ASSALTO AO TRAFICANTE DE MIRADA DO LAGO - 02

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– Ahhh! – Leonel gritava assustado, tentando alcançar a espada. Mas a mulher, com a flexibilidade de uma ginasta, chutou a arma para fora do alcance.

– Silêncio, moleque. – ordenou a agressora.

– Quem é você?

Ela apertou com mais força o pescoço e a virilha do rapaz, para mostrar quem fazia as perguntas.

– Onde está o medalhão?

– Eu preciso dele para um assunto importante. – Leonel colocou a mão no peito para proteger o fruto de sua aventura.

Ela olhava fixamente para os olhos do rapaz a menos de um palmo de distância de seu nariz. Ele se sentia esquisito, intimidado. Os olhos dela eram castanhos, brilhantes e autoritários. Sua respiração estava calma, como se não estivesse fazendo nenhum esforço. Sua boca rubra demonstrava insatisfação. Ela tinha cabelos negros cacheados, na altura dos ombros, que caiam sobre os olhos de Leonel, incomodando sua vista. Aparentava ter por volta de trinta anos, e era esguia, bonita, de pele queimada pelo sol. Leonel estaria constrangido se não estivesse com medo. Ela abriu sua única asa ameaçadoramente, cobrindo a luz do rosto do menino.

– Você viu o que fiz com o capanga da mansão?

– Sim.

– O que eu fiz?

Ele gaguejou.

– Responda!

– Você o matou.

– Não. Eu não o matei.

Leonel não entendeu muito bem. Ele viu a punhalada vinda do céu, então só poderia ter sido ela.

– Não – Ela completou com um sorriso sinistro – Eu cortei a carótida, uma artéria vital, espirrando um litro de sangue por minuto. Eu o fiz agonizar em dor lancinante, fiz seu coração mergulhar em desespero, dando-lhe esperança que aquele ferimento poderia ter salvação. Mas... não... ele ia morrer. Certamente ia morrer, não importa o que fizesse. Eu parei a história dele. Eu o arranquei da vida da sua esposa, dos seus filhos e dos seus amigos e o mergulhei em um inferno de desespero da minha adaga. Eu o impedi de completar a sua missão nesse mundo e o privei da capacidade de melhorar como homem. E quando não havia mais sangue para alimentar seu cérebro, eu o fiz ver sua última fantasia e dar seu último suspiro longe de todos que ele amava. Agora você entendeu o que eu fiz?

Leonel tremia de medo, e chegou até a se urinar um pouco. Seu rosto ficou pálido, como se estivesse de frente a um animal selvagem e sádico. Ela pegou seu alicate de corte, apontou ameaçadoramente para o olho do garoto e perguntou novamente:

– Onde está o medalhão?

– No meu peito...

Ela arrancou o objeto dele. Ao se levantar, lhe deu as costas e foi em direção à saída do beco.

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