Sei que Charles é o pai dela, mas não posso deixar de comentar o quanto ele é sinistro. Sua expressão séria e rígida me faz pensar que ele pode tentar algo contra Kimberly. Mas o que realmente me incomoda, é a forma como ela estava. Parecia muito tensa e prestes a chorar. Logo sinto uma extrema necessidade de voltar naquela sala e eu já pretendia fazê-lo, até Melissa que antes parecia apressada, resolver diminuir os passos para me acompanhar.
- Sinto-me envergonhada pela conversa que tive na sua frente- Ela diz enquanto caminha ao meu lado pelo corredor do colégio.
Eu realmente não havia escutado nada. Quando entrei na sala de detenção, me certifiquei de sentar numa distância segura das duas brigonas, mas acabei dormindo quando menos esperei. Os remédios que estou tomando já começam a mostrar seus efeitos colaterais.
- Em qual parte da conversa, exatamente?- Agora eu ficara realmente curioso.
- De quando falei que esqueci o Lucas e agora estou gostando de outra pessoa. Bem, estou chateada por Kimberly ter beijado o cara de quem gostei só para me provocar, mas já está na hora de superá-lo.
Franzo o cenho. Então o cara que Kimberly beijou não era seu namorado? Ela realmente é uma caixinha de surpresas.
- E por que ela tentaria te provocar?
- Kimberly me odeia. Sempre teve inveja de mim e desejou tudo o que é meu- Responde com certo rancor.
Para mim, ela não parecia ser desse feitio, e principalmente, não depois do que fez por mim quando me machuquei.
- Entendo- Eu digo- tenho que ir agora.
Acelero os passos tentando me livrar de Melissa, mas ela faz o mesmo até se pôr em minha frente.
- Sabe Chris, sinto como se você tentasse fugir de mim sempre que me vê.
Do que ela estava falando? Essa era apenas a segunda vez que nos encontrávamos. Então sem me deixar responder, ela continua.
- Peço que não se sinta tímido só porque sou filha de um dos diretores do colégio- Grande coisa, eu penso- ou melhor, se sente tímido por causa da minha aparência?
Aquele garota havia perdido completamente a noção?
- Hã... Não me sinto tímido perto de você, aliás, nem meu tipo você faz. Eu realmente só preciso ir, pois tenho que trabalhar.
Sinto sua expressão se contorcer um pouco pela minha sinceridade, e apesar de parecer chateada, ela não desiste.
- É mesmo? Onde você trabalha?
- Market Diner- Respondo tentando me afastar novamente.
- Legal. Posso ir com você?- Ela se põe em minha frente mais uma vez- estou realmente com fome.
- Você que sabe- Respondo enfim.
~
Jeffrey nunca foi exigente em relação a roupa de trabalho. Ele só pedia para mantermos um padrão de blusa branca, calça jeans, all star, e um pequeno avental amarrado na cintura. Ele diz que desde que fiquei "famoso", os negócios melhoraram consideravelmente na última semana. Bem que, já fazia um tempo desde que vi seu diner tão cheio, e sem contar, claro, que antigamente eu era apenas um cliente.
Eu levava uma bandeja com o pedido de um casal quando Melissa me chamou pela milésima vez. Ela estava sentada no pequeno sofá preto no canto da última mesa. Me dirijo até ela após entregar o pedido do casal.
- Quando você terá um tempo para que possamos conversar?
- Estou trabalhando, não tenho tempo pra isso- Respondo- aliás, quando você fará seu pedido?- Para que possa ir embora logo, completo mentalmente.
- Eu não sei- Melissa pega o cardápio que antes estava esquecido na mesa, e faz uma cara manhosa- são tantas opções que chego a ficar indecisa.
- Então só me chame quando já tiver decidido.
- Claro, gato.
Reviro os olhos pela quinquagésima vez naquele dia. Logo prossigo para atender outros clientes que haviam acabado de chegar. Até que o movimento daqui estava tranquilo se comparado aos outros dias.
- Mais uma porção de batatas frita para a mesa dois!- Eu digo entre a passagem do extenso balcão que leva á cozinha.
- Okay!- Esse era Jack, o cozinheiro mais talentoso que já conheci. Não era atoa que o diner de Jeffrey já dura tantos anos. Sua comida é simplesmente deliciosa.
Após mais duas horas de trabalho fazendo e entregando pedidos, tive certeza de que Melissa não sairia mais daqui. Era fácil ignorá-la quando não a via me secando com os olhos, a pensar que, é isso o que mais tenho visto das garotas sobre mim ultimamente. Porém ao longo que o tempo passava, só havia uma pessoa que perturbava minha mente. Apesar de tentar ignorar tais pensamentos, não parava de me perguntar em como Kimberly deve está.
Minha última imagem sua com olhos cobertos de pavor, já me incomoda a um tempo. Começo a pensar na possibilidade de pedir seu número para Melissa, mas mudo de ideia na mesma hora sabendo que não seria uma boa. Eu organizava a mesa cinco perto da grande vidraça que dá vista para a rua, quando vi um carro parar no estacionamento.
Dentro dele, saíram duas pessoas. Um era um homem mais velho com cabelos grisalhos, usava um grosso casaco e um par de sapatos sociais perfeitamente brilhosos. Seu olhar era firme, mas ao mesmo tempo, parecia amigável. Já o outro rapaz que estava ao seu lado, e pela clara semelhança entre ambos, sugiro que sejam pai e filho, parecia frio ao longo que olhava ao seu redor com grande desprezo.
O mesmo usava um cachecol vermelho que parecia ser a única coisa que o diferenciava das roupas do homem mais velho. No geral, ambos pareciam iguais. Eles logo se aproximam enquanto um deles ativa o alarme do carro.
- Eu não posso acreditar no que estou vendo!- Jeffrey surge ao meu lado de repente- esse não pode ser mesmo ele!
- Do que está falando?- Franzo o cenho.
- Você não o conhece? É Joseph Marcell- Diz empolgado- dono da Cornney, uma das maiores empresas de entretenimento. Esse cara é um gênio da tecnologia, pois cria os melhores eletrônicos e jogos da América.
Digamos que eu não era muito ligado nesse tipo de coisa.
- Legal, eim.
- Oh, você realmente não sabe de nada- Conclui Jeffrey enquanto se afasta de mim para recebê-los quando entram pela porta.
Então logo percebo Melissa se levantar do sofá, talvez por um milagre, e ir em direção ao cara mais novo que lhe lançava um sorriso discreto. Ela parecia surpresa e acabou falando alto demais.
- William Marcell! O que está fazendo aqui?
• Nota da autora •
Eita gente, parece que a antiga paixão de Kimberly voltou mais cedo do que o previsto. As chances de que isso não vai dar certo são grandes, sim ou claro? Haha. Se gostou desse capítulo, não esquece do votinho que me ajuda demais! Então até próximo capítulo! 😘
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Academia Lawrence
RomanceTudo acontecerá através dos olhos de Kimberly Evans e Chris Taylor. Ambos não possuem nada em comum. Kimberly é filha do sócio do diretor da Academia Escolar Lawrence, sonha em ser uma violinista profissional. Mesmo tendo toda sua família indo contr...