A BATALHA SOB IPÊS AMARELOS - 01

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Olá pessoal! Tudo bem?

Neste capítulo, iremos fazer uma homenagem ao grande ilustrador de fantasia medieval Larry Elmore!

Espero que gostem!

A situação era terrível

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A situação era terrível. Desde a invasão da mansão de Ímpio-Enforcador, Thulle não teve mais sossego. Os capangas do traficante reviraram as casas dos moradores em busca de informações sobre a mulher de uma única asa e do garoto espadachim que roubou o Medalhão de Odin, um artefato sem preço e poderosíssimo.

Os homens chutavam as portas das casas, tiravam as pessoas de seus aposentos, reviravam todos os pertences. Alguns chegavam a arremessar roupas, lençóis e utensílios no meio da rua. Os guardas da cidade, subornados e envolvidos com as tramoias do mercador, viravam o rosto e fingiam que não viam as barbaridades cometidas pelos bandidos.

– Essas pessoas têm que aprender que não podem trabalhar contra o sistema, Motumbo. – refletia Ímpio-Enforcador, enquanto observava seus homens revirarem a casa de mais alguns cidadãos. – Se eu sou roubado, elas são roubadas. É uma lei natural da vida. O que elas acham que vai acontecer?

– Não sei dizer, Sr. Ímpio.

– Elas devem pensar coisas do tipo: "Bem feito! Esse miserável teve o que merecia! Ele só traz desgraça para o nosso povo!"

– Talvez, Sr. Ímpio.

– Mas o que elas não entendem, não conseguem entender, é que quem está em cima nunca é prejudicado. Se eu fui roubado, alguém vai pagar. Por isso eles devem me ajudar, me apoiar, me proteger desse tipo de bandido que tenta se aventurar a fazer fama sobre minha fortuna. Proteger-me é proteger a elas mesmas. Guardas, políticos, todos são ilusões, criadas pela sociedade para fingir que não estão à mercê do óbvio, do primitivo, do elementar: à mercê do mais forte. E eu sou mais forte. Sou a força de todos os homens que eu conseguir comprar.

Nesse momento, se aproximou o capanga oriental de Ímpio-Enforcador, Kazeshin. Ele segurava pelo braço um garoto de oito ou nove anos que estava seminu:

– Sr. Ímpio, esta criança disse que viu uma mulher com asa ontem à noite.

– Muito bem, Kazeshin. Torture-a até que diga onde encontrar a mulher.

O rapaz ficou desorientado. Torturar crianças era uma atitude desonrosa demais para ele. Por mais que dependesse do dinheiro do traficante, aquilo era desnecessário.

– Acho que isso é pedir demais do amarelo, Sr. Ímpio. – disse Motumbo – Esse pessoal do oriente não tem culhões para esse tipo de coisa.

– Vejam só, é o Motumbo! Ao invés de usá-la para falar, não devia estar usando essa sua língua para engraxar as botas do chefe? – perguntou Kazeshin, com sarcasmo.

– Ora, seu abusado! Meus deveres com o Sr. Ímpio não são assunto seu. Eu sempre serei muito grato pelo que o mestre fez por mim. Graças a ele conheci coisas fantásticas, experimentei maravilhas e provei o sabor da...

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