O DÉCIMO SEXTO - 04

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Leonel e o Alce Negro escorregavam com as manobras navais amadoras de Alana

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Leonel e o Alce Negro escorregavam com as manobras navais amadoras de Alana. O convés em que estavam lutando parecia uma gangorra, na qual eles eram jogados de um lado para o outro. Em um momento, os dois lutavam agarrados à balaustrada, do lado de fora do navio. O demônio golpeava o corpo de menino, que se defendia com a lâmina e retribuía com golpes de espada. Quando o navio guinou mais uma vez, arremessando-os para dentro de novo, Leonel decidiu aproveitar a física do movimento:

– Passei por muita coisa para chegar a este navio. Agora, só tenho uma coisa a te dizer... – As chamas tomaram conta da lâmina da espada de Sete-Pedras e, com um risco no ar, Leonel disparou seu golpe. – CAI FORA!

O impacto da Asa Imaculada de Fogo combinado com a alavanca do movimento do navio arremessou o Alce Negro de volta à chapada nas montanhas. Mikail e Anakar testemunharam o monstro caindo em chamas sobre o chão de pedra, já surrado pelas batalhas anteriores. Nesse momento, Anakar leu o nome daquele navio voador no costado e um frio percorreu-lhe a espinha.

– Não! – disse ele. – O que permitimos acontecer?!

Leonel retornou ao passadiço, correndo.

– Alana! Pare de sacudir essa banheira! Estou quase vomitando!

– E o Alce Negro?

– Voltou para as montanhas. E você, descobriu alguma coisa?

– O Imediato falou que existe uma arma a bordo chamada de "O Décimo Sexto", mas que precisa ser ativada pessoalmente...

– E onde fica?

– No porão do navio.

– Eu já passei lá. Está trancado!

– Imediato, como podemos abrir o porão?

"O porão do Presságio Vermelho é selado com vontade divina."

– O Medalhão de Odin! – O rapaz correu a toda velocidade tirando o artefato de dentro de sua armadura. Ele se jogava escadas abaixo e deslizava pelos corrimões. No porão, ele parou em frente à escotilha principal, deixou o Medalhão de Odin pendurado livremente e tocou com as duas mãos a porta trancada. O item mágico brilhou com intensidade. Ele escutou o som de trava destrancando e, de repente, a escotilha se abriu.

Leonel entrou no compartimento com cautela. Ele via correntes largas negras esticadas indo em direção a um grande objeto, coberto por um tecido pesado no centro. Ele caminhou pelo local, em busca de alguma coisa que lhe remetesse à ativação de uma arma. Então, viu três alavancas. Ele puxou a primeira e, consequentemente, o piso do porão se abriu a partir da quilha do navio, revelando que estavam voando a dezenas de metros de altura. Leonel levou um susto quando ouviu a voz de Alana gritar próximo à sua cabeça.

– Leonel, está tudo bem aí? – Alana falava por uma boca de fonia, um tubo de ferro que corria através dos conveses entre o porão e o passadiço.

– Eu... estou! Acho que encontrei a arma! Está coberta por uma lona! O fundo do navio se abriu!

– Abriu? Como assim?!

– Eu não sei! Eu puxei uma alavanca no porão e o chão se abriu! Estou até vendo o Alce Negro lá no fundo! Tem mais duas alavancas! Eu não sei o que pode acontecer!

– Bem... Chegamos até aqui, não é? Eu vou posicionar a frente do navio na direção do nosso alvo!

"Você quis dizer: a proa do navio?"

– Imediato engraçadinho...

Tudo estava acertado. Na chapada, o Alce Negro se erguia devagar, sentindo as dores da queda. No céu, a proa do Presságio Vermelho se posicionava na direção dele e, no horizonte, o sol se punha, em um espetáculo de luz vermelho-alaranjada. No porão, Leonel segurava firme a segunda alavanca, esperando a oportunidade de lançar a arma, até então desconhecida para ele.

Nesse momento, mais uma surpresa aconteceu: o que quer que fosse a arma debaixo daquela lona, começou a se mexer. E, o que quer que fosse, era grande!

– Ah! – Leonel caiu de costas no chão com o susto que levou. – Mas o quê?!

– Leonel, o que foi?

– Está vivo! Eu... não sei o que é... mas está vivo!

– O que está vivo?

– A arma! O décimo sei-lá-o-quê! Está se remexendo! Está vivo!

Alana ficou tão surpresa quanto Leonel de saber aquilo. Ela rapidamente olhou para a gata Escotilha, que, serenamente, se lambia sobre as mesas de plotagem. Como isso era possível? Havia coisas vivas dentro de um navio mágico escondido há centenas de anos!

– Leonel, nós não temos tempo para entender isso agora...

– Você tem razão. – O rapaz se recompôs, agarrando mais uma vez o dispositivo. – Puxando a segunda alavanca!

Um complexo mecanismo emitiu o som de metais se esfregando, de roldanas e engrenagens girando. As correntes baixaram a arma para fora do navio, deixando-a pendurada a quinze metros abaixo do casco. Aquilo fez o Alce Negro dar um urro de desafio em direção ao Presságio Vermelho. Enquanto isso, Anakar evocou uma chave microkinética de quarto grau:

– Ventos dos Arcanjos! – Uma ventania o ergueu no ar, ele agarrou Mikail pelos braços e os dois saíram voando para a entrada da Fortaleza da Montanha de Vidro.

– O que está fazendo? – perguntou Mikail.

– Se aquilo for o que estou pensando, não podemos mais ficar tão próximos ao Alce Negro!

– Mas... o que é aquilo?

– Quantos deuses vieram para Arrhênia nos tempos mitológicos?

– O quê? – Mikail não compreendia o sentido da pergunta. – Quinze, não é? São quinze deuses no Panteão.

– É o senso comum. É o que se ensinam nas escolas e o que todos os clérigos acreditam. Na verdade, eram dezesseis!

Mikail espiou uma última vez para o que seria a maior revelação em Arrhênia nos últimos séculos.

Mikail espiou uma última vez para o que seria a maior revelação em Arrhênia nos últimos séculos

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