FEROZES E FUGAZES - 03

156 43 4
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Leonel lutava para se livrar da massa cinzenta. Tentava nadar como se estivesse em um poço ou piscina, mas não saía do lugar. Não respirava. Não enxergava. Os sons externos estavam abafados pela massa da criatura. O interior da bolha cinzenta era rico em soluções químicas para ajudar a digestão e os ácidos já começavam a atacar sua pele e a deteriorar suas roupas. Todavia, ele continuava com o Lamento de Fafnir em mãos. Sua arma, sua esperança.

A carência de ar e os efeitos dos elementos químicos fizeram o rapaz cair em um estado de dormência. Ele parou de lutar. Sua mente se voltava para seu interior, seu âmago, sua alma. Ele sentia uma presença.

"Será que há mais alguém aqui?" – pensou . E virou a cabeça, apenas por extinto, já que estava com os olhos fechados.

– Sim – responderam.

Ele se assustou e se debateu. Sua surpresa ainda foi maior quando ele viu. Imenso! Magnífico! Imponente! Muito maior do que Demétrio ou Aquiles. Basicamente, o dobro do tamanho. Era um dragão vermelho com asas flamejantes!

– Quem é você? – perguntou o rapaz.

– Você já sabe o meu nome, Leonel. Você o descobriu com o próprio coração em um momento de perigo.

Leonel percebeu que a voz daquele dragão era feminina. Somado ao fato de ser maior do que os outros dois que conheceu e que suas asas eram feitas de puras e densas chamas brancas, ele respondeu:

– Você é Asa Imaculada, a jovem dragão vermelho que Guillermo me contou.

O dragão abriu suas asas de modo a envolver Leonel em luz, assim os dois poderiam se enxergar com clareza. O calor das asas era como de uma fornalha. Sua cabeça parecia ser capaz de engolir o jovem com uma única mordida. Ela se aproximou de Leonel, observou seu rosto com atenção e disse:

– Você não parece estar confortável. O que angustia seu coração?

– A última visita de seus irmãos não foi agradável.

– Não somos agradáveis. Somos dragões: feras brilhantes de um passado esquecido. Seu povo dedicou séculos para nos caçar e tentar nos exterminar. Falharam. Por isso, temos muita desconfiança sobre seu êxito.

– Sim, mas me punir daquela forma? Pesadelos terríveis que dilaceraram minha alma? Fiquei dias sem dormir, o que atrapalhou muito o andamento da missão. Isso não foi justo!

Asa Imaculada suspirou, desapontada. De suas narinas, saíam fagulhas brilhantes, como se seu interior fosse feito de puras brasas.

– Tem razão, pequeno. Perdoe meus irmãos, pois eles ainda são filhotes. É verdade o que diz. Foi injusto. Justiça sem força é impotência, da mesma forma que força sem justiça é tirania. Entretanto, a certeza de um castigo, mesmo que seja suave, tem um efeito muito maior do que o medo de um castigo cruel, se neste houver chance de impunidade. Talvez eles não tenham compreendido isso ainda e tenham descarregado sua fúria sobre você. Não se preocupe, pois isso não irá mais acontecer.

Leonel se sentiu um pouco mais aliviado. Entretanto, as palavras do réptil voltaram a preocupá-lo:

– Mas, se falhar, eu garanto que serei eu a primeira a lhe trazer minha justiça. E eu garanto que minha punição virá. – Enquanto falava, as asas de fogo fechavam ao redor do rapaz, fazendo com que Leonel sentisse mais e mais seu calor insuportável. Quando elas tocaram seu corpo, Leonel despertou no interior da bolha cinzenta, com a Espada de Sete-Pedras em chamas.

 Quando elas tocaram seu corpo, Leonel despertou no interior da bolha cinzenta, com a Espada de Sete-Pedras em chamas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Estropos eram criaturas goblinoides, gordas, escamosas e de pele azulada, com presas de javali protuberantes, saindo da mandíbula, e nariz repuxado, como de porcos. Os cabelos e olhos possuíam as mesmas cores, indo do negro ao marrom e ao verde. Viviam em cavernas nas montanhas ou em vales longínquos. Mas, com o passar dos séculos, o avanço das colônias humanas aproximou essas duas raças inimigas.

Uma tropa dessas criaturas estava se aproximando da caravana. Eram algumas dezenas delas. Os mais velozes estavam montados em monstros reptilianos bípedes, outros conduziam carroças toscas de madeira arrastadas por lagartos gigantes do tamanho de cavalos. Na retaguarda, um desses lagartos gigantes carregava dois imensos tambores, no qual um gordíssimo estropo tocava uma batida tribal de guerra.

– Goldak! – gritou Zando. – A caravana tem que continuar!

O paladino olhou para trás e viu a horda se aproximar, mas não conseguia ligar os estropos à criatura que engoliu Leonel. Assim, numa decisão ligeira, gritou para seus companheiros:

– Zando, Dalila, atrasem aquela tropa! Alana, Eugênio, embarquem os passageiros nas diligências! Pacheco, prepare-se para partir!

– Eu não vou subir aí com essa coisa grotesca em cima do meu carro! – discutiu Pacheco. Goldak olhou para a criatura e sacou sua espada.

– Ela já está de partida! Onde houver trevas, que eu leve a luz!

A espada sagrada do paladino se encheu de luz. Então, Goldak golpeou a bolha cinzenta com três cortes, criando riscos luminosos no ar e provocando três grandes fendas na massa escura do monstro.

 Então, Goldak golpeou a bolha cinzenta com três cortes, criando riscos luminosos no ar e provocando três grandes fendas na massa escura do monstro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

E aí, está gostando?

Se não, deixe um comentário dizendo o que você achou para nós melhorarmos o texto.

Se está, não esquece de dar um voto no capítulo para nos dar aquela força! (pode deixar um comentário de elogio também, rsss...)

Agora se você está adorando, compartilhe com seus amigos nas redes sociais!

Obrigado!

Jornada ao Presságio Vermelho [Completo!]Onde histórias criam vida. Descubra agora