SUCURI E CUTUCURIM - 01

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 O som de passos firmes e apressados se espalhava pelos corredores do Castelo Escudonorte

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O som de passos firmes e apressados se espalhava pelos corredores do Castelo Escudonorte. Um cavaleiro de armadura negra atravessou os pátios de marfim cinzento sem se preocupar em esconder sua presença, mesmo após sua desobediência. O pé direito do castelo era gigantesco, com mais de vinte metros de altura, fazendo com que a sua acústica fosse amplificada. Os escarpes de metal da armadura batendo contra a porcelana do chão provocavam sons altos e ocos que se espalhavam pelo pátio.

– Cyrus! – chamou uma voz vinda de trás de gigantescas cortinas que separavam o corredor da sala do trono. Aos poucos, um semblante feminino se revelou sob a luz do luar. Tratava-se de Valérie, a feiticeira autoproclamada líder do Ventonegro. – Há quanto tempo! Parece que esqueceu o caminho de casa.

O cavaleiro parou e manteve um semblante fechado.

– O que quer, Valérie?

– Cyrus, por que essa postura agressiva? Agora que o mestre está morto, precisamos manter a ordem unida. – Ela se aproximou com seu imenso cajado dourado em mãos. Ao tocar o peito do cavaleiro, continuou a falar. – Precisamos deixar nossas diferenças de lado e nos unir pela causa.

Cyrus afastou a mão da feiticeira e olhou no fundo dos olhos dela.

– Tudo que já foi nosso, você deixou de lado.

A feiticeira recuou, ofendida:

– Você vai falar daquilo de novo?

O cavaleiro se virou e continuou seu caminho. Ele era determinado e sabia comandar seus homens com sabedoria. Sua atitude independente já rendera bons resultados ao Ventonegro, mas Valérie temia que sua ganância e falta de respeito se tornassem uma ameaça no futuro.

– Ao menos, me diga onde esteve esse tempo todo.

– Palácio dos Anjos – respondeu ele sem virar para trás.

Valérie esboçou preocupação e surpresa com aquela resposta. "Palácio dos Anjos?" – Ela pensou. – "Cyrus, está mesmo com tanta sede de poder?"

 Era uma linda manhã na estrada leste de Vila Pacata

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Era uma linda manhã na estrada leste de Vila Pacata. Uma família de quatis fuçava tranquilamente a grama à beira da pista em busca de insetos para comer. O silêncio era sonífero. De repente, todos eles levantaram as cabeças, olhando para o mesmo lado. Escutaram alguma coisa. O silêncio foi quebrado. Eles fugiram, saíram do meio da estrada, instantes antes de um cavalo atravessá-la galopando a toda velocidade.

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