O REUNIR DOS TRÊS - 02

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– Alana, afaste-se! – Valdez disparou suas flechas como nunca na vida, mas foi inútil. O Alce Negro avançou três passos e o acertou com um implacável soco. O caçador rolou por alguns metros de distância, quase caiu pela beira do desfiladeiro e desmaiou, atordoado com a pancada.

O Alce Negro olhou para trás e viu mais duas vítimas: Eugênio, ajoelhado sobre Zando, lacrimejando com uma mistura de tristeza e pavor, emanando luz regenerativa com a palma das mãos sobre as feridas do amigo, e Alana, caída no chão, com o braço direito sobre uma tipoia, a poucos metros do corpo de Leonel. O monstro inclinou a cabeça para o lado, voltando à sua postura bestial. Ele olhava para trás e para os lados, e novamente para eles. Um desavisado poderia achar que ele tirou a atenção de suas vítimas. Não era verdade. Ele estava apenas decidindo quem ele trucidaria da maneira mais cruel. Essa era sua natureza. Um demônio destilado do caldo de maldade do inferno. Uma máquina de aniquilar esperanças. Uma besta pérfida que existia para fazer uma única coisa: espalhar o mal.

O demônio começou a se aproximar de Eugênio. O rapaz começou a chorar de medo. Ele sacudia o corpo de Zando na esperança de que o bárbaro levantasse para salvá-lo. As feridas estavam até cicatrizando sob efeito da fé do pueri chori, porém não daria tempo. O demônio ergueu o braço para atingir o garoto, mas foi interrompido.

Uma adaga voadora atingira o olho esquerdo do Alce Negro.

– Ei! Não está me vendo aqui não, ô vaca da cara preta?!

A adaga voadora voltou para mão esquerda de Alana, que estava sentada no chão, perto de Leonel. O Alce Negro olhou para ela, irritado.

– Alana! Não faça isso! – disse Eugênio.

– Olha só! O demônio grande e mau gosta de atacar crianças feridas! Os Lordes Demoníacos de Baal-Zebube devem estar muito orgulhosos de você! – A menina arremessou mais uma vez a adaga. E mais outra. E mais outra. A lâmina não feria o monstro, mas o incomodava o suficiente para chamar sua atenção.

– Alana! Pare com isso! – implorava Eugênio.

– Vem aqui, gazela do capeta! Não tem coragem de me enfrentar, não?! Covarde! Não é à toa que botou o rabo entre as pernas e abandonou seu mestre para morrer naquela ilha imunda!!

O demônio realizou o desejo de Alana. Ele ignorou Eugênio e começou a se aproximar dela. A menina continuava a arremessar sua lâmina, que resvalava como no aço ao atingir a pele do inimigo. Suas lágrimas escorriam pelo rosto. Sua esperança estava por um fio. De repente, uma voz embargada chegou aos seus ouvidos:

– Fuja...

– O quê?

A menina olhou para trás e viu que Leonel, agonizante, tentava lhe dizer alguma coisa.

– Fuja... Alana... nós... nos... enganamos... Ele é... forte... demais... Não... morra... conosco. Fuja...

– Leonel...

Alana largou a adaga, virou para trás e apoiou a cabeça do amigo moribundo no colo, afagando-o. Um carinho maravilhoso surgiu entre os dois durante a jornada. Uma semente de paixão. Um embrião de amor. O demônio chegou ao lado do casal e os cobriu com sua sombra. Alana o ignorou.

– Lembra quando você me viu nua na tribo dos... Como era o nome deles?

– ...auárus...

– Auárus... Os homens-sapo. Você se lembra?

– ...toda noite. Você... ficou cheia de vergonha...

O demônio cerrou os punhos.

– Não mais do que aquela aposta boba. Fiquei torcendo para você ganhar nas embaixadinhas, mas, depois, não sabia onde enfiar a cara.

O demônio ergueu o braço na direção do casal.

– ... adorei te conhecer... Alana... – Leonel se calou com uma lágrima escorrendo pelo rosto. Alana chorou e, para surpresa do próprio Alce Negro, que deteve por um instante seu golpe, ela disse:

– Isso não acaba aqui, demônio! O Quinteto Relâmpago pode ter sido derrotado, mas haverá outras pessoas! Outros heróis espalhados por Arrhênia virão ao seu encalço e, eu te garanto... – Alana virou a cabeça para trás, com os olhos cheios de lágrima e ódio. –, ...nós seremos vingados!

A expiração do demônio soou como uma risada de desdém. Ele se apoiou na perna da frente e golpeou o casal com toda força possível. Ouviu-se um som de pancada e uma lufada de vento levantou novamente a poeira. Ele atingiu. O Alce Negro sentiu seu golpe atingir seus inimigos.

Contudo, algo estava errado: era firme. Duro. Duro demais para ser os corpos de um casal adolescente moribundo. O demônio recolheu o punho. Entre ele e os jovens, havia um homem parado. Ele portava uma espada enorme, uma espada montante, apontada para baixo e apoiada em seu ombro esquerdo, de forma a usá-la como escudo contra o punho do monstro.

Alana estava abraçada ao corpo de Leonel. Ela sentiu o som da pancada, mas não a dor. Sem entender o que estava acontecendo, ela levantou os olhos e viu um homem parado na sua frente. Ele vestia fardas militares e, na hora, reconheceu o brasão estampado nelas.

O brasão de Fendéria.

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