Durante sua fuga das garras de uma seita fanática, o jovem Leonel permitiu que uma criatura abominável fugisse de seu cativeiro, espalhando terror e sofrimento pelos reinos de Arrhênia. Atormentado pela culpa, o rapaz vê sua oportunidade de redenção...
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– Eugênioooo!!! – Uma explosão de raios e luz empurrou Alana, Leonel e Valdez para trás. Um gongo fantasmagórico foi tocado três vezes, anunciando o completar da magia iniciada pelo clérigo Yehudah em Carnegie. Ele sabia que Eugênio chegaria até ali. Era seu destino. Yehudah contava com isso. E apenas Eugênio poderia destravar o grande segredo daquela busca.
Quando a fumaça baixou, Leonel e Alana ainda estavam chorando.
– Você viu? – perguntou Alana. – Ele olhou direto para nós... e não pudemos fazer nada!
– Mas... fazer o quê? Nem sabemos o que aconteceu! Aquilo era algum tipo de armadilha?
Subitamente, uma voz respondeu as dúvidas de Leonel:
– Não, jovem! Aquilo que aconteceu foram vocês mesmos que provocaram! – A voz era esgarçada. Um pouco aguda. E vinha por detrás da poeira e da fumaça. Eles olharam, assustados, e viram que o obelisco deu lugar a uma passagem pela parede do final do túnel. Do lado de fora, falava um morto-vivo vestido com corseletes de aço e armado com uma foice.
Leonel saiu daquele lugar, desembainhando rapidamente sua espada. Logo foi seguido por seus dois companheiros.
– Quem é você?
– Meu nome é Kielock. Eu sou o guardião do Presságio Vermelho. – O lich observava os três companheiros restantes com desdém. – Nunca imaginei que a fortaleza da Montanha de Vidro seria invadida por um casal de fedelhos e um caçador maltrapilho das montanhas.
– Nosso caminho foi aberto à base de muitos sacrifícios...
– Você disse que não foi uma armadilha. – Alana passou na frente de Leonel. – O que aconteceu com Eugênio?
– O aprendiz de sacerdote estava encantado com uma antiga magia que, na língua dos humanos se chamava "Chave dos Mundanos". Não foram apenas os deuses que isolaram este lugar, mas uma antiga ordem de magos também. Eles criaram três barreiras entre a fortaleza e o Presságio Vermelho. A primeira: o muro de rocha sólida, que vocês incrivelmente ultrapassaram usando uma peça de giz. A segunda: a tranca dos mundanos. Uma distorção no espaço-tempo que mantinha esta antecâmara em outra dimensão. Seu amigo, ao tocar no obelisco, desencadeou a magia reversa e trouxe o Presságio Vermelho de volta a este mundo. – O lich estendeu as mãos para trás e uma luz mágica passou a iluminar toda a câmara onde se encontravam.
Todos estavam em um grande pátio subterrâneo. No fundo, havia uma grande passagem para uma espécie de dique escavado nas montanhas. Docado naquele dique havia um enorme navio de guerra. Seu casco era feito em madeira vermelha de jacarandá e cedro. As longarinas e seus acessórios eram de bronze puxado para o cobre. O navio tinha noventa metros de comprimento, dez de boca. Havia três mastros com velas recolhidas. Estava preso por espias negras por toda extensão de seu casco, que era ornamentado com carrancas similares a dragões. No entanto, o que mais chamou a atenção dos aventureiros foi o nome daquela nave, gravado no costado com ferro quente: