20- Desculpa

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Fui ao colégio para mais um dia de aula. Estava sentado no mesmo lugar de sempre assistindo a aula de biologia, mas não pude deixar de olhar para Kimberly de vez em quando. Ora ou outra nossos olhos se encontravam. Então quando dá a hora para o intervalo, me preparo para sair, mas logo percebo Kimberly vindo em minha direção.

- Vim saber como você está.

- Bem- Franzo o cenho.

- Me refiro a sua costela fraturada- , claro.

- Estamos bem. Graças a você.

- Será que eu poderia dar uma olhada?

Não pude deixar de lhe lançar um sorriso malicioso.

- Gostou mesmo da vista, não foi?

- Ah,- Ela revira os olhos- vai deixar ou não?

- Claro, anjinho- Lhe lanço uma piscadela.

Logo nos dirigimos para a mesma sala abandonada que fomos da última vez. Me sentando em cima da mesa, espero que Kimberly se aproxime.

- Você foi ao médico como pedi?

- No mesmo dia.

- Bom garoto- Ela bagunça meu cabelo como se eu fosse uma criança, logo reviro os olhos- e o que ele falou?

- Disse que não era grave. E que com repouso e cuidados, logo ficaria melhor. Bem, e também comentou outras coisas que você já havia me dito.

- Isso é ótimo. Então acho que não preciso dar mais nenhuma olhada.

- Ficou decepcionada?- Lhe mostro um sorriso provocativo.

- Você é bem convencido, não é?

- Sim, mas você não respondeu minha pergunta.

Logo desço da mesa em que estava sentado em um pulo e como consequência, aproximo nossos corpos. Percebo que ela fica tensa quando chego perto, então logo recua dando um passo para trás.

- Isso realmente importa?- Kimberly diz se virando para sair, mas ao notar uma marca roxa em seu antebraço, lhe paro na hora. Eu tinha certeza de que ela não estava com isso na sala de detenção ontem- o que foi?

Aproximo-me mais e seguro seu braço trazendo para minha direção. Pareciam ser marcas de dedos. Logo notando o que eu tinha visto, Kimberly puxa seu braço bruscamente das minhas mãos.

- Eu caí- Ela diz de imediato. A sua estranha forma de agir de repente só me causa suspeitas, eu nem se quer havia lhe perguntado nada.

- Caiu onde?

- Da escada- Responde nervosa.

- E onde estava quando isso aconteceu?- Pergunto mais uma vez para conferir a veracidade das suas palavras, mas Kimberly olha para os lados como se tentasse pensar em algo. Daí já tirei, ela estava prestes a mentir para mim.

- Em casa.

Dou um passo para frente ao longo que ela dá outro para trás tentando se afastar. Eu realmente não estava convencido de suas respostas. Começo a me perguntar se Charles tem algo a ver com isso, mas sinto meu sangue ferver só em pensar nessa possibilidade.

- Foi depois que saí da sala de detenção?

- Sim. Não, espera, não!

Te peguei.

- Alguém já te disse que você mente muito mal?- Concluo.

Eu havia lhe encurralado, ao mesmo tempo, que ela se encostou na parede atrás de si. Estava sem saída. Seria agora que lhe arrancaria a verdade. Então como forma falha de fugir, Kimberly tenta se esquivar para os lados, logo me obrigando a pôr meus braços ao seu redor e encostar as mãos na parede lhe impedindo de sair totalmente. Sinto sua respiração acelerada contra mim.

- Eu falei a verdade- Diz quando percebe estar presa.

Kimberly nem ousa olhar para mim, parecia temer que eu pudesse lhe fazer algo.

- Sabe que nunca faria nada para te machucar, não sabe?

Ao dizer essas palavras, seu rosto finalmente se volta em minha direção. Logo noto seus olhos se enxendo de lágrimas. Estranhamente, sinto meu coração se apertando ao vê-la assim. Então quando suas lágrimas começam a cair de uma forma que não consegue mais controlar, não me seguro mais e a tomo em um abraço que não demora a ser retribuído por ela. Seu choro logo se intensifica e junto com ele, aumentava a minha dor de vê-la dessa forma.

- Shhh, vai ficar tudo bem- Susurro sentindo seu aperto sobre mim.

Então após alguns minutos, ela finalmente se acalma. Nos separamos do abraço e sentamos no chão. Tento mantê-la próxima a mim o tempo todo, pois temia que pudesse chorar de novo a qualquer momento. Não sei se aguentaria vê-la assim novamente sem tomar alguma providência depois.

A luz do sol que entrava pela janela iluminava seu rosto. Os olhos brilhantes pelas lágrimas que antes caíam e o nariz vermelho pelo choro a faziam ficar ainda mais linda. Segurava a tentação de querer beijá-la. Ela está sentada encostada na parede com ambas as pernas viradas para o lado impedindo que a saia da farda mostre mais que o necessário. Seu rosto estava voltado para suas mãos que se mexiam inquietos na perna.

- Por quanto tempo pretende ficar aí me admirando?- Ela pergunta ainda de cabeça baixa.

- Até você resolver me contar alguma coisa.

Sua atenção logo se volta para mim. Seus olhos castanhos se concentravam nos meus agora.

- É só um momento difícil o qual estou passando, mas tenho certeza que tudo vai melhorar.

Honestamente, algo já rondava minha mente, mas eu precisava que ela me confirmasse com sua própria boca. Mas eu estava sentindo que não conseguiria lhe tirar mais do que isso hoje.

- O que você falou antes, disse pra valer?- Ela pergunta.

- O quê?

- Disse que nunca faria nada para me machucar.

Nesse momento, eu a via tão vulnerável. Era o seu lado mais sensível o que me mostrava.

- E como poderia te machucar? Nunca serei capaz disso.

Após minha resposta, ela me lança seu sorriso mais sincero. Concentro meus olhos em seus lábios sem poder esconder minha necessidade, logo, volto a olhar seus olhos e percebo que sua atenção está voltada somente para a minha boca. É quando então, decido não me segurar mais. Inclino meu rosto para frente e após admirar sua feição tão de perto, deslizo a mão por sua nuca delicadamente enquanto ela me olha desejosa. Logo, uno nossos lábios.

Kimberly retribui o beijo na mesma hora. Já sendo tomado pelo momento, nada mais existe para mim. Aproximo-me para mais perto, e ela parece gostar, pois agora põe as mãos sobre meu pescoço. Passos os dedos no cabelo de sua nuca para sentí-la ainda mais, e isso lhe faz me beijar com mais intensidade. Nossos lábios pareciam encaixar-se perfeitamente. Então após longos segundos, ela se afasta e sem aviso prévio, se levanta parecendo inquieta.

- Desculpa, eu não posso...- Então sem olhar para mim, sai da sala apressadamente.

Nota da autora •

Finalmente rolou um kiss, né minha gente? Mas infelizmente Kimberly deixou Chris sem lhe dar nenhuma explicação. Por qual motivo vcs acham que ela fez isso?
Se gostou do capítulo, não esquece do voto que me incentiva muito a continuar!! Então até próximo cap que será narrado por uma Kimberly muito confusa, rsrs. 😘

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