vez- apenas diga-me a verdade!
Vejo sua respiração começando a acelerar enquanto olha para os lados nervosa temendo que alguém passe e nos ouça.
- Chega, Chris. Isso não é da sua conta.
- Isso é mais do que da minha conta e você sabe muito bem disso.
Kimberly me encara por alguns segundos parecendo não saber o que dizer. Enquanto isso, algo martela minha mente fazendo-me sentir ainda mais irritado.
- Acabou, Chris- É a sua resposta- eu não quero mais nada com você.
Aproximo-me mais, fazendo-a se afastar.
- Eu não vou cair nessa- Respondo concentrando meus olhos nos seus- se você não quer me dizer a verdade, eu mesmo vou ir descobrí-la agora.
Logo me afastando, determinado, me preparo para ir à sala da direção. Minha ameaça parece deixá-la ainda mais assustada.
- Aonde pensa que vai?- Ela pergunta logo atrás de mim.
- Vou ter uma conversinha com Charles.
• Nota da autora •
Meus amores, mil perdões pela demora em postar. Estou fazendo o possível para sempre mantê-los atualizados. Mas se td der certo, essa semana ainda posto cap novo para compensá-los pela demora :3
Mas então, parece que Chris está perto de saber o que Kimberly sofre nas mãos do pai, mas como vcs acham que será a reação de Chris ao saber a verdade? Não sei não, hein. Se eu fosse vc, não perderia os próximos capítulos! Enfim, se gostou, deixa seu votinho e seu comentário para eu saber que está curtindo a história o que me incentiva muito a continuar❤
VOCÊ ESTÁ LENDO
Academia Lawrence
RomanceTudo acontecerá através dos olhos de Kimberly Evans e Chris Taylor. Ambos não possuem nada em comum. Kimberly é filha do sócio do diretor da Academia Escolar Lawrence, sonha em ser uma violinista profissional. Mesmo tendo toda sua família indo contr...