Durante sua fuga das garras de uma seita fanática, o jovem Leonel permitiu que uma criatura abominável fugisse de seu cativeiro, espalhando terror e sofrimento pelos reinos de Arrhênia. Atormentado pela culpa, o rapaz vê sua oportunidade de redenção...
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Entretanto, algo inesperado aconteceu. O impacto, na verdade, foi todo no crânio do demônio. Era como se o touro tivesse atingido uma parede. O homem-alce voltou para trás, atordoado. Ele nunca teria condições de perceber o que estava acontecendo. Nem mesmo Zando conseguiu entender inicialmente. Levou alguns segundos até ele perceber as cores refratadas emanando dos pelos do Alce Negro. Da mesma forma, seus cabelos negros emitiam um brilho branco e seus olhos amarelos estavam com cor azul-escura. Zando conhecia aqueles efeitos. Um velho truque que há tempos ele não via.
Zando olhou para o lado e teve uma maravilhosa surpresa. Alana, ainda caída no chão, com um olho inchado e muitas feridas pelo corpo, conseguiu esticar seu braço e ativar um de seus mais poderosos itens mágicos: o Prisma de Talionis. A pequena pedra de quartzo girava como um peão na palma da mão da ferida Alana. Ela parou de rodar o prisma quando viu que o monstro havia caído em seu truque, liberando todos os seus amigos para o ataque.
– Alana atordoou o demônio! – gritou Zando.
– Não teremos outra chance! – bradou Goldak. – Mirem no coração! A hora é agora!
Zando ergueu seu machado e acertou três golpes no peito da criatura, fazendo com que a arma se estilhaçasse em pedaços. O monstro deu dois passos para trás antes que Goldak o alcançasse. A luz da lâmina sagrada brilhava cheia de intensidade. O paladino cravou sua espada no mesmo ponto que Zando havia ferido o Alce Negro. A lâmina não chegou a se cravar no corpo da criatura devido à dureza de sua pele, mas a força do golpe fez com que o monstro se afastasse uns cinco passos para trás. Os ataques não haviam acabado: Dalila arremessou seu Disco do Trovão. Uma, duas, três vezes. Todas no mesmo lugar. A cada impacto, uma explosão de arcos voltaicos abria mais e mais a ferida no peito do demônio. Por fim, Leonel subiu nos ombros de Zando e os usou de trampolim. O rapaz saltou na direção do Alce Negro e cravou sua espada no peito do demônio. Ela afundou pelo menos trinta centímetros dentro do corpo da criatura. A dureza da pele havia sido vencida pela sucessiva onda de ataques. E, ali, pendurado no corpo do inimigo, Leonel olhou o Alce Negro no fundo dos seus globos oculares ocos e sussurrou:
– Asa Imaculada de Fogo.
As chamas da espada surgiram dentro da criatura, causando um dano avassalador. O Alce Negro explodiu em chamas e cacos para todas as direções. Os braços, tórax, abdômen e cabeça do Alce Negro se estilhaçaram em milhares de pedaços. Apenas a parte inferior do tronco continuou inteira, mas em instantes tombou sem vida, evaporando lentamente numa fumaça sombria que se dissipou no ar.
– Conseguimos? – perguntou Dalila, descrente, olhando deslumbrada para o restante da carcaça da criatura. – Nós o destruímos?
– Ha, ha, ha! – Leonel, caído de costas no chão, se emocionava com a vitória sobre o inimigo. – Não!