Honestamente, eu não entendo o porquê fiquei tão irritada depois da conversa que tive no intervalo com Chris. Eu temia que ele falasse algo a respeito sobre nosso beijo, mas quando não falou e soou indiferente a isso, senti-me muito chateada. Realmente, eu não sei qual é o meu problema. Após receber sua ligação de noite e seu endereço por mensagem, peço para que o motorista me leve até sua casa. No caminho, começa a chover e arrependo-me de não ter trazido um casaco extra.
- Chegamos- Diz o motorista me olhando pelo retrovisor- devo esperar?
- Não. Te ligarei para me buscar.
Pego o guarda-chuva e o abro enquanto desço do carro. Logo ouço o som das gotas de chuva contra ele. Passo pela calçada molhada de cimento e após subir alguns degraus, bato de leve na porta de entrada. Olho para o número da casa e confirmo se estou no lugar certo. Logo, a porta se abre e posso ver a imagem de uma garota morena. Então mais uma vez, olho para o número, e sim, acredito que esteja no lugar correto.
- É, Chris Taylor está?
Ela me olha de cima para baixo antes de me responder.
- Você é uma fã?
- Não- Franzo o cenho- sou uma colega de turma. Combinamos de fazer um trabalho hoje.
- Ah! Ele me contou que você viria- Diz abrindo espaço para eu passar- pode entrar.
Agradeço e assim o faço. Logo fecho o guarda-chuva molhado enquanto analizo ao redor discretamente.
- Pode deixar isso aí- Ela aponta para o canto da parede- e por favor, tire os sapatos, a mãe dele realmente não gosta de sujeira.
Eu aceno logo fazendo o que a garota diz. Bem, ela falou "a mãe dele...", então provavelmente não são irmãos. Logo pergunto-me se ela é sua namorada. E sinceramente, eu espero que não.
- Pode se sentar no sofá- Continua- ele ainda não chegou.
Após me sentar, ponho minha mochila nas pernas e tento relaxar. Eu realmente esperava encontrar uma mansão antes de vir para cá, mas tudo na verdade, parece bem simples e humilde. Então saindo do corredor no fim da sala, vejo uma mulher usando um longo vestido florido e de cabelos amarrados. Sua boca e seus olhos eram simplesmente idênticos ao de Chris.
Quando ela me vê, me lança um sorriso e logo se aproxima.
- Você deve ser Kimberly, a amiga do Chris.
Levanto-me para cumprimentá-la.
- Prazer em conhecê-la. Bem, pela semelhança, sugiro que seja a mãe dele.
- Sim, querida. Ele logo logo vai estar chegando.
Antes que eu possa responder, ouço a porta de entrada se abrindo seguido por sons de passos. Ao me virar, dou de cara com um Chris totalmente enxarcado de água.
- Ôh, meu filho- Sua mãe se aproxima dele- eu disse para levar um guarda-chuva.
- Estou bem- Ele passa a mão nos cabelos molhados que ainda pingam água no chão- foi só um chuvisco.
- Izzi- A garota de antes aparece da cozinha- você está todo molhado!
- Vou ficar...- Ele para de falar na mesma hora em que me vê- Kimberly, faz tempo que está aí?
- Não, cheguei praticamente agora também- Respondo sentindo-me estranhamente tímida.
- Tudo bem. Vou só tomar um banho e logo começamos o trabalho.
Eu aceno e volto a me sentar no sofá. Depois que Chris foi ao banheiro, sua mãe pediu licença para ir se deitar, já a outra garota, voltou para a cozinha fazer seus afazeres. Eu tentava me convencer de que ela não era sua namorada, mas quando chamou a mãe de Chris de "Dona Rebecca", tive certeza de que ela provavelmente não tinha parentesco com nenhum dos dois.
Pergunto-me se Chris é do tipo galinha, e pensar nisso, só faz eu me sentir ainda mais idiota. Então após ter passado quinze minutos desde que saiu, Chris aparece pelo mesmo corredor usando uma calça moletom cinza e uma regata preta que exibia seus braços definidos. Noto os fios do seu cabelo ainda úmidos pelo recente banho. Por um momento, perco até o fôlego.
- Então, vamos?- Pergunta.
