ETERNO AZUL - 11

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Os aventureiros passaram a noite em uma estalagem em Morro Verde. A mesma que Goldak e Zando dormiram no caso do Paço dos Vinhedos. O paladino até mesmo acreditou ter visto de relance o bêbado Jeffrey, entrando correndo numa taverna após ter reconhecido o canimede. Todos estavam muito tristes. Eles contaram histórias de Alana a noite toda e, por fim, foram dormir.

No dia seguinte, após o café da manhã, novas despedidas seriam feitas.

– Tem certeza de que não quer vir conosco? – perguntou Goldak para Leonel. – Esse tal Mago Guillermo nos deve muitas explicações.

– Tenho. Eu não sei que planos ele tem maquinado, mas ele me confiou a espada de Sete-Pedras e nunca, efetivamente, mentiu para mim. Ele havia me dito que me ajudaria a deter o Alce Negro e o fez. Aliás, até agora não sei de que outra forma nós poderíamos tê-lo feito.

– Mas a mim ele vai responder – disse Dalila. – Estou cansada de ser traída por membros daquele antigo grupo. Dessa vez, vou socar a verdade para fora daquela cara enrugada. E, para vocês, boa viagem até Fendéria.

– Adeus, bravo Leonel – disse Zando. – Continue seu treinamento. Você se tornou muito forte.

– Obrigado, Zando. Goldak, Dalila, nós nos vemos qualquer dia.

Então Zandoniec, Goldak e Dalila partiram a cavalo atrás de pistas sobre o paradeiro de Guillermo, indo para Vila Pacata. Mikail e Leonel partiram para o sul, na direção de Fendéria.

– É a segunda vez que tenho que te levar para a casa de seus pais. Pareço sua babá?

– Eu agradeço, Sr. Mikail. Desculpe todo o trabalho.

Os dois companheiros passaram sete dias viajando a cavalo até uma cidade a sudeste de Morro Verde, chamada Ponta de Nyquist, que era a primeira grande cidade de um território muito perigoso. Ela ficava ao pé da maior cordilheira de montanhas de Arrhênia: a Cordilheira Nyquistiana. Nessa cordilheira, habitavam criaturas de imenso poder, que guerreavam eternamente contra um reino longínquo, extremamente afastado da Costa Noroeste. Felizmente, para os dois viajantes, eles iriam apenas tangenciar as montanhas.

E assim o fizeram. Guiado por Mikail, Leonel passou mais sete dias viajando em paralelo à magnífica cordilheira. Diferentemente das Montanhas Imperiais, que eram sempre resplandecentes, belas e alvas, a Cordilheira Nyquistiana era escura, seu topo era coberto por nuvens de tempestade e, quase sempre, Leonel sentia como se alguma coisa vil estivesse os observando dos picos.

Na manhã do sétimo dia, Leonel viu surgir, no alto de um imenso paredão de pedra, um castelo azul de proporções incríveis. Magnífico. Imponente. As torres emitiam luzes e hologramas circulares como se fossem alimentadas por magia. Observando com atenção, Leonel pôde ver no céu homens montando cavalos com asas de águia. Eles contornavam as torres do castelo, nitidamente fazendo ronda do perímetro do reino.

Mikail viu o companheiro observar, embasbacado, o magnífico palácio de sua terra natal e, com um sorriso, disse:

– Esse é o Esquadrão de Pegasus. A mais nobre força militar do Grande Planalto Central de Arrhênia. Dia e noite, eles guardam o Castelo do Penhasco, a sede do governo da minha terra natal, Fendéria. Veja, já estamos quase chegando ao seu paredão rochoso. Existe uma trilha que leva até o alto. São mais de oitocentos e cinquenta metros de altura de onde nós estamos até o castelo. Pelo menos, já estaremos em terras amigas.

De fato, havia uma guarita na entrada da trilha, onde estava hasteado o pavilhão de Fendéria: um cão e uma espada brancos cruzados sobre um fundo azul. Mikail se identificou para a sentinela, que os permitiu subir a trilha. Após uma hora de subida suave, eles chegaram às portas do castelo.

– Seja bem-vindo a Fendéria, Leonel.

Após levarem os cavalos para os estábulos, Mikail guiou Leonel pelos magníficos corredores do Castelo do Penhasco. Eram construções gigantescas, com vinte metros de pé-direito e com arcos feitos em mármore e marfim. Em seus grandes salões, comerciantes traziam especiarias de todo o Planalto Central na garupa de bois de carga, cavalos, camelos e até de criaturas incomuns como lagartos de carga e insetos gigantes.

Então, lá no fundo do corredor, ajudando a descer sacas de soja de uma diligência, Leonel viu rostos conhecidos. Rostos que ele desejava rever há muito tempo: seus pais. Seu coração bateu mais forte, as lágrimas lhe escaparam e o ar parecia encher os pulmões com mais pureza. Ele sorriu para Mikail e, depois, saiu correndo, deixando o companheiro para trás que, pela segunda vez na vida, foi espectador do emocionante reencontro da família humilde de uma rua de ladeira de Nautilla.

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