ASA IMACULADA - 04

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No dia seguinte, Goldak se apresentou a Pacheco e os dois acordaram estratégias para maximizar a segurança do comboio: eram doze diligências no total. Cada uma era puxada por dois cavalos. Leonel e Alana revezariam a vigia no carro guia, mais à frente. Goldak iria seguir adiante da caravana, com seu cavalo Dodge. Dalila e Zando seguiriam na retaguarda, montando Espoleta e Pintado.

A viagem seguiria quatro vezes o padrão de três por um: três horas na trilha, com uma de intervalo, totalizando doze horas de trilha por dia. A última escala seria à noite, o que significaria atenção extra aos condutores.

Mais tarde, na estalagem, surgiu uma surpresa inesperada.

– Leonel! Oi, eu vou com vocês. – Era Eugênio, o pueri chori do templo de Belisama e novo amigo de Leonel.

– Eugênio? Você vai até Carnegie também?

– Sim. O sacerdote Pius ordenou que eu levasse documentos importantes até o outro templo de Belisama, localizado naquela cidade.

– Que bom. Vou ter com quem conversar nessa viagem enorme.

– Conversar? – interrompeu Goldak com um sorriso no rosto. – Acho que você não vai ter tempo para isso. Acompanhe-me, Leonel.

O jovem espadachim seguiu o paladino, curioso. Os dois fizeram uma longa caminhada para longe da cidade, até o início da floresta. Goldak carregava um embrulho nas mãos e se negou a responder as incessantes perguntas de Leonel sobre onde estavam indo. Quando chegaram a uma clareira de grama baixa, o canimede começou:

– Leonel, pelo que eu entendi, o mago Guillermo te deu essa espada mágica para que consiga cumprir a missão de encontrar o Presságio Vermelho, não é isso?

Leonel balançou a cabeça positivamente.

– Ela te deu habilidade com o manuseio da espada e força acima do normal, estou certo?

Novamente ele balançou a cabeça.

– Mas... você nunca recebeu treinamento específico para ser espadachim.

Dessa vez, Leonel balançou a cabeça negativamente.

– Bem... Como posso dizer isso... – Goldak coçou o pescoço em busca das palavras certas. – Esta é uma missão importante, com alto risco de vida envolvendo diversas relíquias de valor imensurável e... muita coisa depende de você. Portanto, não posso permitir que o portador do Lamento de Fafnir seja um leigo na esgrima. A partir de hoje, vou passar uma série de exercícios para você se familiarizar com a arte da espada, desenvolver sua perícia em combate e aumentar sua força.

Leonel esfregou a cabeça, um tanto quanto constrangido. Era verdade que os poderes da espada lhe permitiam derrotar vários inimigos e que já salvaram sua vida muitas vezes. Mas, de fato, o evento com os homens-sapo provou que ele, sem sua espada, era basicamente um inútil.

Goldak jogou para ele o embrulho que trazia nas mãos. Leonel abriu o pacote e descobriu que, em seu interior, havia uma imitação de espada feita de bambu, com guarda, empunhadura e com uma ponta protegida por uma tira de couro.

– Isso é um shinai – disse o paladino. – Um aparato de treinamento produzido no Oriente. Basicamente, é um modelo de espada. Vai ser seu novo amigo durante nossa viagem.

Goldak sacou sua espada e a segurou com as duas mãos. Em seguida, posicionou a perna esquerda para frente em uma postura marcial, apontando para a floresta. Leonel observava, admirado, a postura do guerreiro, que se virou para ele:

– Você vai ficar aí, parado, me olhando?

Leonel ainda levou dois segundos para entender que Goldak queria que ele o imitasse. O jovem tirou a espada mágica das costas e a encostou numa árvore. Então, usou o shinai para reproduzir a postura do paladino. Ele ficou à esquerda de Goldak, prestando atenção ao seu novo tutor.

– Existem duas maneiras de esgrimir: com uma ou com duas mãos. Pelo que já vi você usando sua espada, você naturalmente esgrima com uma das mãos. Hoje, vou te ensinar a técnica básica da espada de duas mãos. – Goldak inspirou fundo e manteve o olhar para frente. – As mãos devem estar separadas na empunhadura a fim de conseguir um efeito alavanca. Mão direita próxima à guarda, mão esquerda na ponta. – O paladino moveu a espada, empurrando a mão esquerda e firmando a direita, ilustrando o efeito que acabava de ensinar. – A espada não é uma clava! Você não bate com a lâmina, você corta. Para isso, deve aproveitar o máximo da extensão do fio usando a alavanca. – Goldak avançou com a perna esquerda e golpeou o ar de cima para baixo, exemplificando sua aula. Leonel imitou o movimento corretamente, para a satisfação do paladino.

– Agora, sobre as direções e sentidos dos golpes. Existem nove golpes de espada: dois verticais, dois horizontais, quatro diagonais e a estocada. Acompanhe-me.

E Goldak começou a realizar todos os golpes de espada possíveis: frontal, diagonal descendente direito, diagonal descendente esquerdo, horizontal direita, horizontal esquerda, diagonal ascendente esquerdo, diagonal ascendente direito, o golpe baixo e a estocada. Para cada golpe, ele avançava com a perna de apoio e jogava o peso da espada e do corpo no movimento. Um a um, Leonel imitava os golpes. Sentia alguma dificuldade nos golpes ascendentes, os oblíquos e o baixo, mas, com paciência, o paladino corrigia seus movimentos e, depois de algumas tentativas, toda a sequência de ataques fluía corretamente.

Goldak observou Leonel repetir os movimentos várias e várias vezes até garantir que ele soubesse realizar o exercício sozinho.

– Muito bem! Quero que repita essa sequência cem vezes todos os dias.

– Cem vezes?! – perguntou Leonel. – Não é muita coisa?

– Não, não. Você consegue. – Goldak guardou sua espada e se preparou para deixar Leonel sozinho em seu treinamento. – Até porque você vai fazer trinta flexões, cinquenta abdominais e trinta agachamentos como aquecimento antes de começar o exercício.

Ele deixou, então, o jovem com um olhar estupefato na clareira. Chegou a xingar o paladino mentalmente ao perceber que ele estava se divertindo com o sofrimento dele. Todavia, lá no fundo do coração, se sentia animado de estar sendo treinado por um paladino na arte da esgrima.

 Todavia, lá no fundo do coração, se sentia animado de estar sendo treinado por um paladino na arte da esgrima

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