Ele faria o trabalho dessa forma? Tudo bem, acho que já posso dar adeus a toda minha concentração. Levanto-me do sofá pegando minha mochila em seguida e vou em sua direção.
- Onde faremos o trabalho?
- No meu quarto- Responde. Involuntariamente, sinto meu coração acelerando- você tem algum problema com isso? Podemos fazer em outro lugar...
- Não. Claro que não- Tento não gaguejar- afinal, por que teria?
- É que você pareceu tensa de repente.
- Impressão sua- Dou um sorriso nervoso que provavelmente saira torto.
- Tudo bem então- Ele dá de ombros.
Logo o sigo pelo corredor estreito até pararmos na segunda porta do lado direito. Quando Chris abre, posso ver seu quarto. O lugar tem tamanho médio e é surpreendentemente organizado. Sua cama é de solteiro e ao lado, em cima de uma mesa, está o notebook e alguns livros de estudo. Seu armário fica no lado oposto com um abajur em cima e na mesma parede, um espelho. E o mais incrível, nas paredes laterais, há folhas de jornais coladas contendo as notícias das vitórias de Paul Taylor, mais ao lado, há uma longa prateleira com vários troféus que provavelmente são dele.
- Isso é incrível- Digo admirada enquanto entro.
- Você acha?- Chris franze o cenho logo fechando a porta atrás de si- achei que odiasse beisebol.
- Não odeio, só aconteceram algumas coisas que me fizeram não gostar mais.
- Não é o que me parece, pois o brilho do seu olhar de quando entrou aqui me mostra o contrário.
- É...- Lembro-me do tempo em que assistia aos campeonatos de beisebol quando menor pela televisão, mas logo sou tomada pelas lembranças ruins em Villa velha que me faz querer, simplesmente, esquecer tudo isso.
- Você às vezes é tão distante, sabia?- Chris se senta na cama botando uma das pernas em cima e logo apoiando o cotovelo nela- quando penso que vou descobrir algo novo sobre seu passado, você sempre acaba omitindo o fato.
Isso talvez porque eu não possa lhe dizer que boa parte da minha vida foi um inferno enquanto sofria humilhações por minha própria família.
- Acho melhor começarmos o trabalho- Digo tentando mudar de assunto.
- Vê? Está fazendo de novo.
- O quê?
- Está tentando fugir do assunto, assim como fez da última vez.
Quando vou responder, sinto minha voz vacilando. Não entendo essa repentina vontade de chorar quando o vejo tentando entrar num assunto tão complicado que é a minha vida. Então apenas respiro fundo e tento concluir com firmeza, não me permitiria chorar de novo na sua frente.
- Você não vê que talvez eu só não queira te contar?
- Não- Ele se levanta de repente, e se aproxima até estar de frente para mim- o que eu vejo, é uma garota que teme o próprio passado.
Sim. É exatamente isso.
- Vamos apenas parar agora- Digo me virando com a intenção de ir embora, e que se dane esse trabalho estúpido. Mas logo, sinto Chris segurando meu braço- o que você quer afinal?!
- Quero que possa confiar em mim- Seus olhos estavam intensamente concentrados nos meus.
Por um momento, eu me calo. Por mais que eu quisesse, eu não poderia. Ele nunca poderia saber sobre meu opróbrio. As coisas eram complicadas demais para que eu pudesse apenas lhe contar.
- Vamos apenas terminar esse trabalho- Digo por fim.
• Nota da autora •
Parece que o nosso protagonista vai ter que lutar um pouco mais até fazer Kimberly se abrir para ele. Mas não pense que a conversa se encerra aqui, ainda tem muito mais no próximo capítulo. Mas oq vcs acham? Será que eles vão se entender finalmente ou encontrarão outra barreira no caminho? Enfim, se gostou, deixa seu voto que me incentiva mt a continuar!
Até próximo cap, beijinhos ❤
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Academia Lawrence
RomanceTudo acontecerá através dos olhos de Kimberly Evans e Chris Taylor. Ambos não possuem nada em comum. Kimberly é filha do sócio do diretor da Academia Escolar Lawrence, sonha em ser uma violinista profissional. Mesmo tendo toda sua família indo contr...