Durante sua fuga das garras de uma seita fanática, o jovem Leonel permitiu que uma criatura abominável fugisse de seu cativeiro, espalhando terror e sofrimento pelos reinos de Arrhênia. Atormentado pela culpa, o rapaz vê sua oportunidade de redenção...
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As palavras do garoto eram como uma bofetada no rosto da pequena ninfa. Ela recuou devagar, com uma careta de assombro e decepção. Leonel encarou Lívia e tomou uma postura marcial. Todas as filhas d'água ficaram agitadas, se perguntando o que estava acontecendo. Menos Lívia. Ela se aproximou do pequeno guerreiro com seriedade. O brilho da lança se apagou e a amazona segurou a arma com as duas mãos:
– E como você pretende me obrigar, fedelho insolente?
– Vou arrancar a lança de suas mãos e usá-la para invadir o palácio dourado.
– Idiota! – Ela se irritou. – Eu sou uma amazona real do palácio de Iara! Quem você pensa que é para me ameaçar...
A bravata de Lívia foi interrompida pela lâmina de sete pedras que, por pouco, não lhe cortou fora o pescoço. A guerreira escapou no último instante, dando um passo para trás. Leonel se aproximou dela tão rápido que ela nem conseguiu acreditar.
O menino girou a espada verticalmente, mirando o busto da mulher de baixo para cima. Ela defendeu com o cabo da lança, mas Leonel afrouxou o pulso, permitindo que o movimento do braço continuasse e atingindo o queixo de Lívia com o cabo da espada.
– Lívia! – gritaram as irmãs, preocupadas.
A guerreira deu dois passos para trás, esfregou rapidamente o queixo e golpeou Leonel com sua lança. Primeiro na cintura, depois na cabeça. Leonel girou a espada apenas com o pulso, defendendo os dois ataques. Após a segunda defesa, como já estava suficientemente próximo, abaixou e golpeou a perna de Lívia, que deu um passo para trás para deixar a lâmina passar livre pelo ar. A amazona soltou a lança com a mão esquerda, deixando a arma girar por trás de suas costas, apoiando-a sobre o ombro. Assim, empurrou o cabo da lança com a mão direita pelas costas e na direção da cabeça de Leonel. Ele viu a ponta da arma se aproximar perigosamente de seus olhos, mas se defendeu ao apoiar a espada com as duas mãos, voltando a ficar de pé. Lívia segurou a ponta cega da lança no último instante, antes que ela voasse com a força da defesa de Leonel, e recuperou a postura de luta.
Ela deu mais uma estocada, dessa vez na direção das pernas do rapaz, que girou a espada verticalmente para defender e aproveitou o giro para tentar cortar a cabeça de Lívia de cima para baixo, dando um passo para frente. Ela posicionou a lança horizontalmente para se defender. Usando a alavanca, Lívia retraiu o braço direito, deixando a pesada lâmina correr de forma segura ao seu lado e abriu a guarda de seu oponente. Dando mais um passo para trás, golpeou a ponta da lança horizontalmente na direção da cabeça de Leonel, na intenção de cortá-la, mas ele se esquivou no último instante.
Lívia ainda não havia acabado de atacar. Agora, ela estava por cima da espada e muito próximo de seu adversário. Ela puxou de volta a lança e tentou cortar as pernas do rapaz, que saltou para se esquivar novamente.
Leonel deu dois passos para trás para recuperar o ritmo. Quase foi atingido pela lança inimiga duas vezes. Lívia não conseguia acreditar que um menino daquela idade estava conseguindo lutar com a mesma força e velocidade do que ela. E não tinha a menor ideia de que os espíritos dos dragões lhe davam perícia e poder.
Sem tempo para deixá-lo pensar, a amazona deu uma estocada na direção do peito de Leonel. De modo veloz, o rapaz rebateu a ponta da lança com a palma da mão esquerda, jogando-a para o lado. Ao mesmo tempo, ele girou o corpo, passando o pé direito por trás do esquerdo para tentar golpear o pescoço da adversária. Ela se abaixou para se esquivar e jogar a lança para sua direita, na altura dos joelhos de Leonel, a fim de derrubá-lo, mas rapidamente ele percebeu a manobra e saltou por cima da arma inimiga. Quando partiu para o ataque, golpeou a lança duas ou três vezes, até Lívia contornar a espada com sua arma, quase a arrancando das mãos de Leonel.
A batalha entre o Lamento de Fafnir e a Lança Tamboril era magnífica. Os dois guerreiros golpeavam e esquivavam, estocavam e defendiam, saltavam e abaixavam. O som do metal se digladiando ecoava pelo vento fresco. O brilho das armas era percebido por todas as criaturas do rio, devido à escassez de luz naquela noite.
Conforme o embate avançava, aumentava a angústia de suas espectadoras. Laura estava assustadíssima, com as mãos na cabeça, vendo a vida da irmã em risco em cada golpe de Leonel. Mais outra e outra e outra vez. Ela precisava interferir de alguma forma.
– Já chega de luta por essa noite – disse Laura aos guerreiros, que, mesmo ofegantes, paravam para observar a postura um do outro.
– Não diga besteiras, Laura! – respondeu Lívia. – Ele já deixou claro; não vai parar até conseguir o que quer!
– Mas e se ele não souber direito o que quer?
Nesse momento, Lívia e Leonel olharam curiosos para a jovem filha d'água, enquanto Laura lançava um olhar penetrante para o guerreiro.
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