30- O romeu?

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Fecho a porta de casa após ver Kimberly entrar no carro em segurança. A frase que antes lhe falei, agora não sai da minha cabeça.

Eu estou perdidamente apaixonado por você.

És tu, Romeu? Realmente.

De qualquer forma, a intensa maneira de como Kimberly retribuiu meu beijo me faz pensar que sente o mesmo por mim, mas até mesmo eu não sabia que estava apaixonado até a palavras, simplesmente, saírem da minha boca. Dirijo-me em direção ao banheiro para tomar um banho quente enquanto me adianto em tirar a blusa, mas logo sou barrado por Clara.

-Izzi, minha nossa- Ela me olha de cima pra baixo com a boca entreaberta.

Reviro os olhos enquanto tento passar, mas Clara se põe em minha frente, logo, parece tentar manter uma expressão intimidadora.

- Aliás, o que fazia lá fora nessa chuva?

- Estava com Kimberly.

- E o que faziam lá fora?

- Minha mãe que te mandou vir me perguntar essas coisas?

- Não- Responde- eu mesma que estou perguntando.

- E posso saber o porquê do seu interesse?

- Me preocupo com você, Izzi. Certamente, uma garota que te faz ficar na chuva essa hora da noite não é boa influência.

- Não há com o que se preocupar, e outra, não a julgue mais assim na minha frente.

Faço um gesto para que saia do caminho. A contra gosto, Clara dá um passo para o lado deixando a passagem livre. Então dirijo-me para o banheiro até que sinto suas mãos deslizarem sobre minhas costas nua para em seguida, ser tomado em um abraço. Pergunto-me então, o que há de errado com ela.

- O que está fazendo?- Pergunto tentando me afastar, mas isso só serve para que ela me aperte ainda mais.

- Por favor, só mais um pouco.

Franzo o cenho confuso, mas faço o que ela pede e uso os segundos para tentar entender o que está havendo.

- O que há, Clara?- Solto suas mãos da minha cintura e me volto em sua direção para olhá-la nos olhos.

Mas logo noto sua roupa molhada por minha causa, então entro no banheiro e quando alcanço uma toalha enxuta, lhe entrego. Ela apenas segura enquanto mantêm os olhos em mim.

- Lembro-me de quando morávamos na antiga casa- Diz com um leve sorriso no rosto- amava quando íamos brincar na casa da árvore.

- Aham... Sei. E por que está pensando nisso?

- Porque sinto muita falta. Você também sente, não é?

- Claro- Sinto um certo aperto no coração ao lembrar de tudo que já vivi com meu pai lá- mas por que está falando nisso agora?

- Por que queria te lembrar do dia em que ficamos juntos até tarde na casa da árvore e que assim como hoje, também chovia muito. Sua mãe disse para não ficarmos alí, pois era perigoso. E mesmo assim, você teimou em ficar só para não se afastar de mim.

Tento entender aonde Clara quer chegar, apesar de já suspeitar de algo.

- Isso já faz algum tempo- Respondo- para que se lembrar disso?

Ela parece se decepcionar com minhas palavras.

- Aquele dia não foi importante para você? Pois saiba que pra mim foi!

Agora tive certeza. Clara falava do dia em que nos beijamos. Tudo havia acontecido na casa da árvore.

- Sempre fui honesto com você sobre meus sentimentos.

- Então por que fez aquilo?

- Eu não sei, Clara. Aquilo já faz algum tempo.

- Você agiu como um canalha!

- Está se ouvindo? Está me xingando por algo que aconteceu há anos atrás.

Então ela aperta ainda mais a toalha que segura firmemente nas mãos.

- Eu vi.

- Viu o quê?- Franzo o cenho ainda mais confuso.

- Quando beijou Kimberly agora a pouco.

Agora tudo parecia ter voltado a fazer sentido. Clara não estava irritada pelo que aconteceu anos atrás, e sim, pelo que aconteceu hoje.

- Não entendo por que está agindo assim se já tive outras namoradas antes.

- Mas com essa é diferente.

- O que quer dizer?

- A maneira de como você olha para essa não é a mesma de como você olhava para as outras. Está apaixonado de verdade, Izzi?

- E isso importa pra você?

- Sim... Preciso saber se teve a mesma motivação do que já havia feito comigo para fazer com ela- Responde se aproximando- você alguma vez já sentiu algo por mim, Izzi? Ao menos, uma vez?

Desvio meus olhos para o lado, tentando não lhe magoar.

- Sempre fui claro com você sobre isso.

- Então sua resposta é não- Logo balança a cabeça decepcionada- tudo bem, acho que já entendi.

Ela estica as mãos para me entregar a toalha, logo, pego-a.

- Clara...

- Por favor, não diga nada...- Sinto sua voz falhar com um choro preso- se não se importa, vou me deitar agora. Aliás, eu já limpei a cozinha.

Sem me deixar dizer mais alguma coisa, ela se retira até sumir totalmente pelo corredor.

Nota da autora •

Xiii, esse papo foi meio esquisito heim. Mas enfim, se gostaram do cap. de hoje, deixe teu votinho e teu comentário!! Gente eu respondo a todos então pfvr, não sejam tímidos   :3

Até próximo capítulo amores ❤

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