Capítulo 60

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Mallu

-Eu vou para uma clínica de reabilitação. -Digo, deitando minha cabeça na janela do carro.

-Eu vou ficar do seu lado dessa vez, Mallu! Não adianta falar que é melhor para mim... Eu não vou deixar você ir dessa vez. -Ele diz sério enquanto prestava atenção na estrada e eu sorrio.

-Eu amo você.

-Em Nova York existem clínicas ótimas... você poderia voltar comigo. -Ele diz segurando minha mão.

-Minha família está aqui, Liam... Eu já fiquei longe tempo demais. -O encaro.

-Nós vamos formar uma nova família agora, amor... olha para cada um de nossos amigos e até mesmo para tia Smith e meu pai. -Ele me olha rapidamente. -Cada um está seguindo a sua vida... Vamos seguir a nossa também! Juntos.

-Eu vou falar com meu chefe sobre a minha demissão. -Digo e ele sorri apertando mais minha mão sob o volante.

Em poucos minutos Liam me deixou em frente ao hotel e eu subi para meu quarto.

Meu corpo ainda estava trêmulo pela falta do álcool. Eu estava tentando... Eu queria conseguir passar por isso. E eu iria conseguir.

Deixei meus pensamentos de lado e fui até o banheiro. Me despi de deixei que minha pele entrasse em contato com a água quente que saia do chuveiro, relaxando meus músculos por completo. Quando sai, vesti minha roupa de dormir e me deitei na cama.

Eu não conseguia dormir, meu corpo tremia e suava frio. Eu precisava de álcool. Só um pouquinho não iria fazer mal algum. Seria apenas a minha despedida... Mas eu sabia que não conseguiria me controlar.
Estava havendo uma guerra comigo mesma e eu pela primeira vez em muito tempo, eu estava com medo de mim mesma.

.  .  .

Levei a garrafa de wisky na boca dando mais um gole da bebida. Eu havia fraquejado...

Toda vez que eu bebia, eu conseguia sentir Bernardo comigo. Não me chamem de louca, eu não sou! Eu realmente sentia a presença de Bê. Talvez ele quisesse me ajudar, ou talvez me dar algum recado... eu Eu não sabia. Só sabia que ele estava comigo. E isso me dava mais vontade de beber.

-Aí meu Deus... -Olho para a porta de entrada e Katherine me olhava assustada.
Ela corre até mim e se abaixa, ficando da minha altura, já que eu estava abaixada, apoiada no sofá.

-Me desculpa... -Digo em meio as lágrimas, que rolavam pelo meu rosto.

-Ei... está tudo bem. -Ela sussurra me abraçando.

-Me desculpa...

-Está tudo bem! -Afaga meus cabelos. -Vem...

Eu não estava bêbada, longe disso! Apenas uma garrafa não seria capaz de me deixar bêbada. Mas da mesma forma, eu tomei outro banho e troquei de roupa.

-Eu não consegui, Kath... -Digo me jogando na cama.

-Você vai conseguir, Mallu! Você é forte! Já passou por coisas piores. -Ela me entrega um prato de sopa.

-Eu não quero... -Resmungo.

-Mas vai comer! Você sabe que precisa.

Começo a comer a sopa com calma para não vomitar depois. Em alguns minutos, terminei minha sopa e bebi um copo de suco de laranja.

-Viu, você conseguiu! -Ela sorri orgulhosa. Em minha opinião, dar orgulho à uma pessoa que você admira, é a melhor coisa.

-Obrigada por estar aqui. -Sorrio. -Eu vou para Nova York com o Liam.

-Que ótimo! Então vocês estão firmes mesmo? -Ela sorri animada.

-Sim... eu falei para ele que eu iria para uma clínica de reabilitação e ele propôs que eu fosse para Nova York, já que lá tem clínicas ótimas e assim, nós podemos ficar mais próximos.

-Isso é maravilhoso... eu prometo que sempre que der, eu irei te visitar. -Disse e eu sorri. -Quando você vai?

-Na primeira oportunidade! -Disse rindo. -Vou falar com meu chefe e logo depois eu vou.

-Vou sentir saudades... -Ela diz e eu a abraço.

Ficamos conversando, mas logo meu corpo sentiu o cansaço chegar e eu adormeci. Pela manhã, acordei com o despertador tocando e uma forte dor de cabeça me atingiu.

Me levantei e fui até o banheiro tomando um banho rápido. Vesti um calça e uma blusa de frio, já que estava começando a nevar lá fora. Me arrumei e por fim, coloquei meu casaco. Peguei algumas coisas e sai de casa rapidamente.

Peguei um táxi e rapidamente cheguei a cafeteria.
Gettysburg já nevava e estava um clima bastante frio. As pessoas estavam ansiosas e já estavam indo as compras para o Dia de ação de graças, que por sinal, era uma comemoração linda.

-Bom dia! -Cumprimento os funcionários da cafeteria e fui até a minha sala. Peguei meu notebook e coloquei em ligação com meu chefe.

-Mallu? -Oliver diz surpreso. -Aconteceu alguma coisa?

-Não é que... -Suspiro pensando na melhor forma de contar. -Oliver, eu amo trabalhar na loja, acho que você sabe disso! Mas eu...

-Onde você quer chegar, Mallu?

-Oliver, eu não posso continuar trabalhando...

-É o salário? É isso? Nós podemos resolver...

-Não! Não tem nada haver... São problemas pessoais mesmo. -Digo sem graça.

-Tudo bem, Mallu! Eu entendo e espero, de coração, que tudo se resolva...

-Obrigada! -Sorrio.

-Você pode fazer sua carta de demissão e mandar para o meu
e-mail, para podermos resolver tudo. -Ele diz e eu assinto.

-Certo... farei isso imediatamente! A minha saída é urgente.

-Tudo bem! Em três dias já teremos acertado tudo.

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