Durante sua fuga das garras de uma seita fanática, o jovem Leonel permitiu que uma criatura abominável fugisse de seu cativeiro, espalhando terror e sofrimento pelos reinos de Arrhênia. Atormentado pela culpa, o rapaz vê sua oportunidade de redenção...
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– Cyrus! – exclamou Leonel ao reconhecer o inimigo. – O que aconteceu com você?
– Comigo? Eu abracei de vez minha causa! Meu encontro contigo e com seu mestre maltrapilho me fizeram perceber que, sem poder, não conseguiria cumprir minha missão. Sem a força necessária, não poderia trazer mestre Zéfiro de volta a este mundo. Então, fui ao sul, até o Palácio dos Anjos, onde vivia um antigo vampiro ancião chamado Velázquez. Nossos informantes sabiam que ele havia construído uma máquina de guerra sem precedentes com modernas engrenagens, energizada por cristais mágicos extraídos das antigas minas dos wurtos. Originalmente, ele havia criado essa arma para combater seus adversários pelo domínio do clã vampiro, mas... ele não esperava minha chegada. Eu matei Velázquez e tomei a Fragua de Vulcano. Agora, até mesmo o mago Guillermo perecerá sob as rajadas solares que são disparadas por meus punhos. Mas o primeiro a experimentar será você, garoto! – Cyrus disparou na hora uma rajada solar. O golpe teria arrancado a cabeça de Leonel se, por reflexo, ele não tivesse se defendido com o Lamento de Fafnir no último instante.
– Você feriu meus amigos e os ameaçou de morte – disse Leonel com um olhar sério, enquanto a fita de estopa que envolvia sua espada mágica se desenrolava sozinha e de maneira fantasmagórica. – Logo você vai perceber, cavaleiro negro, que seu poder pode ter aumentado, mas não tanto quanto o meu!
Leonel segurou a espada com as duas mãos, conforme lhe foi ensinado. O poder da perícia dos dragões invadiu seu corpo, preenchendo as lacunas que ainda faltavam em seu treinamento natural. E, antes que seu inimigo pudesse realizar outro disparo, Leonel avançou com muita velocidade. Quando Cyrus disparou mais uma vez o raio amarelo, Leonel já estava agachando numa esquiva. Ele golpeou o cavaleiro negro com sua espada mágica, mas os resultados não foram diferentes que os obtidos anteriormente. A armadura era muito espessa e a Espada de Sete-Pedras não conseguia penetrá-la, mesmo com a força dos dragões. Cyrus golpeou de cima para baixo, mas Leonel realizou uma defesa em quarenta e cinco graus perfeita, abrindo a chance de um contra-ataque horizontal. Se a Fragua de Vulcano não fosse tão resistente, Cyrus teria sido partido ao meio.
Os dois continuaram a luta. O garoto conseguiu atingi-lo quatro vezes, mas a defesa impenetrável protegia o assecla do Ventonegro. Num descuido, Leonel permitiu que um soco entrasse na sua guarda, lhe golpeando o rosto e o deixando tonto. Cyrus aproveitou essa oportunidade para agarrar o rapaz pelo pescoço, erguendo-o até a altura do rosto.
– Sabe o que tive que passar por causa de sua insolência, vermezinho? Perdi meus homens! Quase perdi minha vida! Tudo por causa de sua pequena aventura na Ilha dos Morcegos e sua insistência em proteger sua família em Nautilla. Pois saiba que, assim que o mestre retornar, farei questão de caçar pessoalmente seus progenitores e garantirei que eles sofram por décadas antes de morrerem de fome no calabouço... – As ameaças de Cyrus foram interrompidas por uma garrafada que lhe acertou a cabeça. A garrafa estava cheia de insetos confinados, similares a pequenas aranhas, que correram para todos os lados, incomodando o inimigo. Cyrus se sacudia para se livrar dos insetos e, consequentemente, arremessou Leonel com tanta força que o rapaz foi parar no segundo andar de um albergue destruído, onde caiu, inconsciente.