Prólogo

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Feia.

Burra.

Gorda.

Estúpida.

Esses eram os adjetivos que eu ouvia da pessoa que eu mais amava nesse mundo.

Eu queria. Queria me livrar da dor que eu sentia ao ouvir cada palavra como essas.
Mas eu sabia que se eu me afastasse, doeria demais, era cansativo. Era exaustivo. Então era mais fácil ficar, mas doeria bem mais.

Por que ele faz isso comigo?

Essa era uma pergunta que estava sempre em minha mente mas eu nunca encontrava uma resposta para ela.

Ele me ofendia mas ao mesmo tempo tinha ciúmes de mim. Um enorme ciúmes. E isso era algo que ainda me dava esperanças.

Meu relacionamento com Pieter começou através de uma paixonite adolecente.

Eu tinha treze anos quando entrei na mesma turma que ele.
Eu era a nerd esquisita então ele nunca me deu moral, pelo contrário, sempre fez bullying comigo.
Aos quinze eu comecei a me arrumar mais e ganhei mais corpo. Eu emagreci e minhas curvas se definiram. E foi então que começamos a nos relacionar.

As vezes eu duvido do amor que Pieter diz sentir por mim, mas oras, eu consigo me sentir amada de verdade.

Nosso relacionamento nunca foi flores, já houve traição da parte dele mas eu o perdoei. Como ele diz, o amor deve superar qualquer coisa. E o amor que eu sinto por ele supera tudo.

Eu não me vejo longe dele, jamais. Ele é a razão de eu aguentar tudo pelo que passo. Ele é meu amor e disso, eu não abro mão.

Minha mãe se chama Alice Mary. Ela é uma loira de meia idade, mas que não aparenta ter a idade que tem. Pelo contrário, Mamãe continua bela como sempre fora no auge de seus vinte anos.
Alice já foi Miss Gettysburg, a pequena cidade onde moramos na Pensilvânia. E mamãe se orgulha de seu título.
Com meus 15 anos, eu concorri a Miss... mas não ganhei o título como ela. E sempre que pode, ela joga isso na minha cara.
Diz que estou gorda, feia, desprezível. E isso machuca.
Eu aguentaria numa boa ouvir isso de qualquer um, mas da minha mãe, já é demais.

Quando Pieter entrou verdadeiramente para minha vida, foi uma felicidade enorme. Ele se tornou meu refúgio, meu ponto de paz.
Mas tudo mundou quando ele me traiu pela primeira vez, ao completarmos cinco meses de namoro.
Lembro-me até hoje da desculpa que ele me deu. "O que não se tem em casa, procuramos na rua" porque até então, eu era virgem.

Depois desse episódio, eu me entreguei a ele por completo, não foi algo bom e muito menos prazeroso. Pieter foi extremamente agressivo e no dia seguinte, mal se preocupou em perguntar se eu estava bem. Mas eu relevei. Entendo que não seja de sua personalidade.

Julie diz para mim que eu deveria me afastar, mas como Pieter diz, se ela fosse minha amiga de verdade, se preocuparia no meu bem estar. E eu estou bem, ela deveria ficar feliz por mim.

Hoje em dia, meu único amigo é Pieter. Ele sim me entende, me protege, me da ânimo para continuar aqui.
Apesar de suas ofensas, eu sei que ele me ama. Ele mesmo já disse isso.

Ah, acabei esquecendo de me apresentar. Me chamo Mallu Mary, tenho 17 anos. Sou loira e tenho olhos azuis, como os de minha mãe. Sonho em um dia virar bailarina, mas como meu namorado diz, eu não levo jeito pra coisa. Agora vocês conhecerão um pouquinho da minha história.

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