ep. 30

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Guilherme narrando.

O baile acabou, levei a Isabeli pra casa junto com a Nataly e as amigas dela e fui pra boca.

Coringa: Vão subir o morro. - me alertou.

Guilherme: Sabe quem é?

Rael: Nada, mas ja to louco pra passar dessa pra melhor! - ele falou com ódio. O Rael tinha sua favela, mas a gente era fechamento de verdade. Os vapores já estavam armados. De repente começou os tiros. Fiz minha oração e fui pra guerra. Sai atirando, o Murilo veio na minha contenção como sempre. Entramos num beco e demos de cara com um, dei um tiro só na cara, sai pisando em cima dele. Tinha vários meus pelos telhados. Avistei um cara correndo, olhei era o tal Maycon, ja invadimos o morro dele. Tentei atirar mais a arma falho. Porra!

Guilherme: Porra!!!! - falei. Destrevei e dei dois tiros e funcionou. Mas nisso o pau no cu sumiu. Passei um rádio pro meu pai.

| início de ligação |

Eu: Aí coroa, tem ta na frente é o Maycon.

Coringa: É isso!

| fim de ligação |

Guardei o rápido. Um maluco tentou atirar em mim na hora que corri o tiro acertou numa sacola de entulho que tava perto de mim. Suspirei. Olhei pra cima e vi ele. Antes de mim o Murilo deu uma sequência de tiro que caiu laje a baixo. Sorri.

Marjorie narrando.

Deixei meu filho na minha mãe e fui trabalhar, mesmo morta depois do baile de ontem, e de ter ido super tarde pra casa. Sou pediatra, trabalho num hospital público, amo o que faço, não troco por nada. Entrei no meu plantão. Cheguei sorrindo para os meus bebês.

Marjorie: Bom dia amores!!!! - dei beijo em casa um.

xxx: Bom dia tia Ma! - ela me deu um abraço.

Marjorie: A tia vai examinar todos, ta bom? E no fim, quem for bonzinho, vai ganhar um saquinho surpresa. - eu sempre fazia esses mimos para as crianças, e amava. Examinei todos, providenciei as altas de alguns e fui para as consultas marcadas. Eu estava morta e morrendo de saudade do meu filho. Meu plantão era até 13:30. Acabou, passei o plantão e fui voada pra casa da minha mãe. Cheguei entrando ja. - Mãe?

Patrícia: Aqui meu amor. - ela tava dando mamadeira pro Kauan na cozinha. Sorri e dei um beijo na testa dele.

Marjorie: Mamãe morreu de saudade meu príncipe. - assim que minha mãe terminou peguei ele e coloquei pra arrotar - Não sei se aguento ficar tanto tempo sem ele.

Patrícia: Nem invente de sair do trabalho Marjorie.

Marjorie: É tão ruim ficar sem meu bebê. - fiquei cheirando ele. Meu celular tocou, peguei na bolsa. Era o Rael.

| início de ligação |

Eu: Oi?

Rael: Tudo bem? - falou sinico.

Eu: Sim ue, porque nao estaria?

Rael: Ta trabalhando ainda?

Eu: Não né Rael, ja tou em casa.

Rael: Já pegou o Kauan?

Eu: Tou na minha mãe Rael, ooooh! - respirei fundo.

Rael: Ta bufando porque?

Eu: Rael tem o que fazer não?

Rael: Tenho ue! VAI LOGO PRA CASA. - falou mais alto.

Eu: Tchau!

| fim de ligação |

Desliguei na cara dele e coloquei no modo avião.

Patricia: Que foi?

Marjorie: Rael reclamando como sempre. - revirou os olhos.

Patrícia: Quer almoçar não meu amor?

Marjorie: Não mãe, tem comida em casa, se não estraga.

Patrícia: Ta bom. - ela me ajudou com o Kaun, peguei as coisas dele e fui pra casa. Demorei uns dez minutos e cheguei em casa. A moto do Rael tava na rua, deixei o carro na rua mesmo. Peguei ele da cadeirinha e as bolsas. Abri o portão e entrei, a porta da sala tava aberta.

Rael: Demorou hein! - ele tava fumando. Deitei o Kauan numa cadeirinha que vibrava.

Marjorie: Não tem um jatinho não. - debochei. Tirei o salto, amo trabalhar de salto, mas canso.

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