Durante sua fuga das garras de uma seita fanática, o jovem Leonel permitiu que uma criatura abominável fugisse de seu cativeiro, espalhando terror e sofrimento pelos reinos de Arrhênia. Atormentado pela culpa, o rapaz vê sua oportunidade de redenção...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Na casa do Visconde, Leonel estava em grandes apuros caído no chão. Os mortos-vivos estavam aglomerados em cima dele e estavam quase conseguindo morder uma parte de seu corpo. Dalila havia lhe falado que a maldição dos zumbis passava por meio da mordida, por isso ele forçou a lâmina da espada para manter os monstros afastados o máximo possível. O fedor era terrível e a gosma da baba das mandíbulas das criaturas escorria sobre seu rosto, um som gutural irritante enchia seus ouvidos e o impedia até de pensar em uma estratégia. Ele se focou na sobrevivência. Na futura ação a ser tomada. Na sua espada. Ele se concentrou. Profundamente, ele se concentrou.
De repente, o luar azulado de Belisama pareceu ser mais intenso. Os mortos-vivos paravam de se mexer e de fazer força. Ali, deitado sobre os cadáveres, Leonel parou de escutar o som das criaturas, das pessoas, dos gritos ou dos sinos de emergência. Escutava apenas o som de sua respiração.
– O que está acontecendo?
Um vulto passou na frente do luar, seguido de um par de luzes vermelhas faiscantes que surgiu das sombras, olhando para Leonel.
– Sr. Demétrio? É o senhor?
– Demétrio lhe deu a perícia – disse uma voz grave vinda das trevas. – E você o que fez com ela? Nada! A cidade está tomada, o medalhão está ameaçado, sua companheira está desaparecida e você não consegue nem mesmo lidar com um pequeno grupo de cadáveres animados?
– Eles são muitos e eu sou apenas um garoto.
– Você pensou nisso quando decidiu aceitar a espada?! "Sou apenas um garoto", bah! Por que não disse isso ao mago quando ele lhe ofereceu chance de redenção?
– Eu quero... me redimir...
– Como você vai se redimir quando você se tornar isso?! – Nesse momento, um zumbi se aproximou de Leonel, o único que se movia na cena. Era um garoto magro de roupas surradas. Ele levou um tempo para identificar. Era ele mesmo! Um zumbi Leonel!
– Não! NÃO! – gritou o rapaz.
– Isso é o que você se tornará! – disse o dragão. – Uma carcaça imunda e sem vida, controlada pela vontade dos deuses para vagar aleatoriamente pelo mundo, com o único propósito de infestar Arrhênia um pouco mais com sua doença pérfida.
O morto-vivo se aproximou ameaçadoramente de Leonel e o rapaz não conseguia tirar os outros zumbis paralisados de cima dele. Estava preso. O zumbi Leonel se ajoelhou e se preparou para arrancar um pedaço do rosto do adolescente.
– Esse é seu propósito, Leonel?
– Não!
– Qual o seu propósito?
– Alcançar o Presságio Vermelho para deter o Alce Negro!
– Você vai desistir?
– NÃO!
– Então por que não levanta?!
– Eu... preciso... de... mais... FORÇA!!
O zumbi Leonel desapareceu como fumaça quando alcançou o rosto do original. E, das sombras, surgiu um grande dragão vermelho. Devia ter dez metros aproximadamente, como Demétrio. Ele era forte, seus músculos eram avantajados e opulentos, e suas escamas pareciam de metal. Leonel pensava que ele seria capaz de mover montanhas apenas com a força de suas patas. Foi quando o dragão disse:
– Esses zumbis não são tão fortes quanto as provações que ainda vêm por aí. Os obstáculos de sua jornada serão incomparavelmente mais fortes do que um bando de mortos-vivos. Você quer força? Eu posso te dar força. Mas ser forte não é conseguir bater com mais ímpeto do que seu inimigo. Diga-me, o que é ser forte?
Leonel pensou um pouco e encarou as faces terríveis de medo e desespero das criaturas. Eram monstros vindos dos pesadelos, desgraçados amaldiçoados que impediam a sua visão da luz do luar. Eles o feriram muito, o arranharam, machucaram, apertaram e forçaram. Mas Leonel ainda estava vivo.
– Ser forte... não é conseguir bater com mais força no inimigo. É conseguir resistir à força do inimigo e continuar seguindo em frente.
O dragão expirou através das narinas com um tom de satisfação.
– Essa é a verdade sobre a força. Use-a na sua jornada. Agora, levante-se, Leonel. Meu nome é Aquiles e eu estou com você.
A imagem do dragão Aquiles desapareceu juntamente com as sombras azuladas. Os zumbis voltaram a se mexer. Leonel estava de volta ao mundo material. Os sons e barulhos encheram seus ouvidos e, então, ele disse aos zumbis:
– Criaturas saídas de pesadelos, eu não tenho medo! Pois não importa quão fortes vocês sejam, eu posso seguir em frente!
Dois diamantes vermelhos brilharam na lâmina da espada. Leonel começou a empurrar os zumbis de volta e, quando o Visconde viu a cena, não conseguiu acreditar. Cinco mortos-vivos contra um único garoto e eles estavam recuando!
Leonel retrocedeu, criando um espaço estratégico entre ele e as criaturas e, com um balançar de espada, cortou horizontalmente os cinco zumbis ao meio. A força do dragão Aquiles estava empurrando seus braços. Ele podia sentir o poder pulsando nas veias.
Outros mortos-vivos invadiram a casa, mas não eram páreo para ele. Em questão de minutos, Leonel girou, golpeou, cortou e fatiou todas as criaturas. A perícia de Demétrio e a força de Aquiles, combinadas na espada, faziam do jovem um lutador magnífico. Ele observou os dois diamantes emitindo um brilho vermelho do Lamento de Fafnir, orgulhoso de seu feito e de ter conquistado a empatia de mais um dos sete dragões.
– Você está bem, Leonel? – perguntou o Visconde.
– Sim. E o senhor? Estão todos a salvo?
Burton sinalizou positivamente com a cabeça.
– Temos que ir até o Palácio Campeão. Devemos subsidiar Sua Majestade sobre os acontecimentos, para que ele consiga coordenar uma linha de ação. Tranquem a porta quando sairmos!
Leonel e Burton saíram pelas ruas da cidade a fim de alcançar o palácio, enquanto os empregados do Visconde travavam as portas com tábuas e caixotes de madeira.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
E aí, está gostando?
Se não, deixe um comentário dizendo o que você achou para nós melhorarmos o texto.
Se está, não esquece de dar um voto no capítulo para nos dar aquela força! (pode deixar um comentário de elogio também, rsss...)
Agora se você está adorando, compartilhe com seus amigos nas redes sociais!