A FOGUEIRA DE ASTARTE - 04

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Goldak e Leonel foram em direção ao palácio, enquanto os outros foram tentar negociar provisões para continuar a viagem. O próximo passo seria seguir viagem até a cidade indicada por Lorde Burton: Ardil, nas montanhas.

– O que vamos fazer no palácio, Goldak?

– O Rei Titus é um monarca temente aos deuses. O culto a Odin é bastante difundido na cidade de Carnegie. Perde apenas para os templos de Astarte e Zhurong em quantidade de fiéis.

– Perde? Quer dizer que o Odin não é o deus de Carnegie?

– Não. Atualmente, Carnegie não possui um patriarca, mas sim uma matriarca: Zhurong, a valente deusa do fogo, das minas e dos metais. Sabia que ela é a principal divindade na cultura wurta?

Leonel enrugou as sobrancelhas:

– Cultura... wurta? Como assim? Você está falando de...

– Dos wurtos. Do povo de Wurtz. Parrudos e com cabelos grossos. Nunca viu um wurto?

– Não.

– Até que faz sentido, pois há poucos no continente. O reino deles fica a milhares de quilômetros daqui, na Ilha-Reino de Wurtz.

– Ilhas... Reino... – Leonel já tinha ouvido falar desses lugares apenas em lendas. Segundo contavam, o continente seria rodeado por seis ilhas-reino. Ilhas de proporções continentais que seriam habitadas pelas primeiras raças que surgiram e dominaram Arrhênia, muito antes da chegada do ditador. Leonel percebeu o quanto desconhecia do próprio mundo e como sua noção de realidade era constantemente questionada pelo convívio com Goldak. Magos, clérigos, ilhas-reino. Para Leonel, todo dia o mundo ficava um pouco maior. Os dois continuaram conversando sobre as maravilhas de Arrhênia, até adentrarem no palácio do Rei Titus para solicitar à guarda uma audiência.

Enquanto isso, na sala do trono, o rei havia acabado de regressar de Vila Pacata. Ele andava de um lado para o outro enquanto falava com seu conselheiro, Lorde Péricles:

– Isso é muito de nosso interesse, Péricles. Um objeto capaz de abrir as portas de qualquer relicário divino! Imagine só! Arsenais de Odin! Celeiros de Sobek! Haréns de Astarte! Minas de ouro e prata de Zhurong! Com esse tal medalhão, poderíamos ter tudo isso! Carnegie não se renderia mais às vontades do Reino de Costa Noroeste. Pelo contrário, nossos exércitos poderiam cruzar florestas e montanhas e tomar cada uma de suas capitais.

– Sim, Majestade. Mas, pense bem: faz meses que não se tem notícia do tal artefato. É provável que o grupo que o roubou já esteja morto ou mesmo a milhares de quilômetros daqui.

A rainha Suzane entrou no salão, trazendo um caneco de cerveja nas mãos, e o ofereceu ao marido:

– Sua bebida, meu senhor.

O Rei Titus agarrou o caneco e o virou de uma vez, sem nem mesmo olhar para a esposa. Ela se afastou um pouco, mas continuou no salão.

– Senhor, deixe disso e vamos discutir outros assuntos do reino – disse Péricles. – Por exemplo, ainda não resolvemos a questão do orçamento para o departamento de pesquisas.

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