Mallu
-Então, Mallu... você poderá voltar amanhã? -Senhor Buzanffa repetia pela segunda vez.
-Claro... até mais, senhor. -Me despeço e saio da cafeteria.
Vou caminhando até minha casa em passos lentos. Como pode alguém preferir ficar em qualquer lugar menos na própria casa?
-Você disse que viria para casa? Foi para onde? -Escuto a voz de Pieter assim que entro em casa.
-Agora que você chegou... já vamos indo. -Minha mãe diz e sai de casa acompanhada de Ryan.
-O que você está fazendo aqui? Pensei que não estava disposto a sair de casa hoje. -Dou uma risada sem humor.
-Você mentiu! Disse que viria para casa e foi para outro lugar! -Ele se aproxima segurando meu maxilar fortemente. -Você mentiu, Mallu.
-Pieter.
-Mallu, para de inventar desculpas! Para! Sempre é isso... você querendo controlar tudo! -Ele diz com o rosto vermelho de raiva.
-Amor, me desculpa!
Sinto uma ardência em meu rosto e pelo impacto, cambaleio para trás.
Ele havia me dado um tapa. Pieter, meu namorado, havia me agredido.-Pieter...
-Amor! Me desculpa... Eu não queria, mas você ficou falando e... me desculpa. -Ele diz me abraçando.
-Você me agrediu! -Digo me afastando e colocando a mão no local onde ardia.
-Eu não queria... mas você praticamente pediu por isto! -Ele diz e eu o olho indignada.
-Pieter! Isso não tem justificativa!
Subo para meu quarto e me jogo na cama. Ele não podia ter feito isso... Ele me agradiu!
Eu não reconheço mais o Pieter. Ele era meu ponto de paz, em meio ao caos da minha vida... e agora, ele está se tornando a pessoa que eu mais quero ficar longe. Eu não estou reconhecendo o meu namorado.-Mallu? -Escuto Pieter me chamar e o vazio ao meu lado na cama, ser ocupado. -Amor... me desculpa! Eu prometo que não vai se repetir.
-Eu espero mesmo, Pieter. -Me viro para o mesmo. -Eu suporto tudo, menos agressão!
-Me desculpe, amor... Eu amo você.
Me deito em seu peito e pego no sono rapidamente.
Ao acordar, Pieter já não estava mais do meu lado. Me levanto e vou ao banheiro, me despindo e entro debaixo do chuveiro, na expectativa que a água lavasse tudo de ruim que havia na minha vida.Ao acabar o banho, visto minhas roupas, ainda no banheiro e paro para me olhar no espelho.
Eu havia emagrecido... não estava da forma que eu queria, mas estava mais magra.Abro a porta do banheiro e paro. Aquela cena que vivi aqui nessa casa ainda me atormenta, e a culpa ainda me invade. A cada passo que eu dou, é como se ele ainda estivesse me tocando. E isso, era uma sensação horrivel.
-Menina! Vai vir jantar ou vai deixar para a próxima vida? -Minha mãe chama, me tirando de meus pensamentos.
-Estou sem fome... -Digo indo em direção ao meu quarto.
-Vai comer agora, antes que passe mal! Não estou com vontade de levar ninguém ao hospital. -Ela diz me puxando para a sala de jantar.
-Ryan? -Me surpreendo ao ve-lo sentado a mesa, no lugar de mamãe.
-Ryan agora passará a morar aqui conosco! -Ela diz se sentando a outra ponta da mesa.
-Mas mãe... não é muito cedo? Vocês se conhecem a pouco tempo e... -Digo sentindo o pavor me consumir.
-Mallu! -Ela me interrompe. -Cuide da sua vida, que eu cuidarei da minha! Agora cale-se e coma a sua comida.
-Alice, está tudo bem. -Ryan sorri para mim. Aquele sorriso que eu tinha pavor. O sorriso que ele dava ao me tocar. -Tenho certeza que eu e Mallu nos daremos muito bem!
-Espero! Ryan agora é o chefe dessa casa e você deverá obedece-lo, estamos entendidas Mallu?
-Sim. -Digo com os olhos cheio de lágrimas, começando a comer minha comida.
-Como anda a escola, Mallu? -Ryan pergunta mas permaneço calada.
-O Ryan te fez uma pergunta, da para responder? -Mamãe diz batendo na mesa.
-Mãe, eu quero ir atrás do meu pai. -Digo e ela gargalha.
-Do seu pai? -Ela diz parando de rir aos poucos. -Você não tem pai, Mallu.
-Eu tenho e eu quero conhece-lo. Eu sempre ouvi a sua versão... agora eu quero ouvir a dele. -Digo terminando de comer meu filé de peixe.
-A minha versão já não basta? Você está sendo muito ingrata, Mallu! Eu sempre te dei de tudo e agora você quer ir atrás daquele demônio? Sem chances. -Ela diz e se levanta, saindo da sala de jantar.
-Mallu, Mallu. -Ryan diz sorrindo. -Depois eu passo no seu quarto para comemorarmos a minha chegada!
Subo para o banheiro e me abaixo na altura do vaso sanitário, coloco meus dedos na boca, até eles chegarem no ponto certo, me fazendo colocar para fora minha única refeição no dia, o jantar.
Volto para o quarto, me trancando no local.-Olha só... tão branquinha. -Ele diz passando a mão pelo meu corpo. Era visível o volume em suas calças. -Prometo que você vai gostar... e até vai pedir mais
As lembranças daquele monstro invadia minha mente. E agora... eu morava debaixo do mesmo teto que ele.
-Tão bonita... e toda minha. -Ele pega minha mão colocando em seu membro, onde o volume era bem visível.
-Sai. Sai. Sai.
Eu repetia afim de espantar as lembranças da minha mente, mas mas única coisa que conseguia era pensar naquele maldioto.
-Eu sei que você quer... você está pedindo por isso a semanas! -Ele diz e me beija a força.
Eu não correspondi, lógico que não. Mas eu simplesmente não conseguia afasta-lo.Eu não consegui me afastar dele. Eu não o parei. Eu era tão suja quanto ele.
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A Cor dos Teus Olhos
Teen FictionAqui vocês irão ver a história de Mallu. Uma jovem que vive um relacionamento extremamente abusivo, mas que se nega a acreditar que é abusada psicológicamente pela pessoa que mais ama na vida. "-Ele está te matando aos poucos, você não vê? Se olha...