Guilherme narrando.
Era 3h45, quando o Juiz me ligou falando que a carga ia entrar na favela.
Guilherme: Fica aqui e não sai por nada! — disse pra Isa.
Isabeli: Não acredito amor que você vai sair na festa da nossa filha. — disse brava e bufando.
Guilherme: É meu trabalho. — disse sem paciência já.
Isabeli: É o aniversário da nossa filha! — disse entrando na minha frente.
Guilherme: Me deixa ir, porra! — disse sem paciência e sai esbarrando nela e a mesma ficou falando. Entrei no carro e acelerei pra biqueira, meu pai e o Juiz estavam lá.
Coringa: Já ta chegando a carga! — sorri esfregando as mãos e o Rael apareceu.
Guilherme: Pensei que já tivesse ido.
Rael: E eu iria perder a chegada da maior carga de droga dessa favela? Ta loucão! — sorri e abracei ele de lado.
Guilherme: Tamo junto! — bati no ombro dele.
Coringa: Vai mesmo? — disse seco, mas sabia que ele tava mal por isso.
Rael: Vou! Vou junto com a minha família. — disse sorrindo e confiante. — Mas eu volto, po! — meu pai só balançou a cabeça. Sorri. Meu rádio tocou e era o Juan.
| início de ligação |
Guilherme: Fala.
Juan: Tá previsto a chegada pra sete minutos, pro galpão.
Guilherme: Mudança de planos?
Juan: Menos arriscado!
Guilherme: Tem certeza?
Juan: Confia! Daqui a pouco chegamos lá!
Guilherme: Demorou!
| fim de ligação |
Guilherme: Vamos ir pro galpão, a carga vai pra lá. — entramos no carro e fui dirigindo tranquilamente pra chegar junto com a carga. Acabamos que chegamos primeiro, olhei meu celular e vi pelo gps que o caminhão estava virando a esquina. Suspirei aliviado e nervoso ao mesmo tempo. Assim que vi o caminhão imenso, abri o grande portão de aço e pesado, junto com o Rael e o Juiz, enquanto meu pai falava com o motorista. Fechamos e trancamos o portão. O motorista desceu do caminhão e foi abrir o baú. Sorri! Era coisa demais.
Rael: Falei que essa seria a maior carga da história dessa favela! — disse abrindo os braços.
Paulinho: Está entregue!
Coringa: Valeu pelo trabalho hein!
Paulinho: Até que foi tranquilo, a pista tava uma ceda.
Guilherme: Toma aí teu pagamento, merecido. — entreguei uma mochila pra ele. Peguei um saco da mercadoria, abri e cheirei. Era maconha. — Toma ai Juan, prova ai! — os olhos dele até brilharam.
Juan: Pra ontem!
Paulinho: Liberado?
Guilherme: Faço contato em breve. — Rael abriu pra ele e o mesmo saiu todo feliz. Enquanto o Juan bolava alguns baseados, conferimos a carga. Tudo certo, fiz algumas anotações e chamei os menor pra começar a descarregar e tirar o caminhão da favela logo. Nisso o dia já estava raiando, mas era gratificante pra um traficante fazer isso.
Rael: É deu meu horário. — disse enquanto olhava o relógio.
Guilherme: Aí você foi fechamento dez à dez comigo! — abracei ele. — Quando quiser voltar a favela tá te esperando, ela também é tua
Rael: Vou sair dela, mas ela vai tá sempre em mim. — ele me apertou. — Fica na bem, só progredindo. Você tem futuro.
Guilherme: Qual vai ser a sua lá?
Rael: Dinheiro não falta pra nós Guilherme, você sabe! E eu sei me virar. — sorri e soltei ele.
Guilherme: Deus te acompanhe. — ele fez gesto de agradecimento com as mãos e foi falar com meu pai. Meu celular vibrou e era mensagem da Isabeli. Olhei as horas 6h30, respirei fundo porque já sabia que ela estava reclamando e coisa do tipo.
| whats on |
Isabeli: Caramba hein Guilherme, vai dormir em casa não? Se não for avisa pelo menos porque assim eu não fico que nem uma palhaça te esperando! Já fiquei plantada na festa da Nataly te esperando e nada de você!
Guilherme: Oi amor, acabei aqui, to indo. Pode me esperar, tu com vontade de você todinha!! — mandei pra amenizar a situação.
Isabeli: Vou esperar mais meia hora, se passar disso, pode ficar onde está! Safado.. 😤
Guilherme: Pode esperar gostosa!!!
| whats of |
Já estava saindo pra ir pra casa. Quando o Juarez chega.
Juarez: Bom dia, patrão.
Guilherme: Qual foi?
Juarez: Tem uma menina bêbada na entrada te chamando.
Guilherme: É a Nataly? — disse sem paciência já.
Juarez: Não po, uma ruiva.
Guilherme: Não conheço nenhuma ruiva. — pensei, pensei e nada.
Juarez: Quer que eu dispense?
Guilherme: Vou ir ver quem é a louca! — disse entrando no carro. — E você, fica na principal, Rael foi embora. — ele me olhou meio se entender e eu acelerei pra entrada da favela. E realmente tinha uma mulher, uns 29. anos na entrada. Visivelmente bêbada. Parei o carro do lado dela. — Quer falar comigo? — quando ela virou reconheci, a Bianca! Mas o que ela quer aqui? — Bianca?
Bianca: Eu mesma! — sorriu. — Voltei Gui.
Guilherme: Tarde demais. Como tu me encontrou aqui? Olha seu estado maluca! — disse nervoso já.
Bianca: Sabia que aqui seria seu rumo. — sai do carro. — Que saudade! — ela praticamente pulou em cima de mim.
Guilherme: Voltou quando de Londres?
Bianca: Ontem, sai pra beber com alguns amigos e vim parar aqui. Como você tá? Quanto tempo! — me apertou mais ainda.
Guilherme: To tranquilo! — torci o pescoço de leve pro lado e me afastei dela. — O que tu quer?
Bianca: Você! — ela tentou me agarra
Guilherme: Ta louca? Sai de perto! — balancei ela.
Bianca: Você disse que era um do outro para sempre.
Guilherme: Isso deixou de existir quando você foi embora e me largou aqui, Bianca! Não existe mais a gente! Sou casado. — foi eu falar isso e menina começa a começa a fazer um escândalo horrível. Trinquei o maxilar nervoso!

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Destino {M}
Novela Juvenil"Ninguém entendia o porque dela sempre voltar pra ele. Ninguém ouvia o que ela ouvia dele. Ninguém via o que ela via nele. Ninguém sentia o que ela sentia por ele. Ninguém sabia que, por mais doloroso que parecesse pra ela ficar, era inimaginavelmen...