JULGAMENTO NA CAVERNA DE CRISTAL - 08

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Seguindo nossa seleção de atores temos: Rufus Sewell como Cyrus!

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Dalila despertou com uma forte dor de cabeça. Há dias que ela esteve mantida presa numa cela de pedra. Não havia nada para comer. Para beber, um fino filete de água escorria pela parede. A porta de entrada da cela era um gigantesco rochedo, que anulava todas as suas habilidades de arrombamento de fechaduras. O ar vinha por uma fresta no alto da alcova, de onde vinha também uma leve luz quebrada. A dhevaniana já lutara, gritara e empurrara, mas nunca houve resposta. Não sabia onde estava Yui e começava a perder a própria noção de tempo. A fome dificultava sua imaginação e sua esperança de sair dali pelas próprias forças havia desaparecido.

De repente, escutou um som. O primeiro em muito tempo. O enorme rochedo começou a se mover para fora. De trás dele, surgiu um grande homem feito de pedra e revestido de cristais azuis. Inicialmente, Dalila se apavorou com a visão sinistra do feldspato, mas então percebeu o que ele trazia na mão direita: inconsciente e envolta nos trapos das próprias roupas, Yui estava pendurada no braço do monstro como se fosse uma fruta madura prestes a cair de um galho petrificado.

– Está acordada, vândala? Chegou o grande dia! Espero que tenha apreciado bem a estadia da masmorra!

– Que... – falar era difícil naquele momento, mas Dalila tentou. – Que grande dia?

– Ora, o dia de seu julgamento! O dia em que nosso líder, o Grande Quartzo-Branco, decidirá o destino de vocês. – O feldspato azul se aproximou ameaçadoramente de Dalila. – O dia em que ele as condenará a apodrecer nesta cela até que suas pedras brancas emerjam dessa geleia macia que vocês chamam de carne!

O monstro levantou Dalila pela perna e a jogou sobre o ombro. A dhevaniana gritava o nome de Yui e pedia para que o monstro a soltasse, sem sucesso. O feldspato, então, levou as duas para fora da masmorra. Saíram por um extenso corredor e subiram uma escadaria natural. Em seguida, foram parar no grande vão de uma caverna. Um suave brilho branco iluminava seu caminho, vindo por detrás das frestas e passagens à frente. Eles caminhavam na direção da luz. Passaram por colossais colunas de pedras naturais, rochedos, lagoas, estalagmites, ladeiras e grutas. No caminho, Dalila podia jurar que viu, ao longe, criaturas similares ao seu carcereiro, mas com cores predominantes diferentes. Após um tempo de caminhada, eles chegaram a um espaço aberto na caverna onde havia um espetáculo natural que a dhevaniana nunca imaginou presenciar.

Bem no meio de uma chapada, emergia do chão um colossal cristal de quartzo. Ele subia até a ponta tocar o topo da caverna, a mais de trinta metros de altura. Havia também dezenas de colunas secundárias menores, algumas de dois metros, outras com mais de vinte, que, combinadas com a imensa coluna principal, formavam uma espécie de castelo subterrâneo de cristal. Ele emanava luz branca que iluminava toda a extensão da chapada. Dalila não sabia, mas a luz quebrada que iluminava sua cela esse tempo todo vinha daquele cristal. Ela ficou alguns instantes hipnotizada com a beleza daquele monumento. Mas, rapidamente, seu raptor lhe lembrou de sua situação, dando-lhe um tranco conforme desciam a chapada. Levou quase meia hora até chegarem aos portões daquele castelo. Portões que, na verdade, eram aberturas por entre as colunas de quartzo. Tudo naquele palácio era natural, nada fora escavado: as portas, as escadas, as janelas ou os salões. Quando chegaram ao hall principal, um enorme hiato entre as formações rochosas debaixo de um teto de vidro fosco, Dalila voltou a sentir medo. Várias daquelas criaturas rochosas estavam reunidas, murmurando e discutindo, olhando para elas com curiosidade e desprezo.

O feldspato azul botou Dalila de pé e a prendeu em grilhões de pedra pelos pulsos contra a parede. Yui foi presa pelos pés, por estar desacordada. As duas foram colocadas em um local de destaque no salão.

– São essas as invasoras, Topázio? – perguntou Citrino, que já havia chegado da gruta de Ametisto.

– Sim. Destruidoras impertinentes. Além de terem invadido nosso lar, destruíram nossa amada Esfera dos Céus!

– É verdade que o conteúdo da pedra foi revelado?

Topázio sacudiu a cabeça e foi até uma protuberância na parede. De cima dela, tirou um círculo cromado que emitia faíscas quando tocado pelo monstro. Os feldspatos olharam para o objeto com admiração.

– A lenda era verdadeira... – sussurrava alguém. – Wakinyan! Ele foi revelado.

– Vamos esmagá-las logo de uma vez! – gritou um feldspato vermelho, sacudindo as mãos para cima.

– Tenha paciência, Jaspe – respondeu Topázio. – Em breve, Quartzo-Branco despertará e ele decidirá o destino dessas duas.

Os monstros murmuram uns com os outros, mas ninguém discordou. Ninguém questionava a autoridade de Quartzo-Branco, o líder, o primeiro, o decamilenar. Devido à sua antiguidade, ele dormia bem mais do que os jovens feldspatos, que possuíam no máximo dois mil anos. Quartzo-Branco hibernava seis meses, mas ficava apenas uma hora acordado. Não era o momento de ele acordar, mas as circunstâncias exigiam urgência.

 Não era o momento de ele acordar, mas as circunstâncias exigiam urgência

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