Sento-me no banco de madeira de fora da loja de conveniência fechada no outro lado da rua. Com a garrafa de champanhe nas mãos, tomo um longo gole tentando amenizar minha raiva. A maldita cena daquele imprestável tentando agarrar Kimberly não sai da minha cabeça. Isso só me faz querer voltar lá e quebrar sua cara mais uma vez. Logo, tomo mais um gole desejando algo mais forte.
Agora com os cotovelos apoiados nas pernas e a garrafa nas mãos, mantenho a cabeça baixa tentando pensar em outra coisa, mas logo roubando minha concentração, vejo Kimberly se aproximando enquanto olha para os lados provavelmente, me procurando. Levanto meu rosto e por alguns segundos, a observo calado. Logo me dou conta de que realmente seria capaz de qualquer coisa por ela.
Seus olhos parecem finalmente ter me encontrado quando a mesma se dirige até mim. Logo ajeitando o vestido com os saltos nas mãos, senta-se ao meu lado. E após um longo silêncio, resolve se manisfestar.
- Onde conseguiu essa garrafa?
Levanto uma sobrancelha perguntando-me se isso é a melhor coisa que ela tem pra me falar. Então como resposta, tomo mais um gole de champanhe.
- Você roubou do garçom quando saiu do salão?- Ela se vira para mim quando não respondo.
Então volto meu rosto em sua direção tentando acreditar que ela ainda insiste nesse assunto.
- Isso realmente importa?
- Não- Solta um longo suspiro- só estou tentando digerir o que aconteceu agora a pouco.
- Sinto muito ter estragado a festa.
- Você me salvou, Chris. Não há com o que se desculpar.
As cenas de William com Kimberly perturbam minha mente mais uma vez.
- É, mas não vamos falar nisso agora.
- Tudo bem- Ela diz voltando sua atenção para o canto da minha boca- está ferido.
Kimberly aproxima seu rosto do meu enquanto toca meus lábios com a ponta dos dedos. Tento me controlar com a sua proximidade.
- Dói?- Pergunta e nego com a cabeça. Ela logo desliza os dedos delicadamente sobre meu rosto até chegar em minha testa- E aqui?- Então mais uma vez, nego com a cabeça. Logo, sua mesma mão volta pelo meu rosto, desliza por meu pescoço devagar e desce até tocar meu tórax, direto em meu coração- e aqui?- Seus olhos se concentram nos meus agora.
Levo alguns segundos lhe analisando antes de responder.
- Vai ficar tudo bem.
- Isso nunca teria acontecido se eu não tivesse insistido para você vir. Desculpe ter te metido nessa confusão.
- Ei- Dessa vez, eu que toco seu rosto- não se desculpe. Não me arrependo nenhum pouco de ter vindo, e se for para te proteger, faço tudo de novo se necessário.
Kimberly logo deixa um sorriso fraco e sincero tomar conta de seus lábios. Então sem hesitar, me beija. Eu nunca me cansaria de poder sentir seu toque sobre mim.
- Você não tem que voltar?- Pergunto quando lhe selo uma última vez.
- Quero apenas ficar com você hoje.
Lhe beijo novamente e logo me ponho de pé estendendo minha mão.
- Então irá para onde eu for?
- Sem contestar- Ela sorri e segura minha mão estendida.
Levo-a para o único lugar em que tenho paz quando não me sinto bem. Após alguns minutos de táxi, logo chegamos ao nosso destino. Quando paramos em frente a entrada do local, vejo o mesmo brilho que antes vi nos olhos de Kimberly.
- Um estádio de beisebol...- Ela diz admirada, mas logo, parece hesitar- eu... acho melhor não.
- Qual é, Kim- Me ponho em sua frente- vamos esquecer todos os problemas ou traumas que já passamos, seja lá qual forem. Vamos apenas viver no presente agora.
Ela olha para o estádio mais uma vez e mordendo os lábios nervosa, volta sua atenção para mim.
- Então tudo bem.
Deixo um sorriso escapar e logo a guio para dentro do estádio. Pego a chave de segurança que sempre levo comigo e abro a porta de vidro resistente. Seguro a mão de Kimberly com mais firmeza e a guio pela entrada vazia e escura. Quando alcanço o final da parede lateral, acendo as luzes em um click. Kimberly olha em volta impressionada com o lugar. Não posso deixar de sorrir ao vê-la começando a se animar em estar aqui dentro.
- Você realmente conhece tudo por aqui?- Pergunta olhando para mim.
- Meu pai foi o fundador desse estádio- Respondo enquanto lhe levo até as catracas.
- Então quer dizer que... você é dono daqui?- Solto uma gargalhada por sua expressão de surpresa e por sua boca aberta em um perfeito "o".
Lhe selo rapidamente antes de responder.
- Ainda não, mas quando eu fizer dezoito anos, aí serei.
- E quanto tempo falta para isso acontecer?
- Hum... - Olho para cima fazendo um breve cálculo mental- oito meses.
- Não acredito!- Sorri.
Logo lhe ajudo a passar pelas catracas, pois realmente, o que seu vestido de festa tem de beleza, também tem de tamanho. Quando atravessamos, finalmente entramos num dos corredores principais internos. Tudo era brilhoso, e em um branco impecável. Quando passamos pelo primeiro corredor, logo entramos em outro, honestamente, o meu lugar preferido daqui.
Nas paredes dele, contém retratos com os maiores jogadores de beisebol de cada época e ao lado, suas camisas penduradas em quadros de vidro. Kimberly admira todos um por um enquanto comenta que assistia a maioria deles nos campeonatos pela televisão quando menor. Logo chegamos no último retrato que para mim, era o melhor de todos.
- Também lembro-me do seu pai- Ela segura minha mão com mais força- ele realmente era o melhor.
Aceno com os olhos ainda vidrados em sua imagem e involuntariamente, sinto um nó na minha garganta com a ameaça de um choro.
- Era sim- Sinto meus olhos arderem com lágrimas que ameaçam cair enquanto lembro-me, como se fosse ontem, o dia em que viemos juntos para cá pela primeira vez.
- Está tudo bem?
- Sim- Esfrego meus olhos com a mão livre e tento me concentrar no agora- vem, ainda tenho muita coisa pra te mostrar.
• Nota da autora •
Honestamente, esse é um dos capítulos que mais gostei de escrever ❤ E vcs, oq acharam? Por favor, contem-me tudo nos comentários e não se esqueçam do votinho que me incentiva mt a continuar. Ahh e muito obrigada pelas 9k visualizações, vocês não imaginam o quanto me deixam feliz!!!!! Muito obrigada amores e até próximo cap ❤ bjsss
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Academia Lawrence
RomanceTudo acontecerá através dos olhos de Kimberly Evans e Chris Taylor. Ambos não possuem nada em comum. Kimberly é filha do sócio do diretor da Academia Escolar Lawrence, sonha em ser uma violinista profissional. Mesmo tendo toda sua família indo contr...