A caravana continuou a percorrer o trecho restante da viagem até Santalucia. No terceiro quarto de viagem do sétimo dia, Zando estava na liderança da caravana. De repente, coçou os olhos, sentindo que alguma coisa caiu sobre eles, e percebeu que, em suas mãos, ficou um pó preto do qual não sabia identificar a origem. Conforme avançava mais, uma chuva de poeira negra caia devagar, como flocos de neve sobre a caravana.
– Goldak? – perguntou ele. – Já ouviu falar de neve negra?
O paladino catou um pouco do material que revoava no ar.
– Não seja estúpido, isso é fuligem. Alguém deve estar queimando alguma coisa. Fiquem atentos!
As diligências continuavam seu caminho, mas com atenção redobrada dos aventureiros. A fuligem continuava a cair mais e mais até quase cobrir todo o chão de negro. No céu, uma nuvem preta cobriu a passagem do sol. O cheiro de fumaça alcançava as narinas de todos.
– Não estou gostando disso, paladino – disse Pacheco.
– Vamos correr na frente para ver o que está acontecendo. Leonel, Alana, atenção à caravana!
Goldak, Zando e Dalila correram em seus cavalos na frente. Quando subiram uma última ladeira até um morro, tiveram a aterradora visão de uma cidade toda destruída e queimada. Santalucia estava em cinzas. Suas casas, prédios, moinhos, tudo tinha o tom preto e branco.
– Meus deuses... – disse Dalila, chocada com a visão. – Será que foram os estropos?
– Se foram, eles são bem mais fortes do que pensávamos. Por que Santalucia? Será que a guarda da cidade não deu conta? – perguntou Zando.
– Podem ter sido atacados à noite... desprevenidos. É melhor investigarmos – disse Goldak, fazendo um sinal para Pacheco deter a caravana na parte de baixo da ladeira. Os três cavaleiros, então, desceram o final da estrada até a cidade destruída.
Eles encontraram um grande cenário de destruição. As casas estavam em cinzas e os passos dos cavalos faziam levantar uma breve nuvem negra devido ao chão coberto de fuligem. O cheiro de queimado invadiu suas narinas, como se estivessem dentro de uma lareira. Diferentes tons de cinza coloriam a paisagem. O silêncio não pairava absoluto apenas pelo soprar melancólico do vento.
Ao passar pelo poço d'água, o grupo viu os corpos carbonizados dos moradores que tentaram usar a água para apagar o fogo. Da mesma forma, onde era o mercado, os moradores tentaram se esconder do fogo debaixo das barracas. Uma mãe usou o próprio corpo para tentar proteger seus dois filhos, mas não adiantou. Os três se tornaram uma peça única de carvão humano. O semblante de dor e sofrimento imortalizado em seus cadáveres mexeu com Dalila.
– Que horror! Do jeito que está tudo queimado, tão profundamente, significa que o incêndio não foi apenas grandioso, mas também atingiu temperaturas altíssimas.
– Como num forno? – perguntou Zando.
– Sim, só que isso seria impossível – respondeu Dalila. – A cidade fica a céu aberto; como o calor ficou retido?
– Não foi um incêndio – respondeu Goldak. – Foi uma explosão. – O paladino apontou para uma construção totalmente destruída. A partir dela, marcas escuras raiavam em todas as direções, formando um círculo hachurado de contornos sinuosos ao redor da construção.
– O que era aquele lugar?
Ao se aproximarem, Goldak sentiu um calor emergindo no peito. Ele levantou um pouco as dobras do peitoral da armadura e puxou o Medalhão de Odin. Ele estava com uma aura azulada e o metal se encheu de calor.
Desconfiado do que significava aquela manifestação do artefato, o paladino pulou de cima do cavalo e correu até os destroços. Ele começou a cavar os entulhos em busca de uma pista e, de repente, puxou um robe azul com o brasão do cavalo de oito patas Sleipinir. Quando seus amigos se aproximaram, Goldak revelou:
– Este era um templo de Odin.
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Jornada ao Presságio Vermelho [Completo!]
FantasyDurante sua fuga das garras de uma seita fanática, o jovem Leonel permitiu que uma criatura abominável fugisse de seu cativeiro, espalhando terror e sofrimento pelos reinos de Arrhênia. Atormentado pela culpa, o rapaz vê sua oportunidade de redenção...