Capítulo 72

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Mallu

Meu coração faltava pular pela boca. As famosas borboletas no estômago apareceram me causando um nervosismo maior ainda.

-Meu joelho está doendo... -Escuto Liam murmurar e solto uma leve risada. -Vai me deixar esperando?

-Não...

-O que? -Ele me olha confuso. -Não aceita?

-Não! Que dizer... Sim! Eu não vou te deixar esperando. -Me enrolo ao abrir a boca.

-O que? Mallu, põe logo isso no dedo porque você é confusa demais. -Ele nega se levantando e pegando a minha mão.

-Eu aceito... Eu quero passar todos os meus dias ao seu lado... Até o meu último suspiro. -Sorrio ao ver ele colocar a aliança em meu dedo.

-Eu amo você, loira! Eu amo muito você! -Ele diz rodeando minha cintura com seus braços e colando nossos lábios rapidamente.

[...]

-Onde você vai levar sua noiva agora? -Pergunto com um enorme sorriso no rosto enquanto observava minha aliança no dedo anelar.

-Minha linda noiva é curiosa demais. -Ele ri baixinho.

-Broadway? -Pergunto ao ver os ingressos no porta-luva.

-Não tem graça em fazer surpresas para você! -Liam reclama.

-Aí meu Deus, eu amo você! -Digo animada e deposito um beijo rápido em sua bochecha.

Em poucos minutos chegamos ao nosso destino. Assim que saio do carro, o letreiro com "O Fantasma da Ópera" brilhava na entrada do local.
Entramos de mãos dadas e logo nos acomodamos em nossos lugares.

Se tinha uma coisa em Nova York que eu amava, sem dúvida era os musicais na Broadway. Era algo que deixava todos nós felizes e nos emocionava ao mesmo tempo.

No final do espetáculo, fomos direto para casa enquanto conversávamos. O que eu mais gostava na minha relação com o Liam, era esse nosso companheirismo. Eu me sentia livre para falar sobre qualquer assunto com ele, assim como ele se sentia livre para falar comigo também.

-Vamos morar no seu apartamento lá? -Pergunto me referindo a Cambridge.

-Sim... não é grande mas dá para nós dois. -Ele sorri.

-Estando com você, eu moro até na rua. -Declaro sorrindo.

-Violet vai adorar te conhecer!

-Quem é Violet? -Pergunto o encarando.

-Você só escutou isso? -Debocha.

-Quem é Violet? -Repito a pergunta.

-Uma amiga da faculdade. -Diz revirando os olhos. -Ela faz pediatria.

-Entendi... -Murmuro voltando a olhar a vista.

Em alguns minutos chegamos em casa, já que estava sem engarrafamento, o que é um milagre. Assim que chegamos, fui diretamente para o banheiro.

Violet.

Esse nome não saia da minha cabeça. Eu confio no Liam. Confio muito! Mas poxa... olha para mim! Uma hora ele vai enjoar disso.

Visto minha roupa de dormir e me direciono ao quarto. Liam já estava deitado encarando o teto, pensando em como fluiu a nossa noite, deduzo.

Me deito ao seu lado e encaro o teto também. Por que eu estou afastada mesmo?

-Amor... -Ele se vira abraçando meu corpo. -Eu amo você... A Violet é só uma amiga... Você é o amor da minha vida! Você!

-Vida... Você enjoou de mim? -Me viro para encara-lo também.

-O que? -Me encara confuso. -Eu nunca vou enjoar de você! Nunca... Pode se passar o tempo que for, eu sempre vou amar você! E só você..

Me viro deitando sobre seu corpo e colo nossos lábios. Minhas mãos escorrem pelo seu corpo parando na barra da sua roupa, a tirando rapidamente.

Liam me amava de uma forma tão intensa, que toda vez, era como se fosse a última.

Quando eu o vi pela primeira vez, eu não imaginava que ele passaria a ser dono do meu primeiro bom dia e do meu último boa noite.  Quando eu o toquei pela primeira vez, eu não sabia que ele me tocaria lá no fundo, que apagaria lembranças dolorosas e me faria arriscar tudo novamente.

Quando brigamos pela primeira vez, eu não pensava que ele seria tão maduro e que conseguiríamos acertar tudo tão rápido.

Eu não precisei lhe contar minha vida, por ele leu minhas páginas a cada dia que ficamos juntos.

Foi quando eu achava que me fecharia para sempre, que Liam surgiu. Conforme os dias passaram e eu mergulhava mais em ti, logo comecei a sentir medo de me envolver. Eu não imaginava então que ao invés de me deixar partir, ele me seguraria cada vez mais forte.

Quando eu o vi chegando pela primeira vez, depois de muito tempo, naquela lanchonete, eu não fazia idéia que isso se tornaria nosso ritual, que meu abraço passaria a ser teu, que meus planos passariam a ser nossos.

Quando eu o vi pela primeira vez, quando eu o toquei, algo em mim disse  que você seria o último. Mas não acreditei. Foram necessários outros tantos dias, meses e anos, para que eu finalmente podesse entender que quando é para ser, apenas é.

O amor é algo independente, ele encontra a gente. É tão forte que encontra espaços até nos que pensam não estarem prontos para amar.

